36 pousadas sensacionais por todo o Brasil
Para só ficar no quarto ou aproveitar o destino ao máximo. Para ir sozinho, a dois, em turma e até com o seu pet
1. Alcino Estalagem & Atelier – Chapada Diamantina (BA)
Se existisse uma categoria top of mind de figura mais famosa da Chapada Diamantina, o nome de Alcino Caetano correria com força. Fruto do seu trabalho em prol da região nas últimas duas décadas, quando pegou um combalido casarão colonial de 1890 e o transformou não na melhor, mas na mais autêntica opção de hospedagem de Lençóis. Artista plástico, suas cuidadosas mãos pintaram as peças de cerâmica e azulejo que decoram toda a estalagem e são produzidas no ateliê ornado por um enorme jambeiro. Mas é no café da manhã que Alcino mostra sua destreza de anfitrião. Em uma mesa coletiva, integra todos os seus hóspedes (e não hóspedes) enquanto serve itens incomuns, como quiche de taioba, abóbora com gorgonzola, batata-doce com coco. O cardápio muda diariamente. Um fenômeno!
Algo mais: Do outro lado do jardim, a casa do pomar é a mais confortável, com duas suítes e sala.
2. Pousada da Alcobaça – Petrópolis (RJ)
Lindas construções não faltam a Petrópolis. Além dos palácios imperiais do centro histórico, seus distritos têm verdadeiras joias da arquitetura. Uma dessas fica no bairro de Corrêas, na rua que leva ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Quem olha de fora não enxerga o belíssimo casarão normando construído em 1914, rodeado por um impecável jardim inglês. Tudo é cuidado com muito esmero por Dona Laura Góes, a octogenária proprietária (e avó do escritor Antônio Prata). Instalados no andar superior do casarão, os quartos não primam pelo luxo ou pela modernidade, mas ninguém discute a simpatia e o aconchego. Um pouco distante da casa-sede, o Chalé Moinho ocupa a antiga área do moinho e é uma boa opção para famílias. Passear pelo jardim e pela horta que abastece o restaurante, tomar um banho na grande piscina, ler um livro de arte na sala com lareira: o dolce far niente é aqui.
Algo mais: O restaurante faz sucesso com suas receitas simples que têm gostinho de comida de vó. Aberto ao público (reserve).
3. Pousada Aldeia dos Sonhos – Canela (RS)
Cidade pequena tem disso. Você dirige pela avenida principal e, uma quadra antes da igreja, dobra à direita, segue mais um pouco e dá de cara com uma bucólica chácara. A pousada já tem seu encanto, mas os proprietários Ricardo Rhoden e João Pardo criaram vários diferenciais para torná-la mais aconchegante. Com 800 títulos de DVDs à disposição, o filme pode ser assistido no quarto ou no conforto da sala de estar com lareira. Os bolos, pães e geleias do café da manhã são preparados ali. Divididos em três categorias – lago, visitas e ateliê –, os 12 chalés são simples, com muita madeira, lençol térmico, lareira ou salamandra para aquecer as noites.
Algo mais:A Casa do Ócio é o espaço de convivência mais agradável, com mesas de sinuca e carteado e muitas marionetes e brinquedos antigos.
4. Pousada Borghetto Sant’anna – Bento Gonçalves (RS)
Quando Rubens Sant’anna transformou as sete acomodações que construiu para a família em hospedaria, Bento Gonçalves ganhou o recanto que mais se assemelha à Toscana. O cenário que se descortina das habitações é o de vinhedos e mais vinhedos. Cada unidade tem seu charme. A Casa Paterna, além de ser a maior, tem a melhor vista dos parreirais. Na Casa das Ervilhas e na Casa das Fronteiras, que na verdade são lofts, uma janela retangular permite que você veja as vinhas até quando está deitado na cama. Mas a unidade mais surreal é a Suíte Rocca, onde uma pedra descomunal ocupa de fora a fora o fundo do quarto e do banheiro. Todos os quartos têm mini adegas com vinhos da região.
