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Guia de sobrevivência em viagens: respostas para 67 questões

É verdade que beber no voo deixa mais bêbado? Que dá para se hospedar de graça? Veja essas e outras respostas aqui!

Por Barbara Ligero, Laís Ribeiro
Atualizado em 4 dez 2019, 18h30 - Publicado em 13 ago 2018, 18h42

GRANA

(Nuthawut Somsuk/iStock)

Cartão de débito pré-pago não vale a pena?

Carregar grana viva pode ser arriscado, então vale para quem não quer surpresas na fatura nem se sujeitar às mudanças de câmbio. Contras: nem sempre pedem senha para cartões pré-pagos; e, desde dezembro de 2013, o IOF cobrado lá fora subiu de 0,38% para 6,38%, igualando o imposto do seu cartão de crédito, que te dá milhas e requer senha. Também foram a 6,38% os saques e as compras com cartão de débito comum.

O city pass é sempre uma boa?

São legais para caçar pontos turísticos quando se vai a uma cidade grande pela primeira vez. O New York City Pass de um dia, por exemplo, sai a US$ 127 e inclui mais de 90 atrações, como bus e barco hop-on/hop-off — ao comprar bilhetes avulsos, um roteiro de 24 horas lá, com seis atrações, custa até 70% mais – e muitos desses passes furam filas.

Há reembolso de impostos que paguei lá fora?

Em viagens de até três meses a países como Argentina, Canadá, México, Turquia e União Europeia, dá para restituir o Imposto de Valor Agregado (IVA) de compras em lojas com os dizeres: “Tax free shopping”. O valor varia – na França, são 12%.

É assim: a) diga ao vendedor que vai pagar sem imposto; b) ele checa seu passaporte e lhe dá um formulário para você apresentar na alfândega do aeroporto no dia da volta ao Brasil, antes do check-in – é legal ter as mercadorias à mão, pois podem ser solicitadas; c) feito isso, opte pela forma de devolução.

Se preferir em espécie, irão te mandar a um guichê específico, sempre lotado. Se quiser via cartão de crédito (demora até três meses), bote o formulário validado num envelope, deposite na caixa de correio do aeroporto e guarde a outra via desse formulário.

Não dar gorjeta na gringa pode ser uma ofensa?

Enquanto nos Estados Unidos as gorjetas são mais que esperadas, no Japão o ato de dar uma gratificação em dinheiro, pasme, pode até ser considerado ofensivo. Para não errar, a página do Tip Advisor ensina como funciona o esquema de gorjeta em 49 países, tanto nos restaurantes como nas hospedagens e nos táxis da vida.

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US$ 4 000?!
Ex-astro do basquete, o americano Shaquille O’Neal afirmou no talk-show do apresentador Jimmy Kimmel que, quanto mais rápido vem a comida, maior é a gorjeta, e que, na hora da conta, ele sempre pergunta quanto o garçom ou a garçonete quer pelo serviço. Certa vez, uma moça lhe pediu US$ 4 000, pois, com aquele dinheiro, conseguiria pagar dois meses de aluguel. E ele deu.

 

GORJETA

BARES E RESTAURANTES TÁXIS HOTÉIS
ÁFRICA DO SUL Costumam lançar na conta entre 10% e 15% 10% do preço da corrida; 10% a 15% se for safári Carregador de mala e camareira: 12 rands (cerca de R$ 3,34)
ALEMANHA Opcional, não vem na fatura, mas dê 5% ou 10% 5% a 10% – ai, é agradecer com um bom “danke” Carregador: € 1 por mala; camareira: € 1 a € 2 por dia
ARGENTINA É raro vir na fatura, mas esperam ganhar 10% Se o serviço brilhar, arredonde até 3 pesos Carregador: 2 a 5 pesos; camareira: 15 pesos por dia
AUSTRÁLIA Não esperam; se você curtir muito, deixe 10% Nada Basta US$ 1 por mala para o carregador
CANADÁ 15% a 20% da quantia; em bares: CAD$ 1 por drinque 10% a 20% + CAD$ 2 ao porteiro que chama o táxi Carregador e camareira: CAD$ 2 a CAD$ 5 por dia
CHINA A maioria não aceita: é obrigação o bom serviço Taxistas costumam não admitir gorjetas Não esperam, a não ser num hotel bem chique
COLÔMBIA A maioria acrescenta 10% na fatura, confira Não precisa Portador de mala: 1 000 a 2 000 pesos por vez
CUBA Dê 10% a 15% ao funcionário; difícil vir na conta Doe 10% do preço final — para os guias também Os salários são baixos: vai da sua consciência
ESTADOS UNIDOS 15% a 20% da conta; em bares: US$ 1 por drinque 10% a 15%, de acordo com o serviço Camareira: US$ 2 a US$ 3 por dia; concierge: US$ 5
FRANÇA A conta tem 15% extras; há quem deixe outros € 2 10% do valor da corrida e c’est fini Carregador: € 1 por mala; camareira: € 1 por dia
ITÁLIA Restaurantes põem 10% na conta; bares: € 1/vez É incomum dar — no entanto, eles gostam € 1 por dia à camareira e € 1 por mala ao carregador
JAPÃO Não precisa dar — eles podem até se ofender Nada Não é comum, um bom “arigatô” é o bastante
PORTUGAL 10% no restaurante (veja se lançaram); bares: € 1 por dia Arredonde até € 5 Carregador: € 1 a € 2 por mala
RÚSSIA 5% a 10% no restaurante; nada para os bartenders Não precisa Por mala, 20 rublos (cerca de R$ 1,17); camareira: 50 rublos (cerca de R$ 2,91)

