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As melhores tascas de Lisboa

Uma seleção de 16 salões tão clássicos quanto o que sai das respectivas cozinhas: pataniscas, pastéis de bacalhau, filetes de pescada, croquetes, bitoque...

Por Tiago Pais
Atualizado em 28 ago 2023, 14h21 - Publicado em 25 out 2022, 12h57

As tascas, um capítulo à parte para compreender os costumes portugueses, são pequenos restaurantes com móveis modestos e quadros antigos, que geralmente têm famílias inteiras cuidando de tudo.

Os pratos do dia, com opções de carne e peixe (bacalhau, sempre), geralmente são listados à mão ao lado da porta. As receitas não raro obedecem às da região de origem do dono, o mentor da cozinha.

Após conhecer dezenas, o jornalista português Tiago Pais escreveu o livro As 50 Melhores Tascas de Lisboa, um belo guia para quem quer comer bem por preços módicos. Aqui vai uma seleção de 16 delas.

ALVALADE

Adega Solar Minhoto

O bitoque é uma tradição tasqueira que consiste num bife batido com alho frito em um pouco de gordura com um ovo estrelado no topo, acompanhado de arroz e batata frita. O Solar Minhoto é tão famoso pelo prato que há quem chame a tasca de “O Bitoque”. 

Endereço: Avenida Rio de Janeiro, 29F. 21 848 9493
Horário de funcionamento: De segunda-feira a sábado, das 12h às 22h
Melhor dia: Sábado no almoço, depois de fazer compras no vizinho Mercado de Alvalade

AVENIDA DA LIBERDADE

O Cartaxinho

Tem nome de pássaro, o que calha bem: é precisamente uma ave que protagoniza a maior especialidade da casa, a cabidela de frango. Não é fácil de acertar no tempero deste clássico da região do Minho, em que se usa uma mistura de sangue, vinagre e vinho para confeccionar a carne, que aqui é muito bem feita. Todos os dias o menu apresenta boas alternativas, do cozido à portuguesa ao pernil de porco. 

Endereço: Rua de Santa Marta, 20 B. 21 356 2971
Horário de funcionamento: De domingo a sexta-feira, das 12h às 22h30
Melhor dia: Segunda-feira, para começar a semana bem com o arroz de cabidela

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Forninho Saloio

Manejar uma grelha é uma arte que exige destreza e saber. Se alguém duvidar da afirmação, que visite o Forninho Saloio para observar a forma como mestre Arlindo domina as ocorrências: um generoso bife de atum de um lado, uma posta de novilho do outro, tudo cortado e temperado na hora. Não exagere nas doses: as sobremesas também merecem atenção. Os pratos do dia são colocados todas as manhãs na página do Facebook do restaurante.

Endereço: Travessa das Parreiras, 39. 21 353 2195
Horário de funcionamento: De segunda a sexta-feira, das 12h às 15h e das 19h às 22h

Melhor dia: À sexta-feira servem-se chocos (um tipo de crustáceo) empanados. Tem coisa melhor?

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BELÉM

Tasca do Gordo

Já foi uma taverna onde não cabiam mais do que dez pessoas, devidamente alinhadas ao balcão, bebendo vinho tirado da pipa. Hoje, o cenário é bem diferente. A Tasca do Gordo pode acomodar mais de 100 pessoas, distribuídas pelas diversas salas decoradas com cachecóis de clubes de futebol. E não é raro ver a casa atingir esses números, graças à sua grande especialidade: dobrada com feijão branco, sempre bem apurada, servida em tachos de barro. Mas há mais: os espetinhos (chamados de espetadas) da casa também têm fama justificada.

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Endereço: Rua dos Cordoeiros a Pedrouços, 33. 21 301 2184
Horário de funcionamento: De segunda-feira a sábado das 12h às 15h e das 19h30 às 22h
Melhor dia:
O único prato que tem dia certo é o bacalhau, que a cada segunda-feira é preparado de maneira diferente

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CAMPO DE OURIQUE

Imperial de Campo de Ourique

Clássico absoluto do bairro, essa tasca deve muito da sua reputação ao seu anfitrião, João Gomes, que é da região do Minho. É ele quem recebe e trata cada cliente como se fosse da família. A mesma família que o ajuda no restaurante. As porções generosas e o ambiente amigável fazem qualquer um sentir-se em casa, especialmente depois de provar a comida, capaz de reproduzir com facilidade e fidelidade os maiores clássicos da culinária portuguesa.

