FÉRIAS FRUSTRADAS: Fernando quis reaver o dinheiro de uma cirurgia
Fernando quis reaver o dinheiro de uma cirurgia que o filho teve de fazer durante a viagem. O reembolso foi negado uma vez
Em janeiro, fui com minha família para Cancún. Durante a viagem, meu filho Vitor passou mal por vários dias e fomos a três médicos diferentes indicados pela Travel Ace, assistência de viagem que havíamos contratado junto com o pacote. Na volta, na conexão da Cidade do México para o Brasil, o quadro do meu filho preocupou os comissários, que nos aconselharam a ir a um hospital. Sem conseguir contato com a Travel Ace por telefone, segui a orientação do médico do aeroporto e fomos ao hospital mais próximo, onde meu filho foi diagnosticado com apendicite aguda com indicação de cirurgia imediata. Quando consegui falar com a Travel Ace, descobri que o hospital em questão não fazia parte da rede conveniada. Diante daquele delicado quadro de saúde e da impossibilidade de transferi-lo para outra unidade, a administração do hospital entrou em contato com a Travel Ace, que concordou em pagar os gastos com a hospedagem hospitalar, enquanto os US$ 4 500 de honorários médicos deveriam ser pagos por mim, para ser reembolsados no retorno. Entreguei os documentos, mas o reembolso foi negado. O que eu faço? — Fernando de Azevedo Hernandes, São Paulo, SP
Quando a VT entrou em contato com Travel Ace, Fernando já havia recebido o reembolso, ainda que o produto assistência-viagem não contemple tal medida em caso de sinistro. Em comunicado, a empresa explicou que o pagamento foge à regra: “A Travel Ace compreendeu que essa exceção deveria ser amparada e priorizou o bem-estar do cliente”.
Assistência-viagem e seguro-viagem são produtos distintos com regras próprias de utilização, ainda que muitos consumidores não saibam o que estão comprando. A assistência-viagem é comumente vendida por operadoras de viagem junto com pacotes e funciona como um plano de saúde: em caso de alguma ocorrência, é preciso ligar para uma central e buscar profissionais e hospitais conveniados. Quando esse protocolo é quebrado, a assistência não é obrigada a reembolsar o viajante, mas a Travel Ace o fez, em uma atitude louvável. Caso o leitor tivesse adquirido um seguro-viagem, produto comum em bancos, a escolha do serviço médico ficaria a critério do cliente, que paga e depois é reembolsado. Tanto no caso da assistência quanto no do seguro há limites de cobertura – quanto maior ela for, mais cara será a apólice.
É importante ficar atento para o prazo de vencimento das apólices. O leitor precisou ficar no México cinco dias a mais que o planejado e felizmente a cirurgia do filho foi realizada no último dia de vigência da cobertura. Segundo a assessoria de imprensa da Superintendência de Seguros Privados (Susep), seguro-saúde é como um seguro de carro: caso vença hoje e você bata o carro amanhã, não estará coberto. Por isso, a entidade recomenda que se estenda a apólice por alguns dias além da data da volta. Como se diz: o seguro morreu de velho.
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