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Foz do Iguaçu básica: cataratas e compras na Argentina e no Paraguai

No lado brasileiro ou no argentino, passeios incríveis descortinam as Cataratas do Iguaçu. Aproveite para dar uma de sacoleiro no Paraguai e trazer vinhos da Argentina

Por Rosana Zakabi
7 jan 2016, 20h34
Cataratas de Foz
Cataratas de Foz (Alex Uchôa/)
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Atualizado em outubro de 2015.

Cercada por uma imensa floresta, a entrada do Parque Nacional do Iguaçu, que abriga as famosas cataratas, me fez lembrar de algumas das atrações concorridas da Disney e da Universal, em Orlando. A fila para comprar o tíquete, organizada por rústicos cercados de madeira, dava voltas quilométricas, e demorei cerca de uma hora para conseguir entrar.

Nela havia italianos, portugueses, japoneses, americanos, argentinos… e uma infinidade de brasileiros, que eram a maioria dos visitantes. Esse fato não teria nada de especial – afinal de contas, estamos no Brasil, certo? Mas, na última vez em que estive em Foz do Iguaçu, uma década atrás, turistas daqui eram minoria.

As Cataratas do Iguaçu, consideradas uma das sete maravilhas da natureza, sempre foram atração pra gringo ver. Nossa prioridade, entre os destinos nacionais, eram as praias do Nordeste ou, no máximo, Florianópolis e a Serra Gaúcha. Isso vem mudando de uns tempos para cá.

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A CVC, maior operadora do Brasil, por exemplo, levou mais turistas brasileiros para lá em 2014 do que em 2013 – o aumento foi de 12%. E, em julho de 2015, segundo a empresa Cataratas Iguaçu S.A., que administra o local, o parque nacional bateu recorde de visitantes graças a nós, brasileiros. Do total de 175.638 turistas, mais da metade (90.814) era do Paraná e também de outros estados, como São Paulo e Rio de Janeiro.

Um roteiro prático para conhecer as cataratas em Foz do Iguaçu

Uma vez em Foz, alugue um carro. Até dá para circular sem – os hotéis têm traslados para os passeios –, mas tudo é longe. Com seu próprio automóvel, você terá liberdade para ir aonde bem entender a hora que quiser, até para a Argentina, que faz fronteira com a cidade paranaense e divide com o Brasil as 275 quedas-d’água que formam as cataratas.

No Parque Nacional do Iguaçu, a gente deixa o carro no estacionamento e vai de ônibus às atrações. Uma das primeiras paradas é no Macuco Safári. A partir desse ponto, um trenzinho transporta os visitantes até a beira do Rio Iguaçu e, então, todos seguem de lancha rumo ao Salto Três Mosqueteiros, num passeio de duas horas no qual vemos as cataratas de baixo (e saímos encharcados).

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Um pouco adiante fica a escadaria que termina nas quedas-d’água. É nesse local que também está instalado o elegante Belmond Hotel das Cataratas, o único hotel dentro do parque. Quem tem cacife para se hospedar lá ganha uma vista deslumbrante e acesso ao parque quando ele está fechado ao público.

Para chegar perto das quedas, é preciso enfrentar dezenas de degraus intercalados de passarelas; mas o trajeto é bem sinalizado e fácil de percorrer, inclusive por pessoas da terceira idade (grande parte do público por ali). Pelo caminho há vários mirantes e, de cada um deles, veem-se as cachoeiras de ângulos diferentes.

Cruzando a fronteira: as cataratas do Iguazú, na Argentina

No lado argentino, a 30 quilômetros de distância, as cataratas ficam no Parque Nacional Iguazú, uma área imensa bem mais selvagem que o parque brasileiro. Para chegar até elas, embarcamos num trem e, depois, caminhamos por passarelas que passam por cima das cachoeiras.

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Há uma atração parecida com a do Macuco Safári, a Gran Aventura, que, aqui, começa com um passeio de jipe até a beira do rio, onde os visitantes embarcam na lancha que segue para a Garganta do Diabo, o conjunto de quedas do parque que é o destaque do local.

Também dá para chegar perto dela atravessando uma passarela. Ali de cima, a impressão é a de imergir na tal garganta e, ao redor, tudo o que se vê é uma nuvem de água gigante, como se estivesse chovendo torrencialmente.

Os dois lados possuem seus méritos; mas eu prefiro o brasileiro – os hermanos que me perdoem –, de onde se tem a melhor visão do conjunto das cataratas, e cujas instalações são mais bem organizadas. Para conhecer os dois parques em detalhes e formar a sua própria opinião, é preciso dedicar ao menos um dia inteiro a cada um.

Vai para Foz? Não perca Ciudad del Este, no Paraguai

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Na outra ponta da cidade, perto do Centro, está a Ponte da Amizade, que leva à paraguaia Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil. Se for sua primeira vez em Foz, você precisa conhecê-la, mesmo que seja para falar mal depois. O lugar é um imenso camelódromo, ladeado por prédios parecidos com a Galeria Pagé, na região central de São Paulo. Vende-se de tudo por ali, de eletrônicos a perfumes e roupas, de CDs piratas a réplicas de armas.

Em uma barraca, numa das esquinas da Avenida Monseñor Rodriguez, os revólveres eram tão perfeitos que perguntei se seriam de verdade. O vendedor disse que não, mas, naquele momento, um senhor bigodudo chegou ao meu lado e cochichou no meu ouvido, em portunhol: “Se quieres, tengo un de verdade. E hay otros modelos”.

Essa cena deve acontecer várias vezes ao dia, mas acredite: não se trata de área perigosa para circular e, em meio à muvuca, há galerias com produtos de qualidade bem baratos. Neles, dá para achar itens originais por metade ou menos do que custam no Brasil, além de gadgets como pau de selfie e abajures de computador a preço de banana.

Uma dica valiosa, quase de sobrevivência, para quando for à Ciudad del Este: não vá de carro. Além de não ter vagas para parar nas ruas paraguaias, o congestionamento na Ponte da Amizade é insano. Questão de duas a três horas de espera, sem exagero. Nesse caso, é melhor deixar o carro em um dos estacionamentos nas ruas laterais a 1 quilômetro da ponte e atravessar a pé.

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Na fronteira de Foz com a Argentina, já em território argentino, fica a cidade de Puerto Iguazú, que dispõe de uma imensa loja livre de impostos, a Duty Free Shop Puerto Iguazú. Com o dólar a cerca de R$ 4, o que era para ser barato está saindo bem caro, sobretudo roupas e cosméticos.

Mas ainda compensa comprar vinhos (argentinos) fora do duty-free, nas lojas dos arredores, como a Vinoteca de Don Jorge e a Oda Vinoteca. Nelas, deliciosos malbec e bonarda saem por volta de R$ 30. Puerto Iguazú também é um bom lugar para curtir a noite, com restaurantes agradáveis e até cassino. E nem precisa se preocupar muito com a volta. Em menos de meia hora de carro (cerca de 13 quilômetros), você já estará em território brasileiro, no Centro da cidade paranaense.

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Revista Viagem e Turismo — outubro de 2015 — edição 240

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