Endereço: Rua Correia Teles, 67. 21 388 6096
Horário de funcionamento: De segunda-feira a sábado das 9h às 16h

Melhor dia: As porções são tão generosas que é melhor ir na sexta-feira, para fazer a digestão durante o fim de semana

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CHIADO

Das Flores

Famosíssimo, o Das Flores é uma tasca 100% familiar. Da fritadeira saem maravilhas: pataniscas, pastéis de bacalhau, filetes de pescada e croquetes. Os pratos do dia esgotam-se depressa. Nesse caso, o bitoque da casa é uma excelente alternativa.

Endereço: Rua das Flores, 76-78. 21 342 8828
Horário de funcionamento: De segunda-feira a sábado, das 12h às 15h30

Melhor dia: Às terças, sextas e sábados há croquetes com arroz de tomate

GRAÇA

O Cardoso do Estrela de Ouro

O senhor Cardoso é uma figura do bairro da Graça. Primeiro, pelas suas evidentes qualidades de anfitrião de uma das mais míticas tascas lisboetas. Segundo, pelo carisma do seu bigode bem cuidado. E ele não cuida bem apenas do bigode, mas também dos seus clientes: tanto que muitos retribuem o carinho e lhe chamam tio. Da cozinha saem inúmeras especialidades: das iscas ao cozido, sem esquecer a cabidela. Mas o movimento é maior entre maio e agosto. O motivo? É nessa época que os caracóis entram no menu.

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Endereço: Rua da Graça, 22. 21 886 5230
Horário de funcionamento: De segunda-feira a sábado, das 12h às 15h e das 18h30 às 21h

Melhor dia: Às sextas-feiras, quando servem iscas à moda do chef

O Satélite 

Mistura de tasca e cervejaria, O Satélite esteve fechado por um tempo, para desespero dos habitantes da Graça, mas, felizmente, reabriu no final de 2016. E em excelente forma, com a mesma equipe responsável pelos seus anos mais gloriosos. A comida é típica, do tacho e da grelha, simples, mas bem confeccionada. E com variedade nos pratos do dia: há desde bacalhau à Minhota até carne de porco à Alentejana. Também há alguma variedade de mariscos para petiscar durante a tarde. Há quem garanta, ainda, que aqui se serve o melhor bitoque da cidade: dizem que o segredo está no molho especial.

Endereço: Largo da Graça, 42. 21 886 2679
Horário de funcionamento:
De terça-feira a sábado das 10h às 22h30, aos domingos das 11h30 às 22h30, e segunda-feira das 10h às 16h e das 18h30 às 22h30
Melhor dia: É uma das poucas tascas da cidade que abre ao domingo, então vale aproveitar

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MOURARIA

Zé da Mouraria

Por mais estranho que pareça, não existe um Zé no Zé da Mouraria. O anfitrião chama-se Virgílio Oliveira, mas está tão habituado a ser chamado pelo nome de batismo do restaurante que responde sem hesitações. E quem era, então, o Zé? O galego que fundou a casa. É obrigatório reservar, a casa costuma ser muito concorrida. E as porções são sempre para duas pessoas, sem exceção.

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Endereço: Rua João do Outeiro, 24. 21 886 5436
Horário de funcionamento: De segunda a quinta-feira das 12h às 16h e de sexta-feira e sábado das 12h às 16h e das 19h à 0h

Melhor dia: Não importa o dia, peça o famosíssimo bacalhau com grão

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Zé dos Cornos

Certo dia, o pai de João Ferreira trouxe uma enorme cabeça de boi para a sua tasca. Foi aí que o até então Zé Carvoeiro passou a ser chamado de Zé dos Cornos. Os cornos ainda estão ali, assim como João, que assegura o funcionamento da tasca desde o falecimento do pai José. Pela manhã, ele geralmente está atrás do balcão cortando presunto e queijos para os clientes que chegam antes do almoço. Os que chegam depois vêm, sobretudo, à procura dos grelhados. 

