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Gentileza gera gentileza

Nossa colunista acaba de voltar de uma temporada em Paris e clama: parem de falar mal dos parisienses, s’il vous plaît

Por Adriana Setti
Atualizado em 16 dez 2016, 08h45 - Publicado em 5 mar 2012, 12h43

Há muitos mitos sobre Paris. Entre eles, o de que os parisienses são agressivos, mal-humorados e monoglotas. Por mais burras que sejam as generalizações, elas muitas vezes têm um fundo de verdade. Mas hoje em dia tenho achado esse clichê injusto e démodé.

Responda para você mesmo. Você andaria seminu em um país árabe? Daria um amasso na sua namorada dentro do Vaticano? Cumprimentaria um japonês com dois beijinhos? Espero que não. Da mesma forma, em Paris basta usar um mínimo de bom senso para colecionar gentilezas em vez de bufadas.

Em primeiro lugar, foi-se o tempo em que os parisienses que tratam com turistas não falavam inglês. Yes, they speakê. Mas isso não significa que achem legal que você chegue do nada falando inglês (ou hebraico, ou papiamento) como se eles tivessem a obrigação de entender. Aprenda umas palavras e, depois de gastar todo o bonjour que estiver ao seu alcance, arrisque um humilde “Parlez vous l’anglais?” No final, não esqueça um merci e um au revoir. Funciona.

Você já reparou como são apertadas as mesinhas dos cafés parisienses? Muitos brasileiros esquecem disso e aparecem em grupos ou com crianças agitadas. Não dá certo. Outro toque importante: antes de sentar-se em qualquer lugar, é essencial saudar o garçom e pedir uma mesa. Pulando essa etapa, você conquista a antipatia da única pessoa que pode ajudá-lo dali em diante. Uma vez acomodado, regule o botão de volume. Nós, brasileiros, falamos dez vezes mais alto que os franceses.

Boa parte dessas normas de educação também se aplica em qualquer outro lugar do mundo. A diferença é que os franceses são mais apegados aos pequenos protocolos da vida do que o resto do planeta. Se você acha isso careta, pense de novo. Nessa espécie de cerimônia intrínseca do dia a dia reside boa parte do charme francês. E de charme, u-lá-lá, eles entendem como ninguém.

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