Existe um bom motivo para que Casablanca seja ainda, para muita gente, apenas imagens em preto e branco de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman em um escuro, fumacento e imaginário Rick’s Café. A maior cidade do Marrocos, acusada de ser (demasiadamente) desorganizada, caótica, é pouco visitada 91-141/2200317 por estrangeiros, que geralmente preferem Marrakesh, Tanger, Fez, Essaouira. O turismo tímido, entretanto, faz de Casa um destino autêntico e cheio de personalidade, especialmente nos últimos anos, quando a cidade vive uma espécie de renascimento artístico, com novos museus e centros culturais. O Abattoirs de Casablanca (Avenue des Oudayas, quartier Hay Mohammadi, www.abattoirs-casablanca.net), inaugurado no ano passado, é uma das melhores expressões da nova fase da cidade. Instalado em um antigo abatedouro, o espaço de 20 mil metros quadrados abriga exposições, concertos e espetáculos organizados com o apoio de instituições culturais marroquinas e europeias. Mesmo distante do centro (e perto da estação de trem Casa-Voyager), certamente merece uma visita. Mais central, o Villa des Arts (Boulevard Brahim Roudani, 30, 52229-5087, www.fondationona.org; Dh$ 10) promove exposições e concertos em uma belíssima mansão art déco dos anos 1930, recentemente restaurada. Ele está próximo do Parc de la Ligue Arabe, o melhor espaço a céu aberto da cidade, ornado de fileiras de palmeiras gigantes e cercado por bons cafés, como a Pâtisserie de L’Ópera (Boulevard du 11 Janvier, 50). Passe lá, experimente um dos deliciosos bolos expostos no balcão e siga para a Place Mohamed V. Ali, caminhe olhando para cima ou você perderá os arremates art déco da antiga prefeitura, do Palácio de Justiça e do gracioso prédio do correio. Do outro lado do Boulevard Paris, o Epsom (na esquina das ruas Tata e Mouftakar, 52222-0746) garante o almoço, com seus grelhados e espetinhos. Faça a digestão caminhando pelos três andares de lojas da Exposition Nationale d’Artisanat (Boulevard Hassan II, 3, 52226-7064), que vende o mesmo artesanato que se encontra nos souks da Medina (no bairro adjacente), mas sem muvuca. Ícone arquitetônico da cidade, o octogenário Cinema Rialto (Rue Salah ben Bouchaib, 52248-7040) está quarteirões à frente, vizinho ao Le Petit Poucet (Boulevard Mohammed V), que merece uma pausa contemplativa – hoje uma espécie de boteco sujo, já foi o bar preferido de personalidades como Camus, Piaf e Saint- Exupéry nos anos dourados de Casa. Atravesse o Boulevard Mohammed V para chegar ao Marché Centrale, onde é possível encontrar especiarias, frutas e outros ingredientes fresquíssimos para um eventual (e oportuno) piquenique na praia.
*O DDI do Marrocos é 212
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