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Os melhores lugares do mundo para mergulhar

Quando ir, como chegar, onde ficar e com quem explorar a imensidão azul em 12 destinos pelo globo

Por Adriana Setti
Atualizado em 14 ago 2019, 20h04 - Publicado em 14 ago 2019, 20h04

• Austrália

Vista aérea da Grande Barreira de Corais (Alamy/Fotoarena/Reprodução)

A maior barreira de corais do mundo serpenteia por mais de 2 mil quilômetros ao longo da costa do estado de Queensland, ocupando uma área de 348 mil quilômetros quadrados. Em seus meandros, vivem 1 500 espécies de peixe, 4 mil de molusco, além de 400 tipos de coral repartidos entre 2 500 arrecifes. 

Mesmo afetada pela pandemia de branqueamento nos últimos anos, em consequência do aquecimento global, a Grande Barreira de Corais abriga um desfile constante de arraias, tartarugas, bacalhaus, garoupas gigantes, golfinhos e tubarões. Com sorte, você ainda pode topar com um dugongo, “primo” do peixe-boi ameaçado de extinção.

A Grande Barreira de Corais vista de perto (Tammy616/iStock)

Nível: de iniciante a avançado.

Melhor época: de agosto a dezembro (mas é possível mergulhar o ano todo).

Como chegar: a principal base de lançamento é Cairns, cujo aeroporto recebe voos diretos de Sydney.

Onde ficar: é possível fazer saídas de mergulho a partir de Cairns, Port Douglas e outras cidades estratégicas. Mas, para chegar aos pontos mais preservados (e menos muvucados), o ideal é apostar em um liveaboard ou ficar hospedado em uma ilha da própria barreira. Algumas abrigam hotéis espetaculares, como o Lizard Island e o Qualia. Mas, na Ilha de Whitsundays, por exemplo, também há hostels, hotéis, resorts e até campings.

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Especialistas: a lista de “operadores de turismo de alto padrão” certificados pela Great Barrier Reef Marine Park Authority é a garantia de qualidade.

Terra firme: quem não mergulha com garrafa encontra ótimos pontos para fazer snorkeling. Também dá para curtir praias estonteantes, tanto nas ilhas como na tórrida costa de Queensland, e fazer voos panorâmicos para ver a gigante de cima.

• Bahamas

Visual de Bimini (andydidyk/iStock)

Com mais de 700 ilhas e ilhotas coralinas, o país é um grande parque de diversões aquático. Próxima de um dos vértices do Triângulo das Bermudas, a Ilha de Bimini está à beira de um penhasco submarino e é banhada pelas correntes do Golfo do México, que trazem tubarões-martelo e tubarões-touro. Para avistar tubarões-tigre, a meca é Tiger Beach, em Grand Bahama. O arquipélago ainda preserva a Barreira de Corais de Andros. Com 350 quilômetros de extensão, é a terceira maior do mundo e fica na costa da ilha homônima, célebre por naufrágios e blue holes que dão acesso a um sistema de cavernas. 

O maior “buraco azul” do país, no entanto, é o Dean’s Blue Hole, em Long Island, com 200 metros de profundidade. Outro hit insólito é The Washing Machine (“a máquina de lavar”). Ao norte de Exuma Cayes, um conjunto de mais de 350 ilhotas coralinas, forma-se uma correnteza poderosa em espiral que empurra os mergulhadores em alta velocidade, fazendo com que rodopiem como se estivessem em uma montanha-russa invisível.

Nível: de iniciante a avançado (para os blue holes, paredes fundas e mergulhos em correnteza).

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Melhor época: convém evitar a temporada de furacões, de junho a outubro.

Como chegar: Há voos para Nassau via Cidade do Panamá e Miami. Da capital das Bahamas partem os principais liveaboards.

Onde ficar: diante de tantas atrações pulverizadas, embarcar em um liveaboard é a forma mais prática de ver um pouco de tudo. A frota Agressor cumpre vários itinerários, bem como o Aqua Cat.

Terra firme: além de ser uma meca do mergulho, as Bahamas são um destino de férias completo, que recebe milhares de cruzeiristas ao ano. Interagir com golfinhos, velejar, fazer caminhadas e entregar-se ao dolce far niente são algumas possibilidades.

