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Rio Quente: tchibum!

Rio Quente Resorts segue uma estratégia de parque de Orlando – lançar algo novo sempre

Por Betina Neves
Atualizado em 2 jul 2021, 16h52 - Publicado em 28 jun 2012, 14h37

Água quente jorrando da terra é como balão quando cai: todo mundo vai ver. E a Rio Quente e à vizinha Caldas Novas (GO), gente do estado e de mais longe vai desde 1964. Mas foi só em 1997, com a estreia do Hot Park (hotpark.com; de R$ 70 a R$ 95), que a região começou a ganhar a relevância que tem hoje. O complexo turístico Rio Quente Resorts, dono do Hot Park e de oito hotéis na cidade, Top of Mind entre os resorts de campo do Prêmio VT 2011/2012, recebeu em 2011 1,3 milhão de visitantes – mais da metade disso de gente que já conhecia o local e voltava.

O Rio Quente Resorts segue uma estratégia de parque de Orlando: de tempos em tempos se obriga a lançar algo novo. As atrações de 2012 são o Xpirado, um toboágua com área temática, e o Hotel Rio Quente Cristal (rioquenteresorts.com.br; desde R$ 2 148, com permanência mínima de três dias, com meia-pensão; Cc: A, D, M, V), de 196 quartos. Antes disso houve a impactante Praia do Cerrado, com sua areia branquinha. Segundo Manuel Carlos Cardoso, diretor do Rio Quente Resorts, R$ 180 milhões serão investidos nos próximos cinco anos em coisas como o Hot City, um centro de entretenimento noturno inspirado no Downtown Disney, de Orlando, com shopping, restaurantes, cinemas e arena para shows.

Para curtir melhor o Hot Park, o bom mesmo é ficar nos hotéis do complexo, e não nos estabelecimentos mais baratos da cidade de Rio Quente, já que o ingresso do parque vem de brinde e você tem acesso a uma área especial na Praia do Cerrado. Melhor ainda, pode desfutar do Parque das Fontes, um conjunto de oito piscinas naturais formadas por 18 nascentes, com cascatas, ofurôs, duchas e bares molhados. Ele fica muvucado depois das 17 horas, quando o Hot Park fecha, mas a atração é 24 horas. Pense: depois dos shows noturnos e do jantar, dá para voltar às piscinas, sempre quentinhas, agora iluminadas e bem mais vazias, até a hora em que bem entender. Quem sabe amanhecer lá…

Foi ali que viajei no tempo. Eu já conhecia o Hot Park desde meus 8 anos e, nas cascatas do Parque das Fontes, reconheci o lugar onde brinquei com minha irmã. Lembrei-me de ter ali a maior liberdade do mundo, talvez a primeira da minha vida, por poder ir sozinha às águas quentes. A garotada que eu via agora à minha volta, imaginei, devia estar sentindo isso.

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Juntei-me a ela para encarar o Xpirado. Primeiro a gente entra numa sala escura, com um filminho um pouco sangrento para o meu gosto, que conta a história da Vila das Almas, cujos habitantes foram devorados por piranhas. “Desista enquanto há tempo”, tentou assustar o guia, ao me indicar, já em seguida, o caminho por entre casinhas cenográficas coloridas que depois viram uma vila dizimada. Logo chegam os 90 degraus que levam ao topo do toboágua de 32 metros (o Insano, do Beach Park, tem 42). A descida pelo tobogã de 146 metros de comprimento não foi tão pirante, mas mantive os olhos bem fechados. As crianças devem ter no mínimo 1,40 metro para brincar. E não há piranhas lá embaixo.

Depois fui ao Bird Land. “Olha, papai, parece o Blu!”, gritou a pequena Mariana Tavares, de 5 anos, quando viu a arara-azul que a lembrou do filme Rio. A menina corria fascinada entre os 300 habitantes voadores do viveiro. Aberto em 2009, ele é futo de uma parceira com o Ibama e abriga aves e animais vítimas de tráfico e maus-tratos que, dependendo do comportamento, ficam soltos e, quando possível, são devolvidos à natureza. Um veadinho que gosta de afagos e o Vítor, o macaco guariba que estende a mão para quem passa, são outros dois fofos do lugar.

Saindo de lá, eu me esbaldei nos toboáguas, caiaques, rio de correnteza e, meu preferido, o escorregador maluco Half Pipe, em que você desliza numa boia por uma pista em forma de U com 13 metros de altura. Havia ainda a grandiosa Praia do Cerrado, com seus 25 mil metros quadrados e um cenário bonito de rochas, palmeiras e montanhas ao fundo que abraçam as piscinas. É tudo artificial, mas quem liga? Todo mundo vai curti-la de canga, baldinho, pá. Dentista de Divinópolis (MG), Regina Azevedo sintetizou: “Praia sem sal é tudo de bom”. Suas filhas de 3 e 7 anos, que corriam soltinhas pela areia, certamente concordariam.

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