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Após incêndio, Catedral de Notre Dame será reaberta em dezembro

A restauração da construção secular, que é marco para a arquitetura gótica, foi iniciada em 2021

Por Luana Pazutti
20 jun 2024, 18h00

Fechada para restauração desde o trágico incêndio em 2019, a Catedral de Notre Dame, em Paris, tem data prevista para a reabertura: dia 8 de dezembro de 2024, mais de cinco anos após o fogo consumir parte da estrutura.

A construção localizada em uma das ilhas naturais do Rio Sena, com mais de 860 anos de história, é um dos principais monumentos da França e de toda a Europa. Antes do desastre, recebia em média 13 milhões de visitantes por ano.

Um marco no centro de Paris

Construída entre 1163 e 1345 na Île de la Cité, uma pequena ilha cercada pelo Rio Sena, a Catedral de Notre Dame de Paris é um dos maiores e mais antigos expoentes da arquitetura gótica e romanesca de todo o mundo.

Além de abrigar um rico acervo artístico, o local é berço para objetos históricos, como um órgão do século XVIII, e relíquias consideradas sagradas no cristianismo, como fragmentos da Coroa de Espinhos e da Cruz de Jesus Cristo. Ao longo de sua existência, o local também foi palco para eventos notáveis, como a coroação do rei Henrique VI, da Inglaterra, em 1431.

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Notre Dame em chamas

A visitação à catedral foi interrompida em 15 de abril de 2019, quando um incêndio provocou danos significativos à estrutura do templo.

As chamas, provavelmente causadas pelas obras que estavam sendo realizadas no local, se alastraram por horas, levando à queda da famosa “flecha” central, que havia sido reconstruída na década de 1860. A catástrofe ainda provocou o colapso total de seu relógio e parcial de sua abóbada.

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Incêndio de 2019 consumiu estruturas marcantes da catedral, como a famosa “flecha” central (GodefroyParis/Wikimedia Commons)

A chamada “floresta”, que compunha o telhado da catedral, também foi consumida pelo fogo. Esse tesouro arquitetônico, em formato de sótão, continha cerca de 1300 vigas de madeira vindas de diferentes árvores, algumas com 300 a 400 anos. Parte dessa estrutura virou cinzas e o restante ficou carbonizado no chão.

O órgão, a Coroa de Espinhos, a túnica de São Luís e a estátua de São João não foram atingidos pelas chamas, mas acabaram danificados pelos escombros.

Nos holofotes da reconstrução

Certamente, você já ouviu falar no Quasimodo. Antes de se tornar personagem de uma série de produções literárias, teatrais e cinematográficas contemporâneas, o famoso “Corcunda de Notre-Dame” protagonizou o romance Notre-Dame de Paris, escrito por Victor Hugo em 1831.

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Além de narrar os desafios de um amor fatal, a obra denunciou as precárias condições da catedral e impulsionou reformas significativas, realizadas entre 1844 a 1864. O descaso atribuído às suas estruturas no século XIX, felizmente, não reflete os esforços empregados após o incêndio de 2019.

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Contando com doações do setor de luxo francês (incluindo o grupo LVMH, que detém marcas como Louis Vuitton, Dior, Bulgari e Marc Jacobs), a restauração custou mais de meio bilhão de euros e envolveu cerca de 250 empresas e ateliês em toda a França.

Antes do início das reformas em 2021, foram dois anos de estudos dedicados ao planejamento do projeto, que mobilizou cerca de 500 trabalhadores diariamente, entre carpinteiros, pedreiros, escultores, vidraceiros e outros profissionais.

Na espera da reinauguração

Espera-se que 14 milhões de pessoas estejam presentes na reabertura, que será marcada por uma novena entre 8 e 15 de dezembro.

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A preparação para o grande dia também contará com uma procissão popular nas ruas de Paris, que acompanhará o retorno da estátua da Virgem com o Menino, uma escultura do século XIV que foi salva do fogo, à catedral.

Mais informações (em francês) no site oficial da catedral.

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