• Belize

O famoso Blue Hole (Sime/Simeone Giovanni/Latinstock/Reprodução)

Com apenas 360 mil habitantes, esse diminuto país da América Central abriga a segunda maior barreira de corais do mundo depois da australiana, além de três atóis espetaculares que orbitam em torno desse tesouro caribenho. Em um deles, o Lighthouse Reef, fica o Blue Hole, um dos pontos de mergulho mais cobiçados do globo, que esconde gigantescas estalactites a uma profundidade de 40 metros. 

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O atol ainda tem reentrâncias, pináculos e paredes, como a Half Moon Caye Wall, em que arraias-águias-pintadas e tubarões-lixa estão por todos os lados. Outro ponto de imersão de primeiríssima linha é o Turneffe Atoll, cujo principal estandarte é a Black Coral Wall, na qual é possível observar o raríssimo (e caríssimo) coral-negro a 25 metros de profundidade.

Nível: de básico a avançado (Blue Hole).

Melhor época: o ano todo.

Como chegar: Há voos saindo de São Paulo para Belize City, com escalas. Os barcos da Belize Express Water Taxi conectam Belize City a San Pedro e Caye Caulker.

Onde ficar: o Huracan Diving Lodge, em Long Caye, é o mais próximo ao Blue Hole. No Turneffe Atoll, a boa é o Turneffe Flats. Em Caye Caulker e San Padro, há acomodação boa e barata.

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Centros de mergulho: o Belize Diving Services é o mais confiável de Caye Caulker. Em San Pedro, vá de Ecologic Divers.

Terra firme: não vale a pena para fazer snorkeling no Blue Hole, mas o santuário de pássaros de Half Moon Caye compensa a viagem.

• Brasil

O Morro Dois Irmãos, em Noronha (Camila1111/iStock)

A 340 quilômetros da costa, o Arquipélago de Fernando de Noronha é a maior referência internacional do mergulho em território brasileiro. Banhadas pela Corrente Sul Equatorial, suas 21 ilhas e ilhotas são cercadas por águas mornas (em média, 27°C) e com ótima visibilidade praticamente o ano inteiro. 

Em mais de 20 pontos de mergulho divididos entre o Mar de Dentro (protegido dos ventos, voltado para o Brasil) e o Mar de Fora (mais “temperamental”, voltado para a África), você poderá avistar tubarões, golfinhos, tartarugas, barracudas, meros, arraias… Mergulhadores técnicos ainda podem submergir até 60 metros para ver a Corveta V-17, um navio da Marinha afundado em 1983 cercado de vida.

Nível: de básico a avançado (alguns pontos estão a mais de 40 metros de profundidade e/ou são sujeitos a fortes correntezas).

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Melhor época: o ano todo. Mas, entre agosto e setembro, a visibilidade pode chegar a mais de 60 metros no Mar de Dentro.

Como chegar: voos diretos para o arquipélago partem de Recife e Natal.

A água cristalina do arquipélago, ótima para mergulho (Global_Pics/iStock)

Onde ficar: um achado na categoria econômica – para os padrões locais – é a pousada Mar Atlântico. Mais incrementada, com preços intermediários, a Pousada do Vale também tem alguns bangalôs de luxo para um upgrade.

Centros de mergulho: o Atlantis Divers e o Águas Claras estão entre os operadores bem cacifados no arquipélago para cursos e saídas de mergulho.

Terra firme: o Caribe made in Brazil é sucesso de público e crítica dentro e fora d’água, e um prato cheio para quem pretende se aventurar apenas de snorkel. Nem isso? Então dá para ver o fundo do mar em passeios de barco com fundo de vidro. A temporada do surfe vai de dezembro a março.

• Egito

Margens do Mar Vermelho e o temido Dahab Blue Hole (arielmaor/iStock)

Entre a África e o Oriente Médio, o Mar Vermelho preserva uma quantidade impressionante de corais saudáveis e fauna marinha abundante, a despeito de suas margens habitadas há milhares de anos (e das hordas de mergulhadores). Acessível de Sharm el-Sheikh, Hurghada e Dahab, na Península do Sinai, sua região norte tem naufrágios excelentes – entre eles o mítico SS Thistlegorm, navio britânico que afundou durante a Segunda Guerra Mundial – e belas formações coralinas no Ras Mohammed National Park

Outra celebridade local é o Dahab Blue Hole, o mais perigoso do mundo. Longe da muvuca, a região sul é a joia do Mar Vermelho, com acesso a partir de Marsa Alam, no sudeste do Egito. Em pontos como Elphinstone, há boas chances de encontros com tubarões-martelo, tubarões-galha-branca-oceânico e tartarugas-verdes gigantescas. Em Fury Shoals, estão os corais mais virgens e a maior concentração de golfinhos.

