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Planejar uma viagem faz bem para a saúde mental

Pesquisadores concluem que ficamos significativamente mais felizes quando fazemos planos – mesmo que não tenham data definida

Por Giovanna Simonetti
Atualizado em 31 dez 2020, 08h59 - Publicado em 15 jun 2020, 09h44

A pandemia do coronavírus deixou o turismo em pausa. O que não quer dizer que devamos deixar de pensar em viajar. Aliás, planejar uma viagem é altamente recomendável em nome da saúde mental. E quem diz isso são os especialistas.

É fato que viajar faz bem. “Sair do mesmo ambiente e promover o encontro do olhar com outras paisagens pode acalmar, divertir, relaxar, minimizar o estresse da vida cotidiana, além de descansar”, afirma o psicólogo e professor do curso de Psicologia da PUC do Paraná, Cloves Amorim. Pesquisas também apontam que viagens estão associadas ao desenvolvimento de empatia, criatividade, energia e tolerância. Não à toa que viajar pode ajudar a conseguir um emprego com mais facilidade, como mostrou um estudo. Mas planejar uma viagem pode ser tão proveitoso quanto fazê-la? 

Sim, e existem estudos para provar. Uma pesquisa publicada no Journal of Hospitality and Tourism Management em 2019 associou a antecipação pré-viagem à felicidade: ficamos significativamente mais felizes quando temos planos de viajar – e esse sentimento positivo pode ser até mais duradouro do que a viagem em si ou o pós-viagem. Outro estudo, feito pela Universidade de Surrey na Inglaterra, concluiu que o bem-estar e a felicidade de pessoas que têm uma viagem planejada é maior do que aquelas que não têm. 

Ao sairmos de casa, sabemos que será uma ausência temporária e que temos data para voltar. A antecipação, portanto, é uma maneira que temos de aproveitar ainda mais o prazer da experiência. Planejar também nos dá uma perspectiva otimista do futuro. Sabemos que algo bom virá e, em tempos que notícias ruins e incertezas, isso é ainda mais necessário. “Muitas vezes, suportamos um presente difícil e desafiador tendo em vista um futuro melhor”, explica Cloves, da PUC.

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O psicólogo ressalta que, especialmente na quarentena, se ocupar com planos e projetos são alternativas para melhorar o nosso bem-estar. “Ter projetos carregados de emoções, como costuma ser uma viagem, é alimentar o espírito e nutrir de reforços positivos o nosso psiquismo”, diz. Dessa forma, sonhar, pesquisar e organizar uma viagem, além de nos manter ocupados e entretidos, também pode ser algo motivador e tranquilizante. 

Enquanto não é possível ter essas experiências fisicamente, ler livros e sites sobre turismo, assistir programas de viagem e ver fotos de um destino dos sonhos é uma boa forma de sentir o gostinho do mundo lá fora – e, quem sabe, ser o pontapé inicial para organizar uma viagem que está há muito tempo na sua lista de desejos. 

A questão sobre planejar viagens em tempos incertos é não se apegar a destinos e datas específicas. A melhor abordagem é ser o mais generalista possível: focar em aspectos como o tipo de viagem que você quer fazer, com qual companhia, qual ambiente e duração, recomenda Cloves. Dessa maneira, a chance de frustração é menor. 

Em tempo: principalmente no caso de viagens internacionais, só reserve hospedagem e voos quando os órgãos sanitários e as autoridades do destino afirmarem que é seguro. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) lançou uma página que traz a situação dos países e as restrições de viagem de cada um.

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É possível que as fronteiras continuem fechadas para brasileiros por um bom tempo e, por isso, o melhor é evitar comprar supostas ofertas tentadoras de pacotes e passagens aéreas. Uma oferta de viagem no contexto atual só vale a pena se houver flexibilidade de remarcação ou reembolso – e tais condições precisam estar explícitas no contrato. Do contrário, o barato pode acabar saindo caro. No mais, sonhar e planejar é mais do que incentivado.

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