Algo mais: A vinícola Casa Valduga, pertinho da pousada, realiza todos os dias, às 9h30, um curso de degustação com duração de 4 horas.
5. Pousada Cultural Canto dos Poetas – Aquiraz (CE)
O caminho para chegar não entusiasma: uma ruazinha de chão batido ladeira acima. No topo, as edificações da praia das dunas atrapalham a vista. As diárias são camaradas, e, apesar da distância do mar, o lugar é dos mais agradáveis. No bem cuidado jardim se espalham os chalés de madeira, o redário, a piscina e a sede com a sala de estar e as suítes. Despojadas, as acomodações são bem coloridas, cheias de peças de artesanato garimpadas em viagens pelos simpáticos proprietários Mário e Vera Spada. Como o destino recebe muitas famílias, dois chalés possuem dois dormitórios.
Algo mais: A localização é privilegiada para curtir o Beach Park, a distância entre a pousada e o parque aquático é de apenas 1,3 quilômetros.
6. Pousada Casa Caiada – Maceió (AL)
Se abstrair o mar ao fundo, poderia até passar por uma pousada de serra. Até o astral é a antítese do destino: nada daqueles ônibus de excursão que passam para pegar hóspedes nos hotéis e levá-los para os passeios, retrato típico de Maceió. Os quartos da categoria Luxo são os únicos sem vista para o mar. As unidades Superluxo são um pouco maiores, com banheira de hidromassagem interna ou externa. Com 60 m², a Suíte Master tem cama kingsize e ofurô. Um pouco abaixo da casa-sede, a piscina garante momentos de contemplação. Para curtir a praia de Pratagy, basta encarar uma escadaria morro abaixo. A pousada não aceita menores de 12 anos.
Algo mais: Os macaquinhos que surgem vez ou outra no terreno e a piscina, que é aquecida.
7. Pousada Casa de Taipa – São Miguel do Gostoso (RN)
Pousadas com o nome Casa de Taipa há várias. Nenhuma tão singular como essa. Os proprietários Ruy Mazurek, Kiko Prado e Marlos Camilo construíram no terreno uma casa de taipa feita a mão e pediram para os moradores doarem objetos do cotidiano. Assim surgiu o museu casa de taipa, que ocupa um cantinho especial da pousada. Os 10 apartamentos são similares no conforto, todos bem clean, com ar-condicionado split, TV de LCD e rede na varanda. O que muda são as cores da parede e as enormes telas coloridas acima da cama, pintadas por Kiko, que é artista plástico. Em comparação com outras pousadas, é uma das mais distantes da praia. “Distante” são 8 minutos andando, o que, convenhamos, é nada.
Algo mais: A área livre é bem agradável. Além de três piscinas com deliciosas chaise-longues, há um convidativo redário protegido por cajueiros e uma sala de leitura montada em um jardim interno.
8. Hospedaria Entre Amigos – Búzios (RJ)
Quando, em 2011, o casal Elisabete e José Roberto abdicou de sua casa de veraneio em prol do turismo, estava criando uma das guest houses mais bacanas de Búzios. Estrategicamente localizada em Geribá, perto da calma e charmosa Ferradurinha, você nem precisa pegar carro para se deslocar até a praia, são apenas dois minutos de caminhada. A casa é uma delícia, toda decorada com artesanato nordestino. A piscina é grande, e tem hóspede que prefere passar o dia de molho. O caprichado jardim está sempre impecável para ser cenário de um editorial de decoração. Divididas entre a casa principal e um anexo, as acomodações são tão limpinhas que basta ter um mínimo de TOC para não querer entrar nelas com o chinelo cheio de areia. Não espere luxos, mas um clima praiano, no melhor sentido do termo, que muitas pousadas poderiam sonhar em ter.
Algo mais: Se for pegar o carro para conhecer outras praias, coloque a Azedinha na lista. Trilha, mata atlântica, uma pontezinha, mar perfeito, cenário ideal para uma novela de Manoel Carlos.
