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Buenos Aires: Recoleta tem mostra sobre Julio Cortázar com itens inéditos

Exposição temporária reúne objetos pessoais, manuscritos e fotos familiares para homenagear os 110 anos de nascimento e 40 da morte do escritor argentino

Por Maurício Brum
12 nov 2024, 12h00
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Em referência à 'Rayuela', instalação com o jogo de amarelinha é uma das atrações da exposição (Centro Cultural Recoleta/Divulgação)
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O Centro Cultural Recoleta, em Buenos Aires, exibe desde outubro uma mostra especial em homenagem ao escritor Julio Cortázar. Recuperando manuscritos, fotos e objetos pessoais, a exposição Comienzo del juego segue em cartaz até março do ano que vem, e inclui itens nunca vistos antes fora de museus da Europa – onde o escritor viveu as décadas finais de sua vida.

A exibição no CCR faz parte do “Ano Cortázar”, uma iniciativa cultural de Buenos Aires dedicada a reviver o legado do escritor ao longo de 2024, quando são recordados o 110º aniversário de nascimento e o 40º de falecimento de Cortázar.

Como é a exposição

Em uma área de 1.500 metros quadrados que existe desde 1994 em homenagem ao próprio Cortázar, a mostra ajuda a mergulhar na história de vida do escritor e em elementos presentes em seus textos, seja por meio de instalações artísticas ou por objetos reais que marcaram sua trajetória. Ao todo, são três espaços: as salas J e C (nomeadas a partir das iniciais de Julio Cortázar) e a Cronopios, em referência aos personagens homônimos criados por ele.

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Objetos pessoais vindos da Espanha estão em exibição na Argentina pela primeira vez (Centro Cultural Recoleta/Divulgação)

A sala J tem como foco as décadas iniciais da vida de Cortázar, da infância à produção dos primeiros textos, ainda na juventude, quando residia na Argentina. Estão em exposição álbuns familiares, textos originais do período (quando ele ainda assinava como “Julio Denis”) e alguns livros da própria biblioteca pessoal do escritor, aproximando o visitante das referências literárias de seus anos formativos. Essa parte da mostra contempla do nascimento de Cortázar até 1951, momento em que parte para a França – país em que permaneceria pelo resto da vida.

Entrando na sala C, vem a etapa parisiense de Cortázar, com alguns dos elementos mais interessantes da mostra: objetos que pertenceram ao escritor e nunca haviam sido expostos fora da Europa. Vistos pela primeira vez na Argentina, eles foram emprestados pelo Museu do Escritor, de Madri. Além de mais fotografias, primeiras edições e manuscritos, podem ser vistos itens cotidianos como um cachimbo, um chapéu e um rádio portátil em forma de livro.

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Túneis da sala Cronopios permitem que visitante percorra a mostra como preferir (Centro Cultural Recoleta/Divulgação)

Se os dois primeiros espaços têm mais foco na vida de Cortázar, a sala Cronopios é menos uma sala e mais um labirinto dedicado à obra: construída pelo curador Rodrigo Alonso como uma sequência de túneis que levam a oito espaços diferentes, essa parte da exibição inclui diferentes obras de arte que remetem a algum elemento dos textos cortazarianos. E, assim como na obra-prima Rayuela (“O jogo da amarelinha”), que pode ser lida em mais de um sentido, o visitante também é convidado a se perder nos túneis da forma como bem entender.

Quando visitar

A mostra Comienzo del Juego está em cartaz desde 15 de outubro, e permanecerá em exibição até março de 2025, no Centro Cultural Recoleta, localizado na rua Junín, 1930 – ao lado do famoso Cemitério da Recoleta. Diferentes linhas de ônibus deixam perto. De metrô, pegue a linha H e siga até a estação Facultad de Derecho, que deixa a cinco minutos de caminhada do CCR.

O espaço funciona das 13h30 às 22h de terça a sexta-feira, e das 11h15 às 22h, aos sábados e domingos. O ingresso custa cinco mil pesos argentinos para estrangeiros (cerca de R$ 29).

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Confira outras informações sobre a mostra no site.

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