SAÚDE DO VIAJANTE

(alexandrumagurean/iStock)

Algumas vacinas são obrigatórias em conexões?

Sim. O Brasil é tido como área de foco de febre amarela, então muitos países da África, Ásia e também da América do Sul e Central, como Colômbia e República Dominicana, exigem que o visitante tenha sido imunizado antes de desembarcar, mesmo em conexões.

Outras vacinas que podem ser pedidas, dependendo do país, são as que imunizam ante hepatite A, raiva, febre tifoide, meningite meningocócica e poliomielite.

Dá para aliviar enjoo no carro?

A movimentação excessiva do veículo na serra e a mudança de pressão alteram o equilíbrio central do corpo, o que pode culminar em náuseas. A tática é evitar tomar café ou álcool e se empanturrar de comida. E nem pense em ler durante o trajeto. Se você enjoa fácil, tome um antiemético, remédio que ataca o enjoo, antes de pegar a estrada – a não ser que vá guiar, já que alguns deles provocam sonolência.

Fazer seguro de viagem é sempre vantajoso?

Não é apenas vantajoso: ao viajar aos 27 países da Europa que fizeram o Tratado de Schengen, é obrigatório portar um seguro de viagem com, no mínimo, € 30 000 de cobertura.

Mesmo que não for mandatório, o seguro é sempre recomendável, pois ele costuma prever reembolso de estrondosas despesas médicas, dar suporte jurídico, indenização por extravio de bagagem e auxílio em caso de perda ou roubo de documentos. E atenção: ao comprar passagens aéreas com categorias elevadas de cartão de crédito, como Platinum e Infinite da Visa e Platinum e Black da Mastercard, você garante o direito ao seguro de viagem de graça.

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Ingerir álcool na altitude ou no voo deixa bêbado mais rápido?

A Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil (Abrapac) afirma que sim, e a responsável é a pressão atmosférica no avião, que é equivalente à de uma cidade a 2 400 metros acima do nível do mar: é que, como a maior parte das pessoas está acostumada com altitudes menores, isso já altera a circulação sanguínea e aumenta a velocidade e o grau de absorção do álcool.

A asa é o lugar mais seguro do avião?

As chances de uma aeronave cair são mínimas, uma em 1,2 milhão, e a maioria dos especialistas prega que não existe nenhuma posição mais segura no avião, já que as circunstâncias da queda são definitivas para os tripulantes.

Ainda assim, segundo uma análise de dados da National Transportation Safety Board, órgão de segurança em transporte dos Estados Unidos, quem conta com mais chances de sobreviver são os passageiros que estão na parte traseira das aeronaves.

Existem truques para diminuir os efeitos do fuso horário e do jet lag?

Uma estratégia é tentar adaptar-se aos horários do destino antes de embarcar, seguindo horários de refeição e de sono conforme o fuso do destino, de acordo com o Centro Brasileiro de Medicina do Viajante. Ajuda também ter uma bela noite de sono antes da viagem e evitar ingerir álcool, cafeína e energéticos.

Algumas pessoas escolhem dormir durante o voo, mas a efetividade dessa técnica depende da facilidade para adormecer de cada um: se, para você, é difícil apagar, invista em um voo que desembarque no destino à noite e vá dormir logo em seguida para tentar ajustar seu relógio biológico.

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Há truques para desentupir o ouvido no voo, até dos bebês?

Entupimento e dor de ouvido podem pintar por causa da mudança brusca de pressão que rola quando a aeronave decola ou pousa, o que talvez provoque também outras chatices, como dor de cabeça.