Endereço: Beco dos Surradores, 5. 21 886 9641
Horário de funcionamento:
De terça a quinta-feira das 12h às 16h e de sexta-feira e sábado das 11h45 às 16h e das 19h às 22h
Melhor dia: Às terças, sextas e sábados – dias de entrecosto (costela) com arroz de feijão

ROSSIO

A Provinciana

O senhor Américo é o simpático dono deste pequeno restaurante, escondido em uma ruela. A lista de pratos do dia é sempre generosa, assim como as porções. Destaque para a galinha de cabidela, para a chanfana (prato à base de carne de cabra) e para o cozido à portuguesa. Mesmo que esteja cheio, vale a pena esperar, já que a maioria dos restaurantes vizinhos não têm sequer metade da qualidade.

Endereço: Travessa do Forno, 23. 21 346 4704 
Horário de funcionamento:
De segunda a sexta-feira das 12h às 15h30 e das 19h às 22h
Melhor dia: A chanfana das terças-feiras tem muita e merecida fama

Merendinha do Arco

Depois de comer uma das famosas pataniscas de bacalhau da Merendinha do Arco, diga: “obrigado, Jesus”. A frase não será sinal de devoção religiosa, mas sim um agradecimento póstumo ao galego, chamado Jesus, que transformou esta antiga garagem de carroças numa tasca, ainda na primeira metade do século passado. A patanisca, um pastel feito com as aparas do bacalhau (que não leva batata, ao contrário dos bolinhos), não é o único atrativo da casa. Há sempre uma lista bem razoável de sugestões diárias, servidas em porções que podem ser divididas.

Endereço: Rua dos Sapateiros, 230. 21 342 5135
Horário de funcionamento: De segunda a sexta-feira das 8h às 20h e de sábado das 12h às 15h

Melhor dia: As pataniscas são servidas todos os dias

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SANTA APOLÓNIA

Maçã Verde

Na grelha só entra peixe fresquíssimo ou boa carne alentejana, como os secretos de porco preto (parte que fica no interior do toucinho). Mas as opções não se esgotam aí: há um farto cozido à portuguesa e um bom choco (espécie de molusco) frito – que rivaliza com o de Setúbal, de onde vem a receita.

Endereço: Rua dos Caminhos de Ferro, 1100. 21 886 8780
Horário de funcionamento: De segunda a sexta-feira das 12h às 15h e das 19h às 23h e aos sábados das 12h às 15h

Melhor dia: Entre segunda e quarta-feira, a cada quinze dias, serve-se a chanfana (prato à base de carne de cabra)

Sardinha

O senhor Duarte, o simpático anfitrião, gaba-se de escolher apenas os melhores ingredientes. Na feijoada, uma das especialidades da casa, só entram carnes e legumes selecionados por ele. O bitoque é outro trunfo. Por isso, não é de se admirar que, mesmo estando numa das zonas mais turísticas da cidade, o Sardinha seja frequentado principalmente por locais, geralmente clientes fiéis de longa data.

Endereço: Rua do Jardim do Tabaco, 20. 21 886 7437
Horário de funcionamento:
Informar-se pelo telefone +351 21 886 7437
Melhor dia: Durante os meses mais frios, quartas e quintas-feiras são dias de cozido à portuguesa 

SANTA CATARINA

Zapata

A casa abriu as portas pouco tempo depois da Revolução de Abril de 1974, que retirou Portugal da ditadura. Mas a maioria das receitas foram inventadas muito antes: da cabidela minhota ao cozido à portuguesa, passando pelo carro-chefe da casa, os filetes de polvo fritos e dourados com açorda (sopa típica do Alentejo), um prato clássico do norte do país que é muito raro de encontrar em Lisboa.

Endereço: Rua do Poço dos Negros, 47-49. 21 390 8942
Horário de funcionamento:
De quarta a segunda-feira, das 10h às 22h30
Melhor dia: Os pratos do dia vão variando a cada semana, com raras exceções

Floresta do Alcaide 

As enormes portas verdes escondem uma tasca tradicional, capitaneada por dona Prazeres, que tem muitos clientes fiéis. Os produtos vêm diariamente do vizinho Mercado da Ribeira. Talvez por isso a maior parte dos pratos não tenha um dia fixo: a tasca prepara as receitas a partir do que tiver no mercado, sejam iscas, feijoada ou até mesmo a ribatejana sopa da pedra, com feijão e muitos embutidos.

Endereço: Travessa do Alcaide, 22A. 21 346 1087
Horário de funcionamento: De segunda-feira a sábado, das 9h às 18h
Melhor dia: Os pratos do dia vão variando a cada semana, então se deixe surpreender 

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