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Roteiro: 48 horas em Gênova, na Itália

Cidade portuária e boêmia, "Zena" (como é chamada no dialeto local) esbanja frescor

Por Lívia Scatena
Atualizado em 5 fev 2020, 17h09 - Publicado em 19 mar 2018, 18h30

Dia 1

9h30: do mar

Galata Museo del Mare, Italia
O Galata Museo del Mare, uma das atrações do porto (Massimo Piacentino/alamy/latinstock/Wikimedia Commons)

Segundo maior da Itália em movimentação de mercadorias e destino de inúmeros cruzeiros que atravessam o Mediterrâneo, o Porto de Gênova é a alma da cidade – espremida entre todo esse aparato marítimo e as montanhas. Conhecido como Lanterna, o farol genovês foi construído no século 12 e pode ser visitado apenas nos fins de semana, das 14h30 às 18h.

E a imensa área do porto passou por duas remodelações para incrementar seu potencial turístico. A primeira, nos anos 1990, para a Expo 92. A segunda, em 2001, para o G8. Ambas foram capitaneadas pelo genovês Renzo Piano, mais importante arquiteto italiano vivo. O lugar ganhou espaço para caminhadas, ótimos restaurantes e cafés – há até um Eataly. O museu mais interessante de Gênova fica por ali.

Acquario di Genova, Itália
O Acquario, outro programa no píer (Francesco Cantone/iStock)

A construção de vidro do Galata Museo del Mare tem acervo interativo sobre a história da cidade, desde a época das grandes navegações. Do último andar, a vista da cidade é deslumbrante. Nessa zona portuária também fica o Acquario di Genova, com seus golfinhos, leões-marinhos, peixes multicoloridos e tubarões, em tanques gigantescos.

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13h30: sanduíches

Parta na direção da Via Aurelia, que separa o porto da cidade. No caminho do almoço, ainda no calçadão, você vai tropeçar no Palazzo San Giorgio, construção do século 13 ornamentada com afrescos. Ali perto fica o Gran Ristoro, portinha simples com 150 itens para combinações de panini. Monte o seu com o saboroso salame di felino! Fecha sábados e domingos.

14h30: ala chique

Palazzo San Giorgio, Itália
Afrescos do Palazzo San Giorgio (Jerônimo Alba/alamy/latinstock/Wikimedia Commons)

A cinco minutos a pé, está a Via Garibaldi (ou Strada Nuova), no coração do Centro. Em menos de 300 metros de extensão, ficam os mais imponentes palácios da cidade, que abrigavam famílias ricas já no século 16. Hoje são sede de bancos, da Câmara Municipal, de lojas de antiguidades ou escritórios. O Palazzo Spinola Gio Battista, no número 6, começou a ser construído em 1563 e foi adquirido quase dois séculos depois pela família Doria, uma das mais tradicionais de Gênova – o enorme lustre que decora o átrio do prédio é o emblema do clã.

No número 7, está o Palazzo Nicolosio Lomellino, que pertenceu a várias famílias desde 1563 até chegar aos atuais donos, descendentes do barão Andrea Podestà. Os afrescos nos dois andares são obras de arte do século 18. O bonito jardim interno é aberto à visitação gratuita, mas, para ver o prédio por dentro, é preciso reservar – visitas individuais acontecem só nos primeiros sábados de cada mês, das 10h às 18h.

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Palazzo Nicolosio Lomellino, Italia,
Entrada do Palazzo Nicolosio Lomellino (Massimo Piacentino/alamy/latinstock/Wikimedia Commons)

O Doria-Tursi, ou Niccolò Grimaldi, é talvez o mais marcante da rua: ligado ao Palazzo Bianco, é imenso e funciona como museu. O jardim é cercado por pórticos. Fecha às segundas, assim como o Palazzo Rosso, que está mais adiante e tem afrescos do século 17 e obras de artistas como Van Dyck. Do terraço, tem-se uma bela vista. O ingresso dá direito a visitas aos palácios Bianco e Tursi.

