Continua após publicidade

Miniguia Viagem: vinícolas do Chile

Os tintos, os brancos e os melhores lugares para prová-los no país vizinho

Por Cris Capuano
Atualizado em 16 dez 2016, 08h40 - Publicado em 17 Maio 2012, 15h20

Matéria revisada em 17/06/2015

As indicações da VT em cada vinícola. Os valores dos rótulos sugeridos estão em dólar (US$ 1 = CLP 500). A reportagem completa você lê aqui: Tintos, brancos e muito verde: as vinícolas dos arredores de Santiago

Vale do Colchágua (a 178 km de Santiago)

Berço esplêndido de tintos chilenos, o Vale do Colchágua fica a duas horas da capital pela Ruta 5 na direção sul. São 39 vinícolas, algumas centenárias, e um cultivo de quase 12 mil hectaresde uvas cabernet sauvignon (em ais 8 mil de carménère, merlot e syrah). De carro, comece por San Fernando e siga de lá pela Ruta I-50, a bem sinalizada Carretera del Vino. É importante reservar os tours, que ficam cheios no fim de semana. Para quem não quer dirigir “alto”, vale combinar o passeio para o Colchágua com a associação Ruta del Vino (72/823-199, rutadelvino.cl). De Santa Cruz, o roteiro visita três vinícolas associadas (além das seis citadas, estão na lista Santa Helena, Cono Sur, Caliterra, Los Vascos, Santa Rita, Siegel, Emiliana e Luis Felipe Edwards) com opções de traslado, degustação e almoço para duas pessoas.

1. CASA SILVA

O que há aqui: restaurante, visita à bodega e degustação

A história da centenária vinícola de San Fernando começou em 1892 com a chegada de Emile Bouchon, francês de Bordeaux. Como muitas outras, a família expandiu o cultivo para outras áreas além do Colchágua, como Los Lingues e Lolol, e hoje também produz excelentes vinhosbrancos. As visitas à bodega incluem degustação (saídas às 10h30, 11h30, 15h e 16h). O responsável pela boa qualidade dos vinhos da casa é o sommelier Mario Geisse, que tem negócios no Brasil: ele é proprietário, junto com seus filhos, da Cava Geisse, a qual produz bons espumantes no Brasil, na Serra Gaúcha (RS). O restaurante abre no almoço e no jantar com carta simples de parrillas e peixes. Experimente o caldillo de congrio com sauvignon blanc: uma sugestão é o Cool Coast. (San Fernando, acesso pelo km 176 da Ruta 5, 72/710-204, casasilva.cl; 10h/ 18h30; Cc: A, D, M, V).

Rótulo sugerido: Altura, US$ 198.

Os vinhedos da charmosa Casa Silva, em San Fernando
Continua após a publicidade

Os vinhedos sem fim da charmosa Casa Silva, em San Fernando

2. CASA LAPOSTOLLE

O que há aqui: hotel, restaurante, visita à bodega, degustação (apenas no verão) e passeios de carruagem

A vinícola do Vale Apalta, a 40 km de San Fernando, mostra na visita à bodega o processo manual que gera os premiados vinhos. Seu carménère Clos Apalta 2005 foi eleito pela revista Wine Spectator o melhor vinho do mundo em 2008. A linha Cuvée Alexandre tem bom custo/benefício e uvas diversas, entre elas cabernet sauvignon, pinot, syrah e chardonnay. Está incluída na degustação do tour regular, assim como o Clos Apalta 2009 (saídas às 10h30, 12h30 e 14h). Na Lapostolle também fica o único Relais Chateaux do Chile, o hotel Lapostolle Residence (diárias desde US$ 1 500 para casal, com pensão completa, bebidas e tour). Mais uma curiosidade: em 2011, Kate Middleton escolheu o sauvignon blanc da casa, cultivado no Vale de Cachapoal, para o jantar da noite que antecedeu o casamento real. Não aceita crianças. (Acesso pela Carretera del Vino, km 36, Vale Apalta,72/953-350, lapostolle.com; 9h/18h; Cc: A, D, M, V).

Rótulos sugeridos: Clos Apalta, desde US$ 290; Cuvée Alexandre, US$ 30.

3. MONTES

O que há aqui: restaurante, visita à bodega e degustação

Bom de marketing e bom de vinhos, Aurelio Montes leva seu produto (e também o Chile) às alturas. A versão carménère do Montes Alpha foi “uma soberba interpretação” da uva, segundo o crítico americano Robert Parker. Há um rótulo ainda mais premium, o Montes Alpha M. Dos mais recentes, o carménère Purple Angel ganhou de Parker 93 pontos (em 100) na safra 2006. A arquitetura da sede e dos galpões segue os preceitos do feng shui. E os tais soberbos vinhos são ninados em barris de carvalho franceses ao som de canto gregoriano para “atrair boas vibrações”. No tour (saídas às 10h30, 12h e 15h; com almoço) há degustação de quatro taças. Na versão premium, é possível escolher em uma delas o Purple Angel. (Acesso pela Carretera del Vino, km 36, Vale Apalta, 72/817-815, monteswines.com; 10h/14h e 15h/17h30; Cc: A, D, M, V).