Dicas: nas decolagens e aterragens, masque chiclete, chupe bala, boceje ou apele para a chamada “manobra de Valsalva” – com a boca fechada e o nariz tampado, force o ar em direção aos ouvidos.

E isso, claro, atinge os bebês. Se demonstrarem incômodo, mamar no peito ou na mamadeira pode atenuar o problema, pois o ato de sugar e engolir alivia a pressão nos tímpanos dos pimpolhos.

Longas viagens expandem os gases?

Pois é, os gases do seu corpo expandem-se até 30% no avião, segundo estudos da Anac. O jeito é fugir de alimentos como feijão, lentilha e repolho, que turbinam os gases e perturbam a digestão.

Outro ponto de atenção é a circulação. A limitação para se movimentar diminui o vai e vem de sangue e eleva o risco de tromboses, coágulos venosos nas pernas que, em casos extremos, podem parar no coração.

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Então, em voos compridos, procure levantar e dar umas andadas, alongar as pernas. Se a viagem é de carro, umas paradinhas ajudam. Em ambos os meios de transporte, meias elásticas de compressão contribuem para a prevenção de trombose.

VOOS

(manop1984/iStock)

Agora, eu sempre terei que pagar para despachar minhas malas?

Até junho de 2017, as aéreas despachavam bagagens de graça, mas a Anac mudou isso, ficando a critério de cada uma cobrar ou não. O bom é que o limite de malas de mão deve ser de, no mínimo, 10 quilos para voos nacionais e internacionais – antes, era de até 5 quilos.

Mas as vantagens param por aí: a Azul, por exemplo, tem uma tarifa R$ 60 a R$ 80 mais barata para quem não despacha bagagem. Já a Latam exige R$ 49 para o primeiro volume despachado em voos nacionais, quando o serviço é comprado antecipadamente, e reduziu o limite internacional gratuito: de dois volumes de 32 quilos cada um a dois de 23 cada, mesma medida adotada pela dupla Air France e KLM.

A Gol, por fim, quer R$ 50 pela primeira mala despachada nos trechos nacionais, mais R$ 70 pela segunda e R$ 80 pela terceira, e, nos voos gringos, US$ 50, US$ 115 e US$ 165, respectivamente. Essas tarifas são válidas para reservas online – nos outros canais ou pessoalmente, tendem a custar o dobro.

Tem como conseguir um upgrade gratuito?

Além de aderir aos programas de fidelidade das companhias, um jeito de aumentar suas chances de voar de executiva é viajar sozinho e com roupas não tão casuais. É mais difícil de segunda a sexta, quando os voos costumam estar repletos de executivos nas classes mais altas ou quando você pede previamente pratos especiais, preparados com antecedência.

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Vale a pena voar de premium economy?

Em voos curtos, nem tanto: a diferença de espaço costuma ser de 5 a 10 centímetros e o preço não compensa, pois são poucas horas. Nos voos internacionais, sim, as pessoas mais altas ficarão gratas pelo espaço extra para as pernas.

Dá para arrematar voos mais baratos online ao limpar meu histórico?

Sim. Quando for pesquisar uma passagem nos sites das aéreas, limpe o histórico do seu computador a cada dia, pois as companhias utilizam os dados da sua pesquisa para aumentar o preço dos voos de seu interesse, sobretudo se você os procurou repetidamente em um curto período.

Outro truque é pesquisar os bilhetes de forma anônima, assim você não deixa rastros. No Google Chrome, por exemplo, na parte superior direita, clique nos três pontinhos ao lado da barra de endereços e, depois, em “Nova janela anônima” – na internet acha-se como fazer isso em outros navegadores, como o Firefox, e dispositivos como smartphones.

Existe melhor dia ou horário para comprar passagens?

Mundialmente, as compras feitas aos domingos, com pelo menos 22 dias de antecedência à data do voo, costumam ser o melhor negócio, segundo revelou um levantamento feito pela Expedia em parceria com a Airlines Reporting Corporation. Ou seja, é inútil adquirir as passagens com grande antecipação.

Outro mito é a existência de promoções relâmpago durante a madrugada. A Azul, por exemplo, é taxativa ao afirmar que as promoções acontecem independentemente do horário de acesso aos canais de vendas da companhia.

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A gente vai economizar ao voar para aeroportos alternativos?

Um levantamento do Skyscanner apontou que viajar a Londres pode sair 24% mais em conta se você voar para o aeroporto de Gatwick, em vez de Heathrow – considerado o principal de Londres. Na dúvida, simule. Uma dica para ter resultados que incluam aeroportos menores é selecionar a opção de destino que indica “Todos” ou “All” ao lado da cidade escolhida.

