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Museu do Seringal apresenta aos visitantes o Ciclo da borracha

Réplica do seringal que foi cenário do filme A Selva ajuda a entender a história da região amazônica

Por Kátia Arima, de Manaus; Fotos: Carolina Mitsuka
Atualizado em 14 jul 2021, 13h33 - Publicado em 4 abr 2012, 19h20

O luxuoso Teatro Amazonas e outras construções imponentes de Manaus são fruto de uma época áurea da economia da região, o Ciclo da borracha, que teve seu auge no fim do século 19 e início do século 20. Para entender melhor esse momento da história brasileira, a sugestão é visitar o Museu do Seringal Vila Paraíso, que fica no Igarapé São João, a 25 minutos de barco a partir de Manaus.

O museu é uma réplica de um seringal que existiu no município de Humaitá (a 450 quilômetros de Manaus) e serviu de cenário para o filme A Selva (2002), dirigido por Leonel Vieira e estrelado pela atriz Maitê Proença. Bem cuidado, o espaço museológico é um projeto da Secretaria de Cultura do Amazonas.

A visita guiada conduz para vários ambientes como a Casa do Barão, ambiente que mescla a rusticidade e sofisticação. Móveis, louças e adornos eram trazidos da Europa e da Ásia para o meio da selva por capricho dos barões da borracha. “As roupas usadas pelo barão e sua família eram enviadas para lavar na França”, conta Judith Guimarães Vieira, que garimpou a maioria das peças exibidas no museu e hoje é guia dos visitantes.

Outro ambiente visitado é o Barracão do Aviamento, onde os seringueiros pegavam seus instrumentos de trabalho e entregavam sua produção em troca de comida. “Eles precisavam produzir pelo menos 50 quilos de borracha por semana para poder retirar a comida. O problema é que nem sempre conseguiam e ficavam endividados”, diz Judith. Aqui, ela mostra a poronga, lamparina utilizada na cabeça pelos seringueiros para extrair o látex das árvores à noite.

Uma curta trilha na mata leva para conhecer as árvores seringueiras. Os guias fazem demonstração da extração do látex e demonstram o processo de defumação, que forma as bolas de borracha (pelas). O calor e a fumaça são conservantes naturais da borracha, explica Judith.

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O passeio também leva para conhecer Casa de farinha, onde era ralada e prensada a mandioca, e a Casa de banho das damas, destinada às mulheres da família do barão – cenário do banho da atriz Maitê Proença no filme A Selva. A capela Nossa Senhora da Conceição também vale a visita. “Era aqui que os seringueiros rezavam por uma vida melhor, o que dificilmente conseguiam”, diz Judith.

A visita ao Museu do Seringal Vila Paraíso é um passeio indicado para quem está em Manaus ou em hotéis de selva na região e tem meio período disponível. Para chegar lá, é preciso pegar um barco: são 25 minutos a partir da Marina do David, no fim da praia de Ponta Negra, em Manaus. É um bom aperitivo da floresta, relativamente perto da cidade.

Museu do Seringal Vila Paraíso

Onde: Igarapé São João, afluente do Igarapé Tarumã-Mirim, margem esquerda do Rio Negro, no Amazonas (acesso somente por barco)

Mais informações no site

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