Continua após a publicidade

Rótulos sugeridos: Folly, US$ 155; Alpha M, US$ 176.

4. VIU MANENT

O que há aqui: restaurante, visita à bodega, degustação e passeios de carruagem

A vinícola é da mesma família há mais de um século e desde os anos 1990 vem aumentando a qualidade de seus tintos. Por aqui, pode-se fazer o tour com degustação da linha Premium da casa, a Single Vineyard. É uma vinícola agradável para as crianças, com redes em que os pais podem descansar e realizar tours regulares (saídas às 10h30, 12h, 15h e 16h30) com visita à bodega e passeios de carruagem pelos parreirais. Da cozinha envidraçada do gostoso restaurante Rayuela (12h/16h30) saem carnes como o lomo vetado, corte de contrafilé chileno. O almoço pode ser curtido em mesas ao ar livre sob um caramanchão. (Carretera del Vino, km 37, 72/858-350, viumanent.cl; 10h/18h; Cc: A, D, M, V).

Rótulos sugeridos: Viu 1, US$ 145; Single Vineyard, US$ 65.

O hotel Relais & Chateaux da Lapostolle, no Chile
Continua após a publicidade

O hotel Relais Chateaux da Lapostolle

5. BISQUERTT

O que há aqui: hotel e degustação

A família Bisquertt, uma das mais tradicionais do Vale do Colchágua, emigrou da Espanha ainda no século 19. A vinícola propriamente dita surgiu em 1976, fundada por Osvaldo Bisquertt. Em 2010, um grupo chinês comprou quatro dos seis campos de vinhedos que os Bisquertt mantinham em diferentes áreas do Colchágua. Nos dois restantes, Sebastián, filho de Osvaldo, investe agora em um cultivo dedicado apenas aos vinhos premium. O novo Q-Clay é fruto dessa nova fase. A Bisquertt não oferece tour pela bodega, mas há degustação acompanhada de queijos ou chocolates (2a/sáb 10h30, 12h30, 15h e 17h; US$ 27) na antiga casa-sede, hoje transformada na guesthouse Las Majadas. (Carreteradel Vino, km 50, 9/9343-2112, bisquertt.cl).

Rótulos sugeridos: Q Clay, US$ 38; La Joya, US$ 15.

6. SANTA CRUZ

O que há aqui: visita à bodega, degustação e cafeteria

Continua após a publicidade

A vinícola do Vale do Lolol, construída em 2002, produz 98% de seus vinhos para o mercado doméstico. O barato do lugar é o tour Corpo e Alma (saídas 10h, 11h, 13h,15h, 16h30 e 17h30), em que as crianças degustam suco de uva, passeiam de teleférico até o Cerro Chamán e podem curtir o programa diurno ou noturno do Centro Astronômico. O dono do complexo é Carlos Cardoen,que mantém em Santa Cruzum hotel e o Museo Colchagua,com rico acervo de arqueologiae arte pré-colombiana. (Valedo Lolol, 23 km de Santa Cruz,72/35-4920, vinasantacruz.cl;10h/17h30; Cc: A, D, M, V).

Rótulo sugerido: Tupu, US$ 36.

Veja nas próximas páginas mais vales e mais vinhos

LEIA MAIS:

Tintos, brancos e muito verde: as vinícolas dos arredores de Santiago – reportagem da revista Viagem e Turismo

Destino: Chile, para ser apreciado aos poucos – Hotéis, restaurantes e atrações

Fotos do Chile – As mais belas paisagens chilenas

As indicações da VT em cada vinícola. Os valores dos rótulos sugeridos estão em dólar (US$ 1 = CLP 500). A reportagem completa você lê aqui: Tintos, brancos e muito verde: as vinícolas dos arredores de Santiago

Vales de Casablanca e de San Antonio (a 74 km de Santiago)

Continua após a publicidade

A busca por áreas frias para ocultivo de uvas brancas, comochardonnay, e tintas, comopinot noir, trouxe os enólogoschilenos para perto do Pacífico.A base aqui é Casablanca, masexplore também os vales vizinhos,como Rosário e SanAntonio. Existem muitas vinícolaspremiadas por lá. Casablancacomeça depois do Tunel Zapata,na Ruta 68. A cidade está pertoda praia, a 38 km de Valparaíso.A maioria das vinícolas trabalhasomente sob reserva tanto paraos restaurantes quanto para seustours regulares.

1. EMILIANA

O que há aqui: visita à bodega e degustação

Depois do pedágio do Tunel Zapata, onde mulheres vendem saquinhos de amêndoas a US$ 2, na beira da Ruta 68, fica a entrada dessa vinícola do grupo Concha y Toro. Além de orgânicos, os vinhedos da Emiliana são biodinâmicos, ou seja, produzidos com recursos totalmente naturais, e isso inclui até estudos astronômicos para melhorar o cultivo. O tour regular (2ª/5ª 10h30, 12h, 14h30 e 16h; 6ª/dom 10h, 11h, 12h30, 14h30 e 16h) inclui visita aos vinhedos e degustação básica. Há outros programas bacanas, como harmonização com chocolate e queijos e degustação às cegas, na qual você tem de adivinhar o principal tipo de uva que compõe o vinho. Para casais, a vinícola também tem piquenique. É pit-stop de muitos grupos de excursão que seguem para a praia. (Ruta 68, km 61,5, 9/9327-4019, emiliana.cl; 10h/17h; Cc:A, D, M, V).

