Um novo programa arqueológico foi aberto ao público hoje (19) no México. Trata-se da cidade de Atzompa, em Oaxaca, pertencente à civilização zapoteca, uma das principais culturas mesoamericanas pré-colombianas com aproximadamente 2.500 anos de história. Estudiosos apontam que nela viviam importantes personagens de Monte Albán, capital zapoteca cujo apogeu teria sido de 650 a.C. a 900 d.C. e reconhecida em 1987 pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.
A cerimônia de abertura do sítio arqueológico ao turismo teve a presença do presidente do México, Felipe Calderón. “A cidade de Atzompa era não apenas um bairro de Monte Albán, mas um lugar de sacerdotes e governantes”, disse o chefe de Estado mexicano.
Um dos campos para o “jogo de pelota” em Atzompa, cidade da civilização zapoteca – Foto: INAH/Divulgação
Atzompa ocupa uma área de quatro quilômetros quadrados de extensão em que se destacam, entre outras estruturas, templos, adoratórios e três campos de “jogo de pelota”, além de câmaras funerárias com mais de 1.100 anos – uma delas decorada com impressionante pintura mural que faz alusão ao ritualístico “jogo de pelota”.
“As primeiras explorações em Atzompa foram realizadas na década de 1940”, destacou Nelly Robles García, coordenadora nacional de arqueologia e diretora do Projeto Arqueológico Conjunto Monumental de Atzompa. Apesar disso, os trabalhos de limpeza e restauração do complexo só foram retomados em 2007. Agora, finalmente, o sítio arqueológico está apto a receber visitantes.
Complexo arqueológico de Atzompa, em Oaxaca, pode ser visitado todos os dias, das 9 às 17 horas – Foto: INAH/Divulgação
Nelly Robles esclareceu ainda que desde o início dos trabalhos a ideia era interligar Atzompa com a Praça Principal de Monte Albán, que recebe um afluxo turístico de 700 mil visitantes por ano. “Temos como meta direcionar ao menos parte desse contigente para a nova área aberta ao turismo.”
A cidade de Santa Maria Atzompa, em Oaxaca, servirá de base para os visitantes, envolvendo assim a comunidade local na atividade turística. “Hoje em dia temos que reconhecer a arqueologia como um grande recurso para o desenvolvimento social e econômico dos grupos indígenas. Em Oaxaca não há indústrias e, por isso, o legado cultural deve ser uma das grandes vertentes de desenvolvimento, sempre zelando para que as comunidades locais estejam integradas ao processo”, disse Nelly Robles.
Em exibição no museu de Atzompa, peça representa mulher da elite zapoteca – Foto: INAH/Divulgação
Além do sítio arqueológico, os visitantes poderão conhecer o Museu Comunitário de Atzompa, onde são exibidas 140 peças pré-colombianas da cultura zapoteca. Anexo ao centro cultural há também uma oficina de artesanato em que são produzidas peças utilizando as técnicas autênticas desenvolvidas ao longo dos séculos na região. Ali também funciona um laboratório dedicado à análise e restauração dos materiais encontrados no sítio arqueológico.
O complexo de Atzompa pode ser visitado de segunda-feira a domingo, das 9 às 17 horas. Entrada franca.
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