É mais barato voar durante a semana?

O que vale é a lei da oferta e da procura. Segundo a Latam, os voos com maior disponibilidade e, portanto, mais baratos, são os das terças e das quartas-feiras. A mesma lógica vale para os horários: os que saem no meio do dia ou de madrugada são mais em conta. Já os trechos a destinos fortes em negócios, como São Paulo e Brasília, são mais acessíveis no fim de semana, assim como as hospedagens.

Tenho como saber se o meu voo está confirmado?

O aplicativo FlightAware monitora status de voos no planeta todo, trazendo informações como a duração da viagem e o mapa com a rota. Para acompanhar os trechos domésticos brasileiros, o app Infraero Voos Online funciona bem.

O comissário pode prender um passageiro?

O Código Brasileiro de Aeronáutica determina que o piloto é a autoridade máxima dentro do avião, estando acima de qualquer outra pessoa a bordo, ainda que ela seja um político, um policial ou um militar.

Isso dá autoridade suficiente para que o piloto mande a tripulação conter fisicamente um passageiro descontrolado, em situações sem possibilidade de diálogo. Segundo a Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil (Abrapac), a bordo sempre existem fitas “tie wrap”, que podem ser empregadas para imobilizar braços e pernas ou até mesmo prender o(a) arruaceiro(a) no assento.

Companhias ditas low cost são mais baratas que trem?

Geralmente, sim: vencer a distância entre Londres e Paris, por exemplo, pode custar € 44 voando com a companhia de baixo custo EasyJet e € 50 sobre os trilhos da Eurostar.

No entanto, é necessário colocar na ponta do lápis a relação custo/tempo. Ao contrário das estações de trem, os aeroportos costumam ficar distantes do centro da cidade, o que pode significar um gasto a mais no trajeto até o hotel. Além disso, ir de avião pressupõe chegar com duas a três horas de antecedência ao aeroporto, enquanto que nas viagens de trem bastam de 15 a 30 minutos prévios.

As aéreas low cost mais consagradas são a irlandesa Ryanair e a inglesa EasyJet. E há caçulas no mercado como a colombiana Wingo, a argentina FlyBondi e a espanhola Level. Na dúvida, o GoEuro compara os preços entre passagens de trem, ônibus e avião.

Quem perde um voo de ida está impedido de pegar o de volta?

Em voos nacionais, as novas normas da Anac proíbem que a volta seja cancelada caso o passageiro não compareça na ida, basta o passageiro avisar a empresa. Nos trechos internacionais, você também tem de avisar a companhia.

Em caso de desistência ou imprevisto, notifique a aérea antes do horário da decolagem e seu voo de volta será mantido sem custo extra. Ao não fazer isso, a reserva é automaticamente cancelada e a empresa pode exigir mais grana de você para manter seu bilhete.

PERRENGUES

(gustavofrazao/iStock)

Algumas conexões exigem vistos de trânsito?

Sim, então é importante checar as regras do seu país de conexão antes de embarcar. Nos Estados Unidos e no Canadá, é obrigatório apresentar o visto de trânsito, que dá direito a uma permanência máxima de 48 horas.

Um caso mais específico é o da Etiópia, cuja capital, Adis Abeba, está se tornando um hub com a Europa e a Ásia: não existe visto de trânsito, mas é necessário tirar o visto de turismo caso você deseje sair do aeroporto, independentemente do tempo de conexão.

Nunca posso viajar com o passaporte com menos de seis meses de validade?

Geralmente, cada país de destino tem um período mínimo definido, variando de um a seis meses, exceto nos EUA, em que dá para ingressar com o passaporte válido até o limite da sua estadia. É uma medida um pouco sem sentido, pois as nações não permitem que o viajante permaneça em seu território por mais de 90 dias como turista.

Só o consulado salva em caso de prisão lá fora?

Não interessa se você tem culpa ou é inocente: a primeira providência é comunicar o consulado brasileiro. Na página do Itamaraty, você acha todos os contatos de representações tupiniquins pelo planeta, com telefones e endereços. Caso estoure uma guerra ou a região em que você se encontra seja acometida por um desastre natural, também vale avisar o consulado.

É possível rastrear meu celular se eu perdê-lo?

É, sim, algo precioso em tempos em que os aparelhos fazem papel de câmeras. Com o app Wheres My Droid, você consegue obter a localização do celular por GPS, fazê-lo tocar, vibrar e ainda proteger as senhas para que nenhum engraçadinho tenha acesso aos seus arquivos. Basta acessar de qualquer outro aparelho que utilize o sistema Android.