Nível: de básico a intermediário no sul; avançado no norte; e técnico no blue hole (e olhe lá!).

Melhor época: primavera, entre abril e junho, e outono, entre setembro e novembro (no verão, as temperaturas fora d’água podem passar dos 45°C).

Como chegar: Há voos de São Paulo a Sharm el-Sheikh e Hurghada, com conexão em Istambul. Há voos para Marsa Alam das grandes cidades europeias.

Onde ficar: o Mar Vermelho é um dos lugares mais econômicos do mundo para fazer um liveaboard, a maneira ideal de explorar a região. A maioria dos que cobrem o norte partem de Hurghada. Para o sul, as saídas costumam acontecer em Marsa Alam.

Especialistas: a Blue Planet e a Emperor Divers têm quatro iates cada, com diferentes itinerários.

Terra firme: com base em Dahab, os peixes fora d’água podem conhecer os lugares históricos do Monte Sinai. Já em Sharm el-Sheikh, há cassinos e grandes resorts.

• Equador

Vista geral das Galápagos (DC_Colombia/iStock)

A mil quilômetros da costa da América do Sul, as Ilhas Galápagos estão entre as reservas de biodiversidade mais importantes do mundo. Perdidas na imensidão do Pacífico, elas deram fundamento para que Charles Darwin concebesse a teoria da evolução. O que o naturalista britânico não sabia, no século 19, é que as 12 ilhas principais do arquipélago estão cercadas por uma fauna marinha tão abundante e espetacular quanto a terrestre, sobretudo entre as ilhas Wolf e Darwin. 

Ao norte, elas concentram a maior quantidade de biomassa de tubarões do mundo. A convergência de correntes (ricas em nutrientes e desafiadoras em idênticas proporções) atrai mantas, tubarões-baleia, tartarugas, moreias e cardumes infinitos de tubarões-martelo. Em pontos mais rasos, você ainda poderá ter o privilégio de nadar ao lado de iguanas-marinhas e lobos-do-mar.

A diversidade aquática de Galápagos – o que Darwin não pôde ver (LFPuntel/iStock)

Nível: avançado.

Melhor época: o ano todo, mas junho é o mês dos maiores cardumes de tubarões-martelo.

Como chegar: Há voos de São Paulo (com escalas) a Baltra, de onde partem os liveaboards.

Onde ficar: a pedida para ver o melhor de Galápagos é embarcar em um liveaboard ao redor das remotas ilhas Wolf e Darwin, que concentram a maior parte da vida marinha.

Especialistas: a Galapagos Sky e a Tio Top Fleet têm barcos com itinerários distintos.

Terra firme: tartarugas gigantes, iguanas e pássaros são bons motivos para sair da água.

• Fiji

Pôr do Sol em Taveuni (Alamy/Fotoarena/Reprodução)

A 50 quilômetros de Suva, a capital do arquipélago, o vilarejo de Pacific Harbour é de onde partem as expedições para Beqa Lagoon, palco do mergulho com tubarões (atraídos com isca) mais famoso de Fiji. Sete tipos de predador costumam aparecer em grande quantidade, entre eles os tubarões-limão e o temido tubarão-touro, cercados de uma quantidade desconcertante de peixes. Com sorte, um tubarão-tigre também pode dar as caras. 

Na segunda maior ilha do arquipélago, Vanua Levu, o explorador Jean-Michel Cousteau (filho do grande Jacques) fixou um de seus centros de mergulho, no vilarejo de Savusavu. Não foi à toa. A poucos metros da costa há pontos como o Dreamhouse, em que tubarões-martelo e arraias jamantas são avistados frequentemente. Mas a joia da coroa é a Namena Marine Reserve, a uma hora de barco, em que você verá um desfile de barracudas, garoupas e tubarão de várias espécies, além de corais saudáveis e multicoloridos. 

Outra preciosidade fijiana é o Estreito de Somosomo. Entre as ilhas de Vanua Levu e Taveuni, justifica com folga o título de “capital mundial do coral mole”. Entre uma profusão de espécies em cores alucinógenas também está a White Wall. No momento exato em que a correnteza do estreito muda de direção, os pólipos que habitam uma grande parede se abrem em busca de nutrientes, tingindo a parede de branco como uma nevasca.