17h30: gelato de flor

A sorveteria estrelada de Gênova está ali pertinho, no 13-A da Via Cairoli. O Profumo di Rosa, desde 2001, famoso graças ao sabor que leva seu nome, é feito com xarope de rosas.

20h: um pesto

O molho de pinoli, parmesão, pecorino, manjericão, alho e azeite é vedete no restaurante Il Genovese. O carr

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o-chefe é o trofie -massa típica da região, ao pesto. Mas a casa serve ótimos segundos pratos, como bacalhau com batatas.

Dia 2

9h30: docinhos

Vale pular o café da manhã do hotel e ir ao Tagliafico, tradicional pasticeria genovesa (na mesma rua do Il Genovese, no número 31). Vão bem com um capuccino o suflê de ricota, os quadradinhos de chocolate, os biscoitos de base amanteigada ou os bolos. Fecha às segundas e faz uma pausa, das 12h45 às 15h30, aos domingos.

11h: túnel do tempo

Das cidades grandes da Itália, Gênova parece ser a que ficou mais estacionada na Idade Média. Os becos da cidade antiga seguem apertados e escuros – e a modernidade só é percebida pelas palavras de ordem pichadas nas paredes. Nesse miolinho do Centro, são imperdíveis o Palazzo Ducale, do século 18, e a Catedral de San Lorenzo, gótica e listrada. A Piazza Raffaele de Ferrari tem construções imponentes, como o prédio dos Correios italianos, uma fonte no centro e restaurantes ao redor.

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14h: pão da Ligúria

Antico Forno Ursida, Gênova, Itália
No Antico Forno Ursida, Gênova, a foccacia é famosa (Divulgação/Divulgação)

A Via di Porta Soprana tem bares e restaurantes baratinhos, um ao lado do outro. Para uma refeição rápida e típica, pare no Antico Forno Ursida, no 15-R, que faz uma famosa foccacia. A com cobertura de queijo, macia e bem servida, vale como uma refeição, mas prove a de cebola também!

16h: para o alto

Via Garibaldi , Gênova
A Via Garibaldi (realy easy star/tony spagone/alamy/latinsotck/Wikimedia Commons)

Vista de cima, Gênova vira um interessante serpentário de prédios em tons de laranja, amarelo e terracota. Dá para chegar até a cidade alta a pé – há escadas que ajudam a cortar o caminho. A Spianata di Castelletto é uma das terraças mais bonitas de Gênova. Do Centro até lá, são cerca de 15 minutos.

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Anote aí um intrincado, e divertido, caminho certeiro para chegar: pegue a Via Chiabrera, vire à esquerda na Piazze Campetto e, então, à direita, no Vico alla Chiesa delle Vigne; da Piazza della Posta Vecchia, vá em frente pela via de mesmo nome. Na Via Garibaldi, você encontra a escadaria que leva à Salita alla Spianata di Castelletto e, em seguida, a uma outra escadaria, logo à direita, que vai até o largo de onde se tem um panorama completo da cidade: o porto e os prédios.

18h: hora mágica

Lugar escurinho e rústico, espécie de caverninha que bloqueia sinal de celular, o Ai Troeggi serve ótimos vinhos e boas brusquetas, além de frios e queijos. A dois passos da catedral – faça o caminho de volta para encontrá-lo na Via Chiabrera, 61-R. A carta de cervejas é a mais festejada de Gênova. Estique a noite por lá!

Dias de mar

Bairro de Albaro, Itália
Bairro de Albaro, Itália (Julian Castle/Alamy Stock Photo/Wikimedia Commons)

Os moradores de Gênova são apaixonados por praia. Com o balneário superturístico de Cinque Terre logo ao sul, a cidade tem um belo trecho de mar e “areia de pedrinhas”, ótimo para ser aproveitado no verão. Boccadasse, a praia dos locais, fica a cerca de 30 minutos de ônibus da estação central. O trecho para estender a canga fica no bairro de Albaro e lembra Vernazza, uma das terre: barcos de pescadores e prédios coloridos crescendo ao redor do pequeno trecho onde ficam os banhistas.

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Publicado na edição 265 da Revista Viagem e Turismo

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