Você é do iPhone? Aposte no Find My Phone, que localiza, em um mapa, onde seu iPhone foi parar e o bloqueia a partir de qualquer outro dispositivo iOS.

Mulheres não devem viajar sozinhas a países mulçumanos?

É mito, porém esse tipo de viagem requer precauções para evitar situações desagradáveis ou casos de assédio. “Não use shorts curtos e blusas decotadas, peça ajuda no hotel ao precisar de táxi e não vá ao deserto ou saia à noite sozinha”, indica Regina Coutinho, que já foi ao Marrocos três vezes pela Siroco Tours, agência especializada em Marrocos. “Se há perigo, grite ‘Police'”, emenda.

As mesmas dicas valem para o Oriente Médio. Em sua página, a embaixada do Brasil em Abu Dhabi esclarece que o uso do véu é mandatório em mesquitas e que biquínis são aceitos em praias e piscinas – mas nem pense em topless.

Nos Emirados Árabes, as pessoas podem se beijar em público?

Turcos e libaneses costumam beijar bochechas. Nos Emirados Árabes, em locais públicos, qualquer coisa além disso é ilegal e dá cadeia. Até há beijos em bares e afins, mas é arriscado. A embaixada de Abu Dhabi também alerta que beber álcool só é permitido em restaurantes e botecos, e que é ilegal coabitar, mesmo em hotéis, com pessoas do sexo oposto fora do casamento.

PACOTES

(dima_sidelnikov/iStock)

É mais em conta adquirir pacotes com muitíssima antecedência?

Antigamente, as operadoras de viagem costumavam fazer um saldão de pacotes de último minuto para ocupar todas as vagas. Isso não existe mais porque o mercado passou a conviver com uma demanda maior de viajantes.

Ainda é possível encontrar, ocasionalmente, promoções “last minute”, mas, de modo geral, a aposta melhor é comprar com antecedência o pacote para desfrutar das ofertas de “early booking” com os fornecedores – hotéis, aéreas, e guias ainda estão com maior disponibilidade na agenda, de modo que se tornam mais generosos na hora de cobrar.

Existe diferença entre operadora e agência?

Sim. O Procon confirma: operadoras são as empresas que elaboram pacotes: negociam diretamente com hotéis, aéreas, passeios – em tese, têm mais cacife para cobrir um eventual chabu na viagem. Já as agências normalmente revendem pacotes das operadoras.

Comprar pacote é mais caro que ir por conta?

Nem sempre. Observe a relação custo/benefício. Se você viaja para Nova York, que conta com bela infraestrutura e oferta de informação turística, pesquisar e montar o próprio roteiro pode ser fácil e mais barato. Já em uma jornada à Tailândia, por exemplo, é vantajoso e consome menos tempo amarrar um pacote com traslados, hotéis e tours com guias.

Mais: se tiver contratempos no aeroporto ou na hospedagem viajando por conta, terá de lidar sozinho com a dor de cabeça, enquanto as agências, segundo o Procon, devem se responsabilizar por eventuais problemas. Por fim, algumas operadoras têm acordos com fornecedores, algo que pode baratear a história.

Posso ir a tours guiados por nativos?

Para fazer amigos que vivem nos destinos que você visitará ou achar turistas que estão indo para lá, acesse o Couchsurfing, que, além de garantir a acomodação grátis, promove encontros entre viajantes e nativos: crie o perfil, olhe quem está disponível e envie uma mensagem.

Há ainda o Airbnb Experiences e o Vayable, com experiências propostas por locais, como degustações de vinho em Paris e tours de arte em São Francisco.

HOSPEDAGEM

(Solovyova/iStock)

Posso levar “brindes” do quarto do hotel?

Adriana Setti, autora do blog Achados, aqui no site da VT, assimila um mantra básico que tira qualquer dúvida: “Tudo o que for reutilizável pertence ao hotel”. Sendo assim, toalhas, roupões e enxoval de cama não devem fazer check-out com você, mas sabonete, xampu e condicionador em pequenos recipientes de plástico e também sachês de açúcar estão liberados, bem como chinelos e pantufas descartáveis.

Airbnb é ilegal?

Essa ferramenta, que democratizou o jeito de se hospedar ao possibilitar o aluguel de um quarto ou imóvel inteiro, não divulga quais as cidades onde eles enfrentam problemas, mas é sabido que Barcelona, Berlim, Hamburgo, Nova York e Munique bolaram leis contra essa modalidade de hospedagem.

