Sorte de decolante
O hotel reservado na Cidade do México estava em reforma. Não poderia haver notícia melhor
O hotel que eu e minha namorada Daniela escolhemos no site da Decolar parecia perfeito para os dias que passaríamos na Cidade do México. Era pequeno, confortável e ficava no bairro Polanco, com fácil acesso ao Museu Nacional de Antropologia e à casa de Frida Kahlo.
Chegando à cidade, pegamos o rumo do Hotel Casa Vieja, mas, ao parar em frente, constatamos que não havia hotel, apenas uma fachada coberta por tapumes. E era evidente que ali havia uma reforma em curso e que não acabaria tão cedo (segundo o hotel, deve terminar neste mês). Enquanto o taxista esperava pelo nosso plano B, um transeunte que abordamos sugeriu um hotel a três quadras dali.
Em suma, o acaso nos levou ao paraíso. O Los Alcobas (lasalcobas.com; diárias desde US$ 275) é a prova de que o sonolento México despertou com uma nova energia, senso de excelência e excitante sofisticação. Trata-se de um hotel-butique inaugurado em 2010 com 35 suítes aconchegantes e que traduzem com perfeição a cordialidade mexicana.
No café da manhã, eu comi nada menos que os melhores croissant e pain au chocolat que provei fora de Paris. O serviço também provou ser eficientíssimo. Quando o roaming do meu celular Claro deu sinais de que não funcionaria, um mensageiro saiu e comprou um chip local.
A indicação do concierge para um jantar não poderia ter sido mais feliz. Anotem: o Dulce Pátria (dulcepatriamexico.com) mereceria ganhar um céu de estrelas Michelin. O proprietário é o simpático Samuel Leizorek, que, junto com a mulher, a chef Martha Ortiz, faz uma cozinha mexicana inventiva. Martha contou que cada prato é desenvolvido a partir de um storyboard em que ela desenha todas as etapas, da escolha dos ingredientes à apresentação.
A divina guacamole com romãs do Dulce Pátria – Foto: Divulgação
A guacamole era extraordinária. Além de vir acompanhado de tortillas e requesón, uma ricota cremosa local, o prato era salpicado de romãs, que acentuavam mais os sabores. O filé de robalo desmanchava na boca e veio acompanhado de uma levíssima pamonha. As quesadillas eram um deleite para os olhos e o paladar. O gran finale foi um pudim que veio dentro de uma caixa dourada e iluminada por baixo. Frida Kahlo aprovaria.
→ *Peter Rosenwald vem tentando fazer guacamole desde que voltou
Leia mais:
Check-in ##– Veja outras reportagens da edição de ABRIL de 2013 da VT
Mais de Peter Rosenwald na VT ##– Bem-vindo a Anavilhanas, a Amazônia como você nunca viu
Dois em uma ##– Cartagena das Índias e Islas del Rosario na mesma viagem