Rótulos sugeridos: , US$ 115; Signos de Origem, US$ 35.

2. CASAS DEL BOSQUE

O que há aqui: restaurante, visita à bodega e degustação

Da cidade de Casablanca, basta atravessar a Ponte Santa Rosa para chegar a essa vinícola cheia de charme, dedicada à produção pequena e caprichada de brancos e tintos. Tem degustação e visitas regulares à bodega (saídas às 10h30, 12h30, 15h e 16h30; com degustação). Há também passeios de bicicleta e piquenique. O almoço no Tanino (12h/16h30; Cc: A, D, M, V), restaurante da vinícola, é especialíssimo. Tem pratos como magret de pato com champignon e ervas, que vai muito bem com uma taça de Gran Reserva Sauvignon Blanc (US$15). (Santa Rosa, Casablanca, 2/377-9431, casasdelbosque.cl;10h/16h30; Cc: A, D, M, V).

Rótulos sugeridos: Gran Reserva, US$ 52; Pequeñas Producciones, US$ 50.

3. MATETIC

O que há aqui: hotel, restaurante, visita à bodega, degustação, passeios de bicicleta entre os vinhedos e passeios de carruagem

A vinícola orgânica tem rótulos ótimos e estrutura melhor ainda. Há vários passeios ao ar livre: um deles é o Campo Chileno, que inclui visita à bodega e tours pelos vinhedos de bicicleta ou acavalo, além de degustação e almoço. A visita regular (saídas às 11h, 12h30 e 15h30) inclui degustação da linha Corralillo. O pacote premium inclui a degustação de todos os rótulos da linha EQ, além de proporcionar ao visitante um aprendizado para distinguir syrahs de pinot noirs e sauvignon blancs de chardonnays. A Matetic tem também restaurante com menu degustação (reservar) e o lindo hotel de charme La Casona (diárias desde R$ 1616,00, com jantar, tour e degustação dos vinhos EQ), com sete quartos. (Valedo Rosário, Casablanca, 2/595-2661, matetic.com; 10h/17h; Cc: A, D, M, V)

Rótulos sugeridos: EQ, de US$ 25 a US$ 60.

A linha premium da vinícola chilena Matetic

A linha premium da Matetic

4. CASA MARIN

O que há aqui: hotel, restaurante, visita à bodega e degustação

É famosa pela qualidade de seus vinhos brancos – além de chardonnay e sauvignon blanc, produz vinhos com a uva riesling. Há tours privados com degustação; almoço na casa-sede da família fundadora; e o passeio Vineyard Discovery, com caminhada pelos vinhedos. No meio deles, a vinícola mantém uma charmosa guest house, a Villa Casa Marin (diárias desde R$ 466), com duas suítes. Quem se hospeda tem 50% de deconto nos passeios. (Lo Abarca, San Antonio,2/334-2986, casamarin.com).

Rótulo sugerido: Cipreses, US$ 35.

Veja nas próximas páginas mais vales e mais vinhos

LEIA MAIS:

Tintos, brancos e muito verde: as vinícolas dos arredores de Santiago – reportagem da revista Viagem e Turismo

Destino: Chile, para ser apreciado aos poucos – Hotéis, restaurantes e atrações

Fotos do Chile – As mais belas paisagens chilenas

Mais vales, mais vinhos

Além dos vales do Colchágua, de Casablanca e de San Antonio e Leyda, há outros ainda mais perto de Santiago – um deles é o famoso Maipo, acessível de metrô e táxi desde a capital e com a vinícola mais famosa do Chile, a Concha y Toro.

Aconcagua (a 66 km)

Mais ao norte, o vale tem clima muito seco, quase desértico, e é conhecido por seus tintos (80% do cultivo, especialmente os que seguem o curso do Rio Aconcagua, na borda dos Andes). Cada vez mais a Viña Errázuriz (errazuriz.com), da região e respeitadíssima pelos enólogos que visitam o país, tem direcionado seu cultivo para o Pacífico, onde os ventos da manhã são frescos como os vinhos sauvignon blanc. Para levar para casa, tente encontrar o KAI Carménère (US$ 250) ou um La Cumbre (US$ 145).

Curicó (a 189 km)

A cidade é acessível em viagem de trem (2h30 a partir de Santiago). Um terço do cultivo de seus vales é dedicado à tinta cabernet sauvignon. A associação Ruta del Vino Valles de Curicó (rutadelvinocurico.cl) recebe os visitantes na estação e os leva para programas que visitam duas ou três das 14 vinícolas associadas. O passeio de dia inteiro inclui traslados, tours em três vinícolas e almoço incluído.

Leia mais:

Sumário – As reportagens da VT (maio/2012)

Publicidade