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Roteiro: conheça o Equador, de Quito a Galápagos

Comece a sua viagem admirando a arquitetura barroca das ruas históricas de Quito, a segunda capital mais alta do planeta

Por Daniel Nunes Gonçalves
Atualizado em 9 out 2019, 16h58 - Publicado em 27 jan 2016, 15h39

Cortado pela linha que separa o planeta em dois hemisférios e lhe empresta o nome famoso, o Equador é um país minúsculo, discreto, mas palco de marcos históricos e encantos naturais. Dos resquícios das antigas culturas pré-colombianas à deslumbrante herança arquitetônica dos conquistadores espanhóis; da vertiginosa paisagem andina no continente à riqueza da fauna do Arquipélago de Galápagos, berço da teoria evolucionista de Charles Darwin. Por terra e mar, conheça os caminhos desse destino fora do comum na América do Sul.

Quito é o ponto de partida estratégico para quem quer chegar a Galápagos pelo caminho mais longo e belo: pela estrada, percorrendo 450 quilômetros na Avenida dos Vulcões até a charmosa Cuenca; depois, são mais 200 quilômetros até Guayaquil, metrópole onde se pega o avião até o arquipélago no Pacífico.

O tempo de voo é de duas horas – seriam três se o embarque fosse em Quito. Para quem não tem pressa, gastar uns dias na estrada tem a enorme vantagem de conhecer o continente por terra. O ponto de partida para explorar o Equador não poderia ser mais fácil: a capital.

Dançarinas folclóricas na Praça San Francisco, em Quito
Dançarinas folclóricas na Praça San Francisco, em Quito (Kike Calvo/National Geographic Magazines/Getty Images)

Quito, a capital, tem uma trilha de tirar o fôlego

A 2850 metros do nível do mar, Quito, a segunda capital mais alta do planeta (só perde para a boliviana La Paz, que esnoba do alto de seus 3650 metros) tem o privilégio de aliar o visual dos vulcões a um conjunto histórico e arquitetônico ímpar – além de uma autêntica e preservada cultura indígena.

Superado o eventual mal-estar físico causado pelo estranhamento da altitude, todo visitante logo corre para experimentar o ângulo dos condores andinos. A opção é se posicionar nos terraços de restaurantes transados; a outra, mais tradicional e popular, é embarcar no TelefériQo (escrito assim mesmo, com “Q”), que leva ao Mirante Cruz Loma – um platô localizado ao lado do Vulcão Pichincha.

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Ao fim da subida de 2,5 quilômetros, na vertigem dos 4100 metros (de onde até La Paz pareceria baixinha), dá para conferir quão plana é a metrópole de 2,2 milhões de habitantes. Ali, caminha-se para conhecer a pequena capela construída no local, come-se um algodão-doce, monta-se a cavalo. E, para os muitos ciclistas e mountain-bikers locais, o teleférico é apenas o acesso ao início da trilha para um downhill radical.

Rua histórica de Quito
Rua histórica de Quito (Design Pics/David Duchemin/Perspectives/Getty Images)

A capital do Equador tem um conjunto arquitetônico peculiar

Lá embaixo, bem perto do parquinho infantil instalado na base do teleférico, está o conjunto arquitetônico do Quito antigo que fez do velho lar dos índios quitus a primeira cidade do planeta tombada como Patrimônio Mundial pela Unesco, em 1978. No centro histórico mais bem preservado da América Latina, o espetáculo é do barroco, como se pode notar no interior da Igreja La Compañía de Jesús, praticamente toda coberta de ouro.

Diferentemente do barroco que os brasileiros se acostumaram a ver nas igrejas de Ouro Preto e Tiradentes, a escola barroca de Quito se distingue por misturar elementos mouros, italianos, espanhóis e até indígenas. Tanto primor se espalha por algumas das 40 igrejas da cidade, erguidas em meio a várias construções dos séculos 16 e 17, e também nas cercanias de praças como a San Francisco, charmosíssima com suas ruas de pedra iluminadas à noite por luzes amareladas.

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Entre elas está a Calle La Ronda, a rua mais boêmia do pedaço. Sua vocação turística é inegável, com shows de música e dança regionais, lojas de design e restaurantes de comida típica. Mas quem faz La Ronda ferver mesmo, especialmente nas sextas e nos sábados, são os quitenhos. É o que torna esse programa no centro histórico revitalizado mais autêntico que a fake gringolândia de La Mariscal, a 2,5 quilômetros, que fica na porção nova e mais urbana da capital.

As cores do Equador na Festa da Independência, em Quito
As cores do Equador na Festa da Independência, em Quito (Sergio Mendoza Hochmann/Getty Images)

Explore a linha do Equador em passeios curiosos

Alguns passeios nos arredores de Quito se tornaram clássicos para quem passa mais de dois dias na cidade. O primeiro leva ao lugar que demarca o centro do mundo, a linha imaginária das duas metades da laranja da Terra, que divide-a em Hemisfério Norte e Hemisfério Sul.

A 1h30 do Centro, a latitude zero do planeta é celebrada no monumento La Mitad del Mundo e nos museus kitsch do seu entorno. Ali a brincadeira é observar fenômenos como a água que desce no ralo correndo para lados opostos dependendo do hemisfério em que está. Outro programa famoso aos sábados é a feira indígena de Otavallo, que reúne comerciantes de várias cidades da região.

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Monumento La Mitad Del Mundo, em Quito, Equador
Monumento La Mitad Del Mundo (LinaMon/Flickr)

Guia VT

Ficar
A localização e o glamour da Casa Gangotena são imbatíveis: trata-se de um hotel-butique cheio de personalidade bem diante da Praça San Francisco.

Comer
No centro histórico, o Palacio Arzobispal é um típico prédio espanhol com pátios internos. Ali, dois restaurantes servem comida típida de qualidade: Hasta la Vuelta, Señor… e Café del Fraile. É comum petiscar milhos crocantes, comer frutos do mar de todos os tipos, de paellas a ceviches servidos com pipoca! Entre as carnes, lechóns (os porcos são assados inteiramente num espeto). Os porquinhos-da-índia (cuys) são outra boa iguaria.

Prepara!

Quando ir
No continente, o período de junho a setembro tem dias ensolarados e menos neblina nas montanhas.

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Dinheiro
Dólar.

Língua
Espanhol.

Fuso
-3h.

Documentos
O passaporte deve ter validade de 6 meses.

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Saúde

A vacina contra febre amarela é obrigatória.

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