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Na minha ou na sua?

Cada vez mais pessoas trocam (ou alugam) suas casas em viagem por meio de sites especializados

Por Simone Saggioro (edição)
Atualizado em 16 dez 2016, 00h49 - Publicado em 10 out 2011, 20h47

Que tal ficar hospedado em uma casa supercharmosa, com cômodos imensos, jardim de ervas, situada em uma vila de 200 habitantes na Provence, sem pagar nada por isso? Ou melhor, dando em troca uma das coisas mais preciosas para qualquer pessoa: a própria casa. Foi assim que a gerente de marketing Georgia Barcellos encontrou o pouso de seus sonhos na Provence. “Acho que estar na residência de um local é uma das melhores maneiras de se conhecer a cultura e se sentir acolhido em um lugar que não é o seu”, comenta. Georgia é cadastrada na empresa Home Exchange (www.homeexchange.com e www.trocacasa.com.br, em português), um dos sites mais antigos de troca de imóveis, presente em 146 países. No Brasil, o número ainda é pequeno: o site possui 355 registros, contra 1 1291 dos Estados Unidos. Mas cada vez mais brasileiros planejam suas férias em sites de troca de casas, retirando os hotéis de suas viagens.

Cadastrar-se no Home Exchange custa US$ 120 por ano e colocar uma casa lá dá um trabalhinho: é preciso detalhar o que há no imóvel e na vizinhança – do número de quartos e banheiros ao aquecimento da água, dos equipamentos eletrônicos à rede wi-fi, dos lugares próximos aos cuidados com as plantas – e colocar fotos. O primeiro contato entre os viajantes é pelo site. A partir daí, as conversas seguem independentes; só compartilham informações pessoais os interessados na troca. Não há número nem período limite para que elas aconteçam.

Como é a troca

No Home Exchange, as trocas podem ser feitas de duas maneiras: simultânea, em que o proprietário ocupa uma casa enquanto a sua é ocupada ou não – isto é, o dono da casa pode trocar a estadia em seu imóvel por um crédito a ser usado em outro período. Neste último caso também é possível conhecer pessoalmente quem ficará em sua casa, explicar o funcionamento das coisas e dar dicas de passeios pelas redondezas. “Os franceses da ‘minha’ casa da Provence quiseram ver com antecedência onde eles iriam passar a temporada em São Paulo. Quando voltaram, um ano depois, foi como deixar a casa para amigos”, conta Georgia.

O sucesso desse modelo de hospedagem está firmemente baseado na lei da reciprocidade, em que o carinho pela casa alheia é manifesto. Na Provence, foi a vez de Georgia ouvir detalhadamente o funcionamento das coisas. E provar da gentileza dos anfitriões.

Outras alternativas

Além do Home Exchange, muitos outros sites possibilitam a troca de imóveis. Nem todos funcionam como ele, exclusivo de troca. Na Airbnb (www.airbnb.com), por exemplo, que tem um universo de 3 mil imóveis no Brasil, há troca também, mas você pode simplesmente alugar uma casa. Gigante e com sede em San Francisco, o site tem mais de 100 mil imóveis cadastradas, em 18 mil cidades de 190 países. Não é cobrada a anuidade, mas fica com um percentual dos aluguéis. Para pesquisar um imóvel na Airbnb, basta digitar as datas da viagem e navegar pelas fotos dos lugares disponíveis. O hóspede pode escolher entre um quarto privativo, um local para dividir com outras pessoas ou ficar em uma casa sozinho. Por outro lado, o anfitrião tem total autonomia para aceitar ou não a reserva. Assim como no Home Exchange, os dados pessoais do host só podem ser acessados ao fim da reserva.

Mas a Airbnb não está sozinha nessa. Neste ano, chegou também ao Brasil o Wimdu (www.wimdu.com), que divulgou um investimento de US$ 90 milhões da incubadora europeia Rocket Internet e do site de compras coletivas Groupon. Seu sistema é igual ao da Airbnb, e a empresa já possui 1 500 cadastros no Brasil e 20 mil no mundo.

O publicitário andré Cantuária, de 27 anos, alugou seu apartamento em Copacabana pela primeira vez, em agosto deste ano, pelo Wimdu, por R$ 150 a diária. A hóspede, a professora Angélica Arcanjo Hartler, que mora em Munique, também estava estreando no Wimdu e gostou da economia. “Fui de férias ao Brasil com o meu filho e duas sobrinhas. Se fôssemos ficar em um hotel, pagaria no mínimo o dobro”. André já tem reservas para até o fim do ano. No Réveillon, ele fechou uma semana por R$ 250 a diária. “Com esse dinheiro, pretendo passar dois meses na Nova Zelândia.”

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TROCO OU ALUGO?

Home exchange

Quantos imóveis

Em torno de 40 mil em 146 países. No Brasil há 355 imóveis cadastrados

Como funciona

Apenas no sistema de troca. Também é possível trocar a estadia por créditos a serem usados em outro período

Negociação

Para iniciar a pesquisa, é preciso se cadastrar no site. O primeiro contato é feito por ele. Daí para frente, não há mais interferência do Home Exchange

Valor

Anuidade de US$ 120

Airbnd

Quantos imóveis

Mais de 100 mil em 190 países. No Brasil há 3 mil

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Como funciona

A troca não é obrigatória. É possível reservar um quarto, um espaço coletivo ou uma casa, sem ter de anunciar a sua

Negociação

O hóspede precisa cadastrar seus dados para fazer uma busca no site. Caso queira anunciar, terá de completar o cadastro com os dados do imóvel

Valor

O host determina o preço da diária. Porém, o hóspede paga de 6% a 12% a mais para o site – ao confirmar a reserva, o site segura o pagamento por até 24 horas, prazo que o host tem para aceitar ou recusar a reserva

Wimdu

Quantos imóveis

Cerca de 20 mil em 50 países. No Brasil, 1 500

Como funciona

Exatamente como a Airbnb. A diferença é que suas atividades no Brasil estão mais focadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis e Salvador.

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Valor

O host determina o valor da diária. O Wimdu cobra uma taxa de 15%, sendo 3% do host e 12% do hóspede

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