Fiji mostra por que é a capital dos corais (Alamy/Fotoarena/Reprodução)

Nível: de intermediário a avançado (devido às fortes correntezas no estreito).

Melhor época: o ano inteiro. De julho a dezembro, a visibilidade chega a 50 metros.

Como chegar: o caminho mais “rápido” (cerca de 20h) é voar para Nadi com escala em Santiago do Chile e Auckland, na Nova Zelândia. Mas passagens via Dubai e Melbourne, na Austrália, podem ser mais econômicas. De Nadi partem voos para Vanua Levu e Taveuni pela Fiji Airways e ônibus para Pacific Harbour.

Onde ficar: em Savusavu, o Jean-Michel Cousteau Resort abriga o centro de mergulho do explorador francês. Em Taveuni, o Garden Island fica de frente para o Estreito de Somosomo. Em Pacific Harbour, o Uprising Beach Resort tem bures (bangalôs no estilo fijiano) e um dormitório para mochileiros.

Especialistas: Em Taveuni, o mais profissa é o Taveuni Dive. Em Savusavu, o KoroSun Dive tem os melhores preços e atendimento. Para mergulhar entre os tubarões de Beqa Lagoon, siga os mestres do Aqua-Trek.

Terra firme: Ainda que cercados de mata tropical e algumas cachoeiras, Savusavu, Pacific Harbour e Taveuni não são os melhores destinos de praia do arquipélago. Quem não mergulha faz um melhor negócio indo para as ilhas Yasawas ou Mamanucas.

• Honduras

Um raro momento de solidão no Caribe de Honduras (Lindsay Lou/iStock)

Utila é um dos lugares mais baratos para aprender a mergulhar – e atrai multidões com esse fim. Menos mochileira, a vizinha Roatán completa a dupla de ilhas que congestionam as águas hondurenhas.

Nível: iniciante.

Melhor época: de março a maio e de agosto a outubro (para ver tubarão-baleia).

Como chegar: Há voos para Roatán com conexão em Miami ou Houston.

Especialistas/onde ficar: o Underwater Vision e o Utila Dive Center oferecem acomodação a quem fizer um curso.

Terra firme: as noites são animadas em Utila, mas as praias de Roatán são mais bonitas.

• Indonésia

Mergulho na Indonésia (Strmko/iStock)

Poucos lugares do mundo oferecem tanta diversidade de vida marinha como a Indonésia e suas 17 mil ilhas. A começar pelo Komodo National Park, berço do temido dragão-de-komodo (que você pode ver entre uma imersão e outra). Ainda mais remoto, o Arquipélago de Raja Ampat é mais um objeto do desejo para liveaboards, com seus corais intactos.

Outro lugar que é só tranquilidade e abundância é Pulau Weh, ilha ao norte da Sumatra onde formações vulcânicas são o lar de moreias, peixes-leão, peixes-papagaio, arraias e nudibrânquios. Para ver os seres mais estranhos e insólitos, nada se compara ao Estreito de Lembeh, norte do Sulawesi, figurinha carimbada em documentários de canais como National Geographic, que casa perfeitamente com um pulo na vizinha Bunaken, meca do mergulho em paredes forradas de corais. 

Uma vez em Bali, vale conferir o naufrágio Liberty, com visibilidade incrível e vida marinha idem. E, depois, partir rumo a Nusa Lembongan, onde é relativamente fácil avistar mantas e peixes-lua.

Nível: de básico a avançado (Komodo e Pulau Weh).

Melhor época: o ano todo – a temporada do peixe-lua vai de julho a novembro.

Como chegar: via Doha, a Qatar Airways tem os voos mais econômicos para Bali, conectada a todos os lugares citados por barco e/ou avião.

Onde ficar/especialistas: em Bali, o Tulamben Dive Resort é ideal para acessar o Liberty; em Nusa Lembongan, mergulhe e hospede-se com o Scuba Center Asia; em Komodo e Raja Ampat, embarque em um dos liveaboards da Agressor; em Pulau Weh; o melhor dive resort é o Lumba Lumba; em Bunaken e Lembeh, há unidades do ótimo Two Fish Divers.

Terra firme: em Bali, dá para surfar e visitar templos e praias. Nos demais destinos, só os mergulhadores se divertem.