Caso a propriedade seja multada por estar operando ilegalmente, quem vai ser penalizado é o dono, não o viajante. O que pode acontecer com o turista é ele passar pelo perrengue de ter sua reserva cancelada de última hora, mas ao menos o Airbnb terá a responsabilidade de encontrar outra acomodação para esse cliente.

Sistemas all-inclusive realmente incluem tudo?

Não. O termo geralmente prega que terás três refeições por dia, mais alguns lanches e bebidas básicas. A maioria dos resorts cobra à parte pela refeição nos restaurantes mais chiques, bem como por bebidas alcoólicas premium, atividades, passeios, spa etc. Leia a letra miúda para não se decepcionar.

Dá para se hospedar de graça?

Sim. O Couchsurfing reúne viajantes à procura de abrigo e pessoas com uma cama ou um sofá sobrando em casa. Você preenche um perfil com suas informações e o buscador exibe anfitriões no seu destino. Quando achar alguém com disponibilidade, mande uma mensagem e faça os arranjos.

Outra opção, que limitará o seu tempo disponível para passeios, é o Work Exchange. Espécie de intercâmbio de trabalho, consiste em realizar algumas tarefas básicas em troca de comida e hospedagem. É possível encontrar vagas para trabalhar em fazendas, reformas e pequenos comércios em sites como o Workaway e o Worldpackers, este último focado nos hostels.

Existe um melhor momento para reservar?

Uma pesquisa do TripAdvisor exibiu a antecedência ideal para economizar ao “bookar” uma hospedagem no verão: dois meses no Oriente Médio, três na América e na Ásia e quatro meses na África e no Caribe. Já na Europa, os preços das acomodações oscilam pouco.

As redes de hotéis Holiday Inn e Hilton também afirmam que reservar pela internet, na grande maioria das vezes, sai mais barato que no balcão e você ainda garante seu quarto previamente – é paz de espírito.

Há macetes para descolar um banho durante um mochilão?

Ficar mais de 24 horas sem um banhinho pode acontecer uma hora ou outra. Fora o Couchsurfing, boa investida é o app/site Warmshowers, no qual pessoas comuns recebem para uma chuveirada cicloturistas cadastrados na ferramenta – de repente você aparece lá de bicicleta para se garantir.

Também é comum pleitear um banho nos bombeiros, os caras costumam dar uma força. E vale carregar uma toalha (ainda que pequena), álcool em gel e lenços umedecidos para ter higiene básica nos momentos em que não há alternativas.

Procure hospedagens em diversos destinos aqui

COMIDA

(rodrigobark/iStock)

Há aplicativos para reservar restaurantes?

O Open Table é forte nos EUA, e o Bookatable, na Europa. É de graça. Você escolhe o horário.

Vegetarianos se ferram em Buenos Aires?

Há opções nos bairros turísticos como Puerto Madero e Palermo, zona do Krishna Veggie. Fora deles, restam as saladas.

Apps ajudam os vegetarianos?

O Happy Cow elenca restaurantes e lojas veganas e vegetarianas na Europa e em países como EUA, Canadá, Austrália, Tailândia e Japão.

Dá para mapear os países sem água tratada?

Sim. O Where on Earth Can I Drink Tap Water? mostra os países onde é seguro ou não tomar água da torneira. Na Itália, cheia de fontes e torneiras nas ruas, principalmente de Roma, só não rola se estiver escrito “Acqua non potabile”. Enfim, na dúvida, não beba. É melhor se ater às garrafinhas a arriscar um piriri.

Posso almoçar ou jantar na casa de locais?

Existem duas plataformas em que habitantes oferecem refeições a um preço fechado: o CookApp, forte em Buenos Aires e em Nova York, e o EatWith, com muitas cidades europeias cadastradas. Os cardápios, divulgados previamente, vão de petiscos a pratões elaborados. Mais simples e informal, o MealSharing propõe refeições colaborativas por um preço simbólico.

Ao pedir um drinque, comerei de graça na Itália?

Rola em várias cidades, como Roma e Florença. Na happy hour, confira nos bares se têm “Aperitivo”. Se sim, é só solicitar um drinque para conseguir, na faixa, uma gama de queijos, embutidos e até nacos de pizza para petiscar.

Toda comida na Índia é apimentada?

Larissa Filappi, do Vem Comigo para Índia, afirma: “A comida típica indiana é apimentada e cheia de especiarias, mas hoje se acham pratos familiares, pizza, macarrão…”

CRUZEIROS

(NAN104/iStock)

Tem como driblar enjoo?