9. Chalés Família Fioreze – Gramado (RS)
Em meio a araucárias na área rural de Gramado, a propriedade da família Fioreze faz a linha do sinta-se em casa. As crianças se esbaldam pelo gramado, geralmente dando atenção a algum dos animais que vivem na propriedade ou fisgando um peixe no lago. Os chalés, construídos em estilo alpino com tijolo e madeira, acomodam cinco pessoas. Mas os dois especiais, com banheira de hidro, são disputados por casais. Ah, não se assuste com o termo “área rural”, supracitado: o centro está a 3,5 quilômetros, sendo um de terra.
Algo mais: Aberto apenas para o almoço nos fins de semana, inclusive para não hóspedes, o restaurante sabor rural ocupa uma antiga casa de madeira da propriedade. Queijos coloniais, embutidos, pães caseiros, polenta e costela são alguns dos itens do bufê regional.
10. Pousada Fim da Trilha – Ilha do Mel (PR)
Ao desembarcar no Trapiche de Encantadas e caminhar por uns 2 minutos no máximo, pronto, você chegou. Envolto pela Mata Atlântica, com um restaurante envidraçado e uma tenda com uma cama no meio da mata, o ambiente é um convite ao nadismo, nome que se dá ao não fazer nada. A história de uma das mais tradicionais pousadas da Ilha do Mel começou justamente com o restaurante. Gente de toda a ilha caminhava um bocado para provar os pescados. As acomodações têm cores claras, almofadas fofas, rede e artesanato feito pelos proprietários. A praia de fora, com suas fortes ondas e razoável estrutura de bares, fica a 7 minutos de caminhada. No meio, faça um desvio para conhecer a gruta de encantadas.
Algo mais: A pousada adota medidas sustentáveis, como torneiras do banheiro com baixo fluxo de água e horta própria.
11. Pousada Ingá – Cumuruxatiba (BA)
Construída sobre um deque para não degradar o terreno, a casa está toda cercada pelo verde e aproveita bem esse espaço. Protegida pelas árvores, a pequena piscina em frente à praia é uma delícia. As frutas servidas no café da manhã vêm do pomar, e ocasionalmente também se promovem sessões de cinema no jardim. Privativos, os seis apartamentos dispõem de cama queen ou king-size, TV de LCD, ar split e amenities Natura. Enormes janelas de vidro garantem o visual (vale a pena cacifar as unidades que ficam de frente para a praia). Localizada na Praia do Rio do Peixe Grande, calminha, ótima para crianças. O centrinho de Cumuru fica a 3 quilômetros.
Algo mais: Meire prepara refeições memoráveis.
12. Isadora Duncan – Florianópolis (SC)
Se o Guinness Book criasse a categoria “hotéis com menos habitações”, este entraria na lista. Trata-se de um hotel com dois quartos apenas que ficam em cima do bistrô homônimo. Cenário perfeito para curtir a dois, com vista para a Lagoa da Conceição. Nas suítes, uma enorme cama com dossel, enxoval de 1000 fios. Nas varandas, uma hidro tamanho XL e espreguiçadeiras para ficar olhando o vai e vem de barquinhos. A decoração segue a linha do bistrô, com peças de antiquários. Na mesinha da antessala é servido o café. No check-in, o hóspede recebe a chave do portão e, se quiser, só verá algum funcionário na hora de ir embora. No jantar, se não quiser descer até o restaurante, pode pedir a refeição no quarto. Mas, desça: o aconchego é garantido.
Algo mais: A Praia Mole, uma das melhores da ilha, é pertinho. No caminho, no alto do morro, ainda tem o mirante Ponto de Vista.
