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Wanchako e Divina Gula: as estrelas da cozinha em Maceió

Conheça os restaurantes da capital alagoana estrelados pelo GUIA QUATRO RODAS

Por Anderson Estevan
Atualizado em 16 dez 2016, 08h21 - Publicado em 23 out 2012, 13h25

As belezas naturais de Maceió são, indiscutivelmente, o principal atrativo de turistas à capital alagoana. Mas saiba que, além de praias e piscinas naturais, há outros motivos deliciosos para visitar a cidade: dois restaurantes estrelados pelo GUIA QUATRO RODAS.

Mas não estamos falando de culinária regional. Um deles é o Wanchako, considerado um dos melhores restaurantes peruanos do Brasil. Outro estrelado é o Divina Gula, que serve aquela comidinha mineira com toques caseiros, que também pode vir acompanhada com um bom vinho ou com a mais autêntica cachacinha de Minas Gerais. Ambos se beneficiam da fartura da atividade pesqueira local, que oferece pescados e frutos do mar em quantidade e qualidade.

Wanchako: o segredo dos ceviches peruanos

Há mais de 16 anos à frente do Wanchako, a chef alagoana Simone Bert passou seis anos no Peru aprendendo a decifrar os sabores da gastronomia local. “Aprendi muito com a minha sogra, que é peruana, fiz cursos em Lima e tive contato com alguns dos principais profissionais da cozinha do Peru antes de abrir o restaurante”, diz a proprietária do lugar.

Sem deixar de fora o tradicional pisco sour, o cardápio do Wanchako é praticamente destinado a dois pratos típicos do Peru: os ceviches (peixes curtidos no limão e servidos com batata-doce e milho verde) e os tiraditos (fatias de peixe banhadas em diversos molhos), ambos preparados com o tempero levemente picante dos ajís (pimentas) vermelho e amarelo. Há também opções de petiscos, além de massas e pratos que fazem um mix com a culinária japonesa.

Em busca de incrementar elementos da cozinha novoandina ao menu da casa alagoana, Simone viaja duas vezes por ano para o Peru. Um de seus destinos recorrentes é a província de Trujillo, onde fica a praia de Huanchaco, que serviu como inspiração para o nome do restaurante e é também o local em que seu marido, José Luís, nasceu. A região é também famosa pelos caballitos de totora, embarcações bem peculiares que foram herdadas das antigas civilizações do litoral peruano.

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Nessa constante busca pela integração com o sabor peruano, a chef acabou tendo que adaptar a matéria-prima de seus principais pratos, os peixes. “Um dos principais desafios que tive quando abri o restaurante foi a substituição dos peixes do Pacífico, que não temos por aqui. Resolvi então usar o camurim, um robalo da região que se encaixa como uma luva para os tiraditos e cebiches, por exemplo”, diz ela.

Outra invenção da chef é a preparação de um molho específico para cada prato, o que, em suas palavras, gera uma “explosão de sabor” e torna cada item do menu único. Por R$ 48 é possível provar uma das variedades de ceviche ou tiradito, os carros-chefe do restaurante. Entre as sobremesas, uma das mais famosas é o suspiro limeño, que tem como elementos principais uma combinação entre creme de ovos e suspiro de vinho do Porto e custa R$ 20.

Divina Gula: ô trem bão, sô!

Mesmo sem trabalho e com pouco dinheiro, o engenheiro ambiental André Generoso estava aonde queria: na paradisíaca Maceió. Disposto a não voltar com a esposa para Minas Gerais, sua terra natal, ele decidiu colocar seus dotes culinários à prova e criou o Divina Gula, que já dura 25 anos e continua de vento em popa. ” Vim trabalhar aqui em Maceió, mas acabou não dando muito certo. Para não voltar para casa com as mãos abanando, decidi abrir o restaurante com a minha esposa e tudo deu certo,” diz o chef.

Com três ambientes distintos, o lugar tem um cardápio bem variado. Quem preferir um restaurante com clima mais descontraído pode ficar na área externa; dentro há dois ambientes: um deles um pouco mais rústico, estilo cachaçaria, e outro com cara de bistrô, para quem pretende fazer refeições mais reservadas.

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Autodidata, Generoso aprendeu a cozinhar na fazenda, ainda pequeno, em Sabinópolis, Minas Gerais. Hoje, ele tem em sua equipe mais de 20 funcionários que o ajudam a dar conta do movimento de clientes com muito tutu, macaxeira (mandioca) frita e peixes da região, além de carnes diversas, incluindo algumas variedades de charque (carne seca).

Para acompanhar cada prato, a casa tem à disposição mais de 20 tipos de cachaça e 120 rótulos de vinho. “Desde pequeno já cozinhava, na fazenda, com a minha avó. Quando cresci e fui para a faculdade, cozinhava para os meus colegas de república e criava até cardápios para o pessoal”, fala Generoso.

Fazendo-se valer da fartura do litoral de Maceió, elementos que não costumam estar nas receitas da gastronomia mineira passaram a figurar no cardápio do Divina Gula. Da mistura de cozinhas regionais surgiram pratos como o peixe grelhado com uvas e legumes (R$ 59), que inclui um filé de peixe, salmão ou badejo grelhado, uvas e alcaparras flambadas no cointreau.

“Em um restaurante próximo da praia, não há como não deixar de usar algumas das maravilhas que a região tem a oferecer. Basta adicionar um toque caseiro e até mesmo os pratos com peixes e frutos do mar ganham aquele sabor mineiro. Fazemos isso aqui há quase 25 anos,” ensina o chef.

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