Hoje em dia, todos os navios possuem estabilizadores que minimizam o balanço. Ainda assim, para evitar qualquer mal-estar, a dica é escolher cabines no meio da embarcação e passar o máximo de tempo que puder no deque ao ar livre. Não exagerar na comida e nas bebidas alcóolicas também ajuda.

Posso localizar minha posição no oceano?

Quem alugou um barco ou apenas quer checar a rota traçada pelo capitão pode consultar o aplicativo Boating, que dá a posição no oceano.

Há maneiras de economizar?

Após ter pago o valor fechado do cruzeiro, possíveis gastos adicionais são bebidas e passeios. Um exemplo é a Costa, que cobrou cerca de R$ 12 em cada refrigerante avulso, enquanto o pacote de bebidas custava R$ 112 por dia se comprado com antecedência – dependendo do seu consumo, pode valer a pena.

Nas paradas, os tours das armadoras não chegam a ser caríssimos e você tem a garantia de que voltará a tempo de embarcar de novo. Agora, se o passeio que você deseja fazer não for dos mais complexos, vá por conta própria e salve uma grana.

Se eu perder o embarque, posso entrar na próxima parada?

Sim. “Há a possibilidade de o hóspede embarcar novamente no próximo porto do cruzeiro, desde que ele tenha informado o agente portuário e a equipe da armadora”, afirma Dario Parazzoli, gerente de vendas e marketing da Costa. No entanto, qualquer gasto com passagem aérea ou acomodação em hotel deve ser arcado pelo viajante.

Ir para a Europa de navio pode ser mais barato que de avião?

Ir, sim. O porém é voltar. A VT simulou preços de cruzeiros de travessia da temporada de 2017-18 e de voos diretos aos países dos portos de destino dos cruzeiros. Os trechos de navio, que duram em média de 15 a 20 noites e incluem todas as refeições, saem cerca de R$ 1 000 a mais que as tarifas aéreas. Já os preços dos voos só de ida da Europa ao Brasil, em relação aos bilhetes de ida e volta, variam: uns compensam, mas outros custam o dobro.

TRANSPORTE

(bortnikau/iStock)

Há bikes de graça em certas cidades?

Grátis, não. Muitas têm sistemas de compartilhamento. Alguns exigem cadastro prévio no site; em outros é só botar os dados do cartão de crédito nos totens. Nova York tem o Citi Bike, Paris tem o Vélib, e por aí vai.

O Uber é proibido em alguns países?

Ele divulga mais de 600 cidades onde atua, no entanto, enfrenta dificuldades que geraram uma página do Wikipédia que atualiza os processos em cada destino.

O Uber já se retirou de lugares como a texana Austin e países como Bulgária, Hungria e Itália. E, em dezembro, viu a União Europeia decidir que o app, assim como o Cabify, não é plataforma de tecnologia, e sim empresa de transporte, logo seus motoristas deverão obter uma licença, como os taxistas.

Me ferro ao colidir de carro alugado?

Se acontecer, faça um B.O. e registre o acidente com a locadora. Se o contrato incluir proteção total do veículo alugado, o condutor não arcará com nada. Se a proteção for parcial, o cliente custeará a franquia. Tudo isso desde que o condutor estivesse dirigindo de acordo com os termos do contrato, ou seja, não vale se ele estava bêbado, em alta velocidade ou tenha cometido imprudências.

Motorhomes não podem ser estacionados em qualquer lugar?

Os locais para parar, em geral, ficam fora da cidade. Há desde estacionamentos à beira da estrada até campings com recreação e dentro de parques nacionais. Neles, existem espaços que incluem tomada para recarregar a energia do veículo, torneira para encher o reservatório de pias, vaso sanitário e chuveiro e uma fossa para deixar os dejetos do banheiro. O app All Motorhome Parkings localiza os campings de mais de 50 países.

Viagens de motorhome são mais em conta?

Quase sempre, já que não há despesas com hotel, traslados ou restaurantes, pois se compra tudo em supermercados. Mas tem gasto com locação do veículo, combustível e campings. É o preço de uma viagem com carro alugado parando em motéis de beira de estrada, só que dormindo e acordando no meio da natureza.

Apps de carona são seguros?

Lá fora, adote os cuidados que tem no Brasil. O BlaBla-Car, de caronas rodoviárias, se diz 99% seguro e possui o botão “Ladies only”, para moças.

Menores de 25 anos não podem dirigir no exterior?

Pessoas de 21 a 24 anos podem dirigir no exterior, mas terão que pagar uma taxa extra, que varia de acordo com o país e o tipo do carro, segundo a locadora Alamo.

