Casa Milà foi de odiada pelos críticos a símbolo de Barcelona
Comparada jocosamente a uma pedreira na época da construção, residência projetada por Gaudí virou um dos marcos da arquitetura audaciosa na cidade

Hoje considerada uma das obras mais icônicas – dentre tantas – assinadas por Antoni Gaudí nas ruas de Barcelona, a Casa Milà nasceu controversa, como era habitual nos trabalhos do arquiteto. E o apelido diz tudo sobre como muitos críticos e moradores viram esse imóvel em seus primeiros anos: La Pedrera.
A comparação pouco lisonjeira com uma pedreira se devia às curvas da fachada, que lembravam os entalhes em uma encosta rochosa. Erguida como uma residência particular que depois teve outros usos, a Casa Milà pouco a pouco foi caindo na graça dos moradores da cidade – e do restante do mundo.
Desde 1984 um Patrimônio da Humanidade, tornou-se também um dos destinos imperdíveis para quem quer apreciar estruturas típicas do modernisme catalão, como também ocorre com a Casa Batlló, outra obra de Gaudí, a apenas quatro quadras dali, e a inevitável igreja Sagrada Família (que deve ser concluída no ano que vem).
História de La Pedrera
La Pedrera levou seis anos para ser construída, com a conclusão das obras acontecendo em 1912. O prédio foi encomendado para abrigar o casal Pere Milà e Roser Segimón, dois membros abastados da elite local – já em seu segundo casamento, Segimón vinha de herdar a fortuna do marido anterior, que enriqueceu plantando café na América Central.

Tanto dinheiro acabou tendo bom uso para bancar a residência de seis andares, com um imponente terraço no topo e uma arquitetura audaciosa para além da fachada. Para garantir que os andares fossem o mais abertos possíveis, foi preciso estabelecer um plano de engenharia em que o peso da estrutura fosse suportado pela própria parte externa, evitando colunas de sustentação no interior do edifício.
A Casa Milà seguiu como casa dos seus compradores originais por três décadas e, mesmo quando Pere morreu, Roser seguiu morando lá até 1964. Mas o enorme espaço fez com que pouco a pouco outros andares fossem redistribuídos, abrigando ao longo das décadas apartamentos sublocados e escritórios comerciais.
Após um período de degradação após a morte de Segimón, o resgate de La Pedrera começou nos anos 1980, quando a casa foi incluída pela Unesco no Patrimônio da Humanidade e Barcelona passou a investir na revitalização de seus símbolos, mirando nos Jogos Olímpicos de 1992.

Desde então, a obra de Gaudí é um dos pontos de encontro dos turistas que passam pela capital da Catalunha – mesmo quem não paga o ingresso para conhecer seu interior faz questão de tirar uma foto na frente.
Como visitar La Pedrera
Localizada no número 92 do requintado Passeig de Gràcia, a casa abre para visitação diariamente, com as horas variando de acordo com a época do ano. No horário de verão, que em 2025 começou em março e segue até 9 de novembro, o período normal de visitação vai das 9h às 20h30. Já no horário de inverno, que segue até janeiro de 2026, La Pedrera abre das 9h às 18h30.
O ingresso para a visita padrão custa 29 euros por pessoa, mas há outros tipos de tours. Uma muito concorrida é o passeio noturno, que custa 39 euros e funciona após o fechamento da casa para a visitação geral (das 20h40 às 22h20 no verão e das 19h às 23h no inverno). Também é possível adquirir o La Pedrera Premium, que custa 120 euros e inclui visita guiada – e uma taça de cava – passando por salas que não são acessíveis no horário de funcionamento para o público em geral.
Confira todas as modalidades e preços no site oficial.