• Malásia

Água turquesa na ilhota de Sipadan (axel2001/iStock)

A poucos quilômetros da Ilha de Bornéu, a plataforma continental desemboca em um abismo de 600 metros de profundidade de onde emerge o vulcão extinto de Sipadan. A ilha reúne a fauna de arrecife e os gigantes que habitam o mar aberto: arraias, tubarões, baleias… O ápice da experiência é mergulhar em Barracuda Point, rodeado por cardumes infinitos de palometas, “nuvens” de barracudas, tubarões e tartarugas do tamanho de um Fusca. 

O número de visitantes é limitado a 120 por dia e as autorizações para mergulhar devem ser solicitadas com meses de antecedência pelo resort responsável. A média é de dois ou três dias em Sipadan para cada semana de hospedagem na região. Mas há lugares alucinantes para os demais dias, especialmente para quem curte macro diving (imersões em busca de seres pequenos, como cavalos-marinhos, nudibrânquios etc.).

Close de um pedacinho do arrecife de Mabul (fototrav/iStock)

Nível: avançado.

Melhor época: o ano todo. Mas chove mais entre janeiro e março, quando a visibilidade pode não ser tão espetacular.

Como chegar: Há voos até até Tawau, (aeroporto mais próximo), com conexão em Dubai e Kuala Lumpur. De lá, é preciso pegar um transfer (110 km) até Semporna, de onde saem os barcos.

Onde ficar/especialistas: uma vez que não é possível se hospedar em Sipadan, a base mais estratégica é Mabul, onde fica o Scuba Junkie, o melhor dive resort econômico do pedaço. Para uma temporada em alto estilo, vá de Mabul Water Bangalows, que tem bangalôs suspensos em palafitas e piscina.

Terra firme: alguns resorts da região não aceitam hóspedes que não tenham a intenção de mergulhar (a menos que sejam acompanhantes).

Moçambique

Fim de tarde na história Inhambane (Alamy/Fotoarena/Reprodução)

Longe dos holofotes do Sudeste Asiático e do Caribe, a Praia do Tofo é o paraíso africano do mergulho. A 500 quilômetros da capital Maputo, está na rota de passagem de tubarões-baleia, baleias-jubarte e outros gigantes do mar, como mantas e vários tipos de tubarão, em cenários que parecem verdadeiros aquários. 

Em mar aberto, e profundidades que quase sempre ultrapassam os 30 metros, os mergulhos aqui são “com emoção”. A cada saída, é preciso vencer a arrebentação em um bote semiflexível e cair no mar com entrada negativa (ou seja, afundando direto, sem aquela paradinha na superfície).

Moreia na Praia do Tofo (Praia do Tofo/Divulgação)

Nível: avançado.

Melhor época: mantas e tubarões-baleia aparecem o ano todo, mas no inverno (junho a setembro) é quando as baleias pintam na área.

Como chegar: Johannesburgo, na África do Sul, partem voos da LAM para Inhambane, o aeroporto mais próximo da Praia do Tofo, com escala em Maputo, a capital moçambicana.

Onde ficar: o Tofo Mar é o mais incrementado da praia. Para quem prefere um estilo mais rústico, a boa é a Casa na Praia.

Centros de mergulho: o Tofo Scuba e o Diversity são os mais bem estruturados.

Terra firme: Tofo é uma delícia de lugar para qualquer um que goste de praia, sol e sossego e fica a apenas 20 quilômetros do simpático centro histórico de Inhambane.

Tailândia

Koh Tao vista de cima (cherrus/iStock)

No Golfo da Tailândia, Koh Tao é um dos lugares mais baratos do mundo para fazer um curso de mergulho. Ainda que alguns pontos de mergulho pareçam a Avenida Paulista na hora do rush, o visual não decepciona – principalmente se um tubarão-baleia aparecer na área. Uma vez bem treinado, você estará preparado para encarar os melhores mergulhos da Tailândia nas Ilhas Similan e em Richelieu Rock, um dos tesouros submarinos descobertos pelo explorador francês Jacques Cousteau (sempre ele!).

Nível: de básico a intermediário.

Melhor época: driblando as monções, o período ideal é de outubro a abril para as Similan e de maio a outubro para Koh Tao.

Como chegar: Há opção de ir para Bangkok via Frankfurt, mas o caminho mais “rápido” é com conexão em Dubai. Os barcos para Koh Tao e as Ilhas Similan partem de Surat Thani e Khao Lak/Phuket, respectivamente. Para ir da capital até lá, pegue um voo econômico da Air Asia ou da Nok Air.