13. Pousada A Mangueira – Ilha de Boipeba (BA)
Gary é a mais perfeita tradução do que deveria ser um dono de pousada: atento, sem ser invasivo; agradável, mas sem aquela simpatia forçada. Aliás, o sarcasmo é uma das melhores qualidades desse sul-africano, herdado talvez dos muitos anos vividos em Londres. O café da manhã é quase um ritual: você sai do seu bangalô – sete ao todo –, vai até a recepção, ouve o que tem para o dia, diz como prefere os ovos, e uns 10 minutos depois os quitutes são levados em uma bandeja que é colocada na sua varanda. Dali a uns minutos um funcionário retorna, pergunta se quer algo mais, e assim a doce rotina se repete dia após dia, até você ir embora. Os chalés ficam espalhados em um jardim lindo com plantas e tecidos esvoaçantes. Uma arandela desce de uma árvore e ilumina difusamente uma mesa com bancos de madeira. Ah, os detalhes! A poucos passos você chega ao azul da praia de Moreré, que forma aquelas piscininhas deleitosas na maré baixa, um dos cenários mais perfeitos do nosso litoral.
Algo mais: A trilha que leva à vizinha praia de Bainema, pontuada por uma alameda de hibiscos – cenário mais encantador não há.
14. Mata N’ativa Pousada – Trancoso (BA)
Com jeitão de hotel de selva, a mata verde abraça a pousada de forma contundente e ainda tem o Rio Trancoso passando por trás do terreno. Nem parece que os points mais agitados estejam tão próximos, mas estão, tanto o quadrado, morro acima, quanto a praia dos Nativos, com seus beach clubs, a uns 400 metros. Bem integradas, todas as unidades têm muita madeira e mosquiteiro sobre a cama (providencial para não ser devorado pelas muriçocas, onipresentes em Trancoso). Uma vez que o rio faz parte do cenário, bora aproveitar, seja num passeio de caiaque ou relaxando na piscina e na hidromassagem, debruçadas sobre ele.
Algo mais: A pousada mantém o programa carbon-free, que mede quanto de gás carbônico cada hóspede “emitiu” para chegar lá. Quem quiser compensar ganha mudas de árvores (se você veio de São Paulo, deve plantar duas).
15. Pousada Muito Bonito – Bonito (MS)
Gringos, grupos e viajantes solitários que buscam integrar-se encontram aqui seu elemento. O café da manhã, servido em mesas coletivas na varanda, propicia a interação entre os hóspedes, que passeiam juntos ou combinam de jantar nos restaurantes da cidade. Em suma, uma pousada com jeitão de hostel. Apesar de estar na avenida principal, um agradável jardim serve de recuo para a construção principal.
Algo mais: Junto à pousada funciona uma agência de turismo que agiliza a vida na hora dos passeios.
16. Pousada Pedras de Igatu – Chapada Diamantina (BA)
Igatu é um vilarejo que parece perdido no tempo, e essa é sua maior virtude. Incrustado no miolo da Chapada Diamantina, para chegar lá é preciso vencer uma estrada de pedras. Quem vem precisa estar imbuído do espírito de desconexão. Nada de TV nos quartos, apenas um bom colchão, chuveiro elétrico e paredes de pedra. O programa aqui é curtir o visual da serra e do vale, ouvir relatos da época do garimpo contados por entusiasmados moradores. Quem vem entre agosto e setembro pode ainda curtir um festival de música. Para repor as energias depois de um intenso dia de caminhadas, que são a melhor atividade a fazer, vai bem um banho na piscina natural.
Algo mais: O Amarildo, cidadão igatuense e dono de um bazar próximo, onde o produto mais famoso são os livros escritos a mão pelo próprio.
17. Hospedaria Ponta da Piteira – Praia do Rosa (SC)
As seis suítes piteira impressionam pelo tamanho – as “menorzinhas” têm 80 m². Das paredes envidraçadas se descortina um cenário reconfortante da Lagoa de Ibiraquera. Todas as unidades têm cama king-size, hidro, cafeteira e varanda. As três suítes maiores dispõem de sauna seca e hidro cromoterápica. Você adivinhou: apenas casais são aceitos. Henri Sclovsky e Karen Agra recebem com esmero. A qualquer hora você pode pegar um caiaque e dar um rolezinho pela lagoa. A Praia do Rosa está a 5 quilômetros.