Independentemente da idade, é preciso portar CNH válida, cartão de crédito internacional com limite disponível e, em algumas nações, a Permissão Internacional para Dirigir (PID) emitida pelo Detran.

Compartilham-se automóveis?

Sim. Eles ficam espalhados pela cidade e, via app, você encontra o mais próximo e destrava a porta. A chave estará lá dentro e, após usar, estacione onde for conveniente. São assim o Car2Go, presente nos States e na Europa, e o italiano Enjoy. Outra opção, nos EUA, é alugar carro de um morador pelo Turo.

COMUNICAÇÃO

(Warchi/iStock)

Vale a pena comprar um chip para usar no exterior?

A maioria das hospedagens e estabelecimentos disponibilizam wi-fi gratuito e o aplicativo Wifi Finder localiza os mais próximos de você. Mas, caso queira cobertura 24 horas, os SIM cards pré-pagos são uma alternativa econômica e prática. Basta ir a uma operadora de telefonia local, comprar o chip e escolher um plano básico: o cartão pode ser inserido na própria loja e funciona na hora.

Não gastarei com roaming entre os países da Europa?

Roaming é o deslocamento pago pela utilização de serviços telemóveis fora da região em que foram adquiridos. Desde junho, não existe mais essa cobrança entre os territórios da União Europeia. Ou seja, você pode adquirir um chip ou pacote de celular em determinado país e continuar usando-o normalmente ao longo da viagem pela Europa.

Dá para viajar sem falar o idioma local?

Vários apps possibilitam isso. O melhor, um clássico, é o Google Tradutor, que faz a tradução de textos para 103 idiomas por digitação, sendo que 59 deles funcionam offline, todos com a possibilidade de se ouvir as pronúncias.

Ele ficou mais elaborado desde que incorporou a tecnologia do app Word Lens, que foi comprado pelo Google. Assim, utiliza a câmera do celular para traduzir palavras, como as de um menu de restaurante. É só focar nos termos em outras línguas e clicar. De repente, as palavras surgem traduzidas na tela do celular. Há ainda, por fim, um recurso que ouve a voz e traduz em seguida.

INTERCÂMBIO

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Viver em casa de família é sempre mais em conta?

Na maioria das localidades, é ao menos 15% mais barato do que se hospedar num apê estudantil. Sem falar que, segundo a CI, residir num lar já estabelecido é ter a alimentação incluída. Tudo depende, porém, da localização da casa de família: se for longe da escola, você terá mais gastos com o transporte.

Ter amigos brasileiros atrapalha o aprendizado?

O intercambista tem de praticar a língua não nativa. “Com amigos brasileiros, a tendência é ficar na zona de conforto”, diz Paula Prado, coordenadora da Associação Brasileira de Intercâmbio Profissional e Estudantil, a Abipe. Evite locais como Dublin e Sydney, coalhado de brasucas.

Quanto antes eu fizer, melhor?

Vai depender do seu objetivo como intercambista. Se a questão é ganhar fluência no idioma e aproveitar as atividades diferenciadas oferecidas pelas escolas estrangeiras, o Ensino Médio é o período ideal. Agora, se você está buscando valorizar seu currículo e aprimorar sua vivência acadêmica e profissional, espere até a faculdade. Assim, você já terá uma ideia definida do que quer para sua carreira e pode aplicá-la no seu curso lá fora.

Existem intercâmbios para adultos e idosos?

Esse é um nicho que vem crescendo cada vez mais no mercado. Mundo afora, há cursos de idiomas específicos para pessoas acima dos 30 anos, inclusive opções voltadas para a aquisição de um vocabulário de negócios. Muitas vezes, eles dão liberdade suficiente para que o estudante concilie estudos com passeios.

Para os que já têm mais de 50 anos, os programas costumam combinar o estudo de uma língua com hobbies, tais como cursos de gastronomia, moda, fotografia, história da arte etc.

Ficarei atrasado nos estudos quando voltar ao Brasil?

Se o intercâmbio for feito durante o ensino médio, você não irá necessariamente repetir de ano, mas talvez tenha que correr atrás da matéria que foi dada, pois os currículos das escolas no Brasil e no exterior são diferentes.

Já na faculdade, é possível que você não consiga matérias correspondentes e tenha que trancar um ano. Alguns cursos possuem disciplinas optativas que, nesse caso, podem ser substituídas pelas que você tiver no exterior. O melhor a fazer é dialogar com a sua instituição de ensino.

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Publicado na edição 269 da revista Viagem e Turismo

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