Onde ficar/especialistas: em Koh Tao, os resorts oferecem acomodação grátis com o curso de mergulho, caso do Scuba Shack e do Simple Life Divers. Para as Similan, o ideal é embarcar em um liveaboard com a Khao Lak Scuba Adventures.

Terra firme: Koh Tao tem praias lindas e uma vida noturna agitada. Nas Similan, a hospedagem limita-se aos bangalôs do parque nacional.

Prova da grande vocação de Koh Tao para o mergulho (themorningglory/iStock)

Saiba+

SEGURO-VIAGEM

Para submergir tranquilo, é preciso ter em mãos um seguro que cubra atividades de risco, geralmente excluídas das apólices convencionais para viagem. Uma exceção é o plano da World Nomads, que prevê assistência em caso de acidentes na prática do esporte, com algumas limitações (deixa de fora mergulho em caverna ou imersões em gaiola com tubarões, por exemplo). 

Para quem viaja com frequência para mergulhar, vale a pena ficar sócio da DAN, organização de pesquisa dedicada à segurança e à medicina do mergulho. Custa R$ 289 ao ano e dá direito a assistência nacional e internacional em caso de acidente em imersões, além de outros benefícios.

O QUE LEVAR

Mergulhar com o próprio equipamento é mais seguro, mas viajar com a parafernália nem sempre vale o esforço. Antes de arrastar peso mundo afora, cheque se a empreitada compensa financeiramente. Em lugares como o Sudeste Asiático, o material completo quase sempre está incluído no preço da saída – e nem sempre há descontos significativos para quem não precisa dele. Um meio-termo esperto é levar o essencial em termos de segurança e conforto (BCD, regulador e computador) e alugar o resto no local.

CURSOS E CERTIFICADOS

Há duas agências internacionais com métodos de ensino e planos de carreira semelhantes, cujos certificados são reconhecidos em todo o mundo: a Padi e a SSI. Em ambas, o curso básico é o Open Water Diver, que permite submergir até 18 metros de profundidade. Mais prático que teórico, o curso avançado ensina habilidades como mergulhar à noite, com correnteza ou em profundidade (até 30 metros). 

Não confunda: ainda que envolva alguns conceitos básicos e que conte como crédito para o Open Water Diver, o batismo (Discover Scuba Diving) não dá direito ao certificado e, portanto, você não pode mergulhar normalmente após a experiência.

Cartilha do iniciante

→ Na condição de bípede terrestre, é natural que você não se sinta como um peixe dentro d’água nas primeiras imersões. Dominar a técnica e deixar medos e aflições de lado leva tempo. Seja persistente.

→ Se a proporção paranoia X diversão não pender para o lado bom depois de um pouco de insistência, pode ser que o mergulho realmente não seja para você.

→ Depois de fazer o curso Open Water Diver, não demore muito para começar a praticar. Caso contrário, todo o calhamaço de informações que você absorveu irá por água abaixo.

→ Enquanto não estiver totalmente seguro embaixo d’água, procure fazer mergulhos fáceis. Não é covardia, é inteligência. Evite imersões com correnteza forte, água fria, mar muito mexido ou lugares com pouca visibilidade.

→ Adquira um pouco de prática antes de fazer o curso avançado. Caso contrário, não aproveitará como deve e se submeterá a um stress desnecessário (mergulhar à noite, por exemplo) para quem tem pouca experiência.

→ Regra para toda a vida: pense mil vezes antes de descer a mais de 30 metros ou mergulhar em lugares perigosos.

→ Uma vez certificado, se você pretende continuar mergulhando, compre um relógio de mergulho. Só assim você terá o controle da sua segurança.

→ Nunca mergulhe se você não estiver se sentindo bem física e (importantíssimo!) mentalmente. Estar a vários metros de profundidade praticando um esporte de risco exige concentração e 100% da potência de seus motores.

→ Liveaboards (viagens em que o mergulhador se hospeda no próprio barco) são intensos e costumam incluir até quatro imersões diárias. Para encarar, é preciso estar em forma, ser razoavelmente experiente e ter estômago forte – para quem enjoa fácil, pode ser a roubada do século.

→ Escolha um centro de mergulho com boas referências e cheque se as condições de segurança são apropriadas antes de embarcar. O barato pode sair caríssimo.

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