Algo mais: À noite, o bistrô, à meia-luz, ganha altas voltagens de romantismo.
18. Portal dos Ventos – Visconde de Mauá (RJ)
Depois de estacionar o carro em Maromba, a 1,5 quilômetro da pousada, embarcar em um 4×4 e vencer uma íngreme estradinha, você chega a uma das hospedagens mais altas do Brasil, a 1 600 metros de altitude. Vendo aquele mar de montanhas e algumas construções bem lá embaixo, bate a sensação de ter chegado mais perto do céu. Venta uma barbaridade, o que justifica o nome do lugar. Sim, é para vir com a cara-metade, e ninguém mais. As acomodações possuem lareira, lençol térmico e hidro com vista. No Chalé Top, o teto se abre sobre a hidro, e você pode observar as estrelas. Ah, o 4×4 é do dono da pousada, Márcio Today, que busca você a qualquer hora do dia ou da noite.
Algo mais: Um jantarzinho à luz de velas incluso na diária fecha os trabalhos.
19. Pousada do Parque – Chapada dos Guimarães (MT)
A pousada é vizinha do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, e o conceito é imersão total na natureza. Isso se traduz em ausência de TV nos oito apartamentos (também não há frigobar, mas garrafas de água gelada ficam à disposição na sala de estar). Cama box, ar split e a rede na varanda são presenças certas. Há muito que fazer dentro da propriedade de 500 hectares. A sua estadia por lá ainda pode incluir caminhada pela manhã, trilhas para cachoeiras com piscinas naturais, formações geológicas (como a máquina de costura) ou prática de pinturas rupestres. No final da tarde, hora de contemplar o cenário de duas formas: subindo no mirante ou relaxando na sauna envidraçada.
Algo mais: A chapada é famosa pela diversidade de aves. Cerca de 250 espécies são encontradas no terreno da pousada, atraindo uma legião de bird watchers. Binóculos podem ser alugados por quem quiser participar da atividade.
20. Pousada dos Chás Hotel Boutique – Florianópolis (SC)
Ela fica em Jurerê. Mas não a Jurerê da ostentação, dos paradores, dos reis do camarote, a dita Internacional. Aliás, ela é a antítese da badalação: no lugar de taças de espumante (de plástico!), entram jogos de chá inglês. É que ali o ritual das 5 da tarde é levado a sério. Infusões quentes e frias, algumas provindas da própria horta, outras, claro, inglesas, dividem espaço com bolos e salgados preparados na casa. Divididas em quatro categorias, as acomodações têm decoração despojada, TV de LCD, cama queen ou king-size e ar split. A suíte master tem roupa de cama de algodão egípcio com 600 fios e jacuzzi. Após um dia de praia, que fica a duas quadras, e enquanto se espera pelo chá, um bom programa é relaxar na hidro coletiva ou nos gazebos junto à piscina do outro lado da rua.
Algo mais: Quem gosta de caminhar encontra, no sentido Canavieiras, pela areia, uma série de prainhas sossegadas, delimitadas por costões de pedras.
21. Pousada Patacho – Porto de Pedras (AL)
Você olha de um lado e olha de outro e vê apenas coqueiros. À frente, uma praia deslumbrante. Foi esse pedaço do litoral brasileiro que o designer gráfico francês Christian Noviot escolheu para montar sua delicada pousada. Antes de aportar por aqui, ele morou em cidades brasileiras com veia artística, como Paraty e Santana de Parnaíba. Christian comanda uma equipe oriunda da região sempre disposta a garantir o bem-estar dos hóspedes. Flores são deixadas sobre a cama e na mesa do restaurante. Piscina? Somente as privativas dos dois lofts. Mas, convenhamos, nada é páreo para as piscinas naturais que se formam na maré baixa. A pedida é intercalar banhos de mar com as esteiras no gramado ou fazendo uma massagem em frente à praia (vazia, lembra?). As acomodações são graciosas, com coloridas luminárias, piso de azulejