Bristol, Inglaterra
“A cidade inglesa é a casa do Banksy, um dos maiores da arte de rua do mundo. Por lá, o grafite está em todo lugar. Existe até um aplicativo para celular com as localizações das artes do Banksy (disponível para iOS e Android). Gosto especialmente do The girl with the pierced eardrum. E, por acaso, tem um mural meu também na cidade. Depois de devorar a arte do inglês, você pode conferir o John Lennon pintado por mim em 2017 no bairro de Bedminster”.
Valparaíso, Chile
“A cidade chilena encanta com sua arquitetura inusitada e também por abrigar a casa (que hoje é um museu) de Pablo Neruda, La Sebastiana. Mas também é cada vez mais conhecida pelas cores nas ruas, muros grafitados e murais encantadores. Hoje, é possível fazer caminhadas com guias turísticos só para ver a arte de rua. Um passeio imperdível”.
Miami e Sacramento – Estados Unidos
Eu adoro ir aos Estados Unidos, é o país onde mais pintei, depois do Brasil. Não dá para não falar em Wynwood, em Miami, quando se fala de arte de rua, cultura pop e turismo. Eu mesmo já deixei minha marca naquelas paredes algumas vezes. Menos conhecidas que Wynwood, mas tão legais quanto, são as Wide Open Walls, em Sacramento, na Califórnia. Um festival de arte a céu aberto, que já acontece há alguns anos, e traz a proposta que eu tento colocar no meu trabalho, da arte acessível para todos.
Reykjavik – Islândia
“A capital da Islândia adora murais de artistas para embelezar a cidade. Tem muitos projetos gigantes por lá e também muita coisa de lettering. Muito bonito e interessante. Ali, conhecer esses murais islandeses também virou roteiro turístico. Gosto muito dos traços dos artistas de lá, com destaque para a Raffaella Sigurðardóttir“.
Lisboa – Portugal
“Estive em Lisboa para pintar um mural, na empena de um prédio de cinco andares na rua António Gedeão, que retrata o cacique Raoni. Posso dizer que é um dos meus trabalhos mais significativos pelo que ele simboliza. Fiz questão de retratar uma personalidade emblemática das comunidades nativas, um líder respeitado. Acredito que é fundamental que a sociedade não se esqueça que os povos originários eram e continuam sendo parte integrante do nosso território brasileiro. Nessa ocasião, fiquei muito surpreso com a força da street art em Lisboa. A cidade em si já é toda turística, histórica, gastronômica… E ainda tem murais admiráveis de artistas portugueses e internacionais (o site Galeria de Arte Urbana lista alguns deles). Já tiveram também um festival dedicado à arte em muros, o Festival de Arte Urbana de Lisboa. Prato cheio para quem é fã de street art”.
Eduardo Kobra nasceu na periferia de São Paulo e se tornou um dos mais importantes artistas visuais contemporâneos do mundo, com obras em mais de 40 países. Como forma de se aproximar do público e de tornar a arte mais acessível, Kobra abriu um de seus ateliês de trabalho para visitação pública: o espaço fica no interior do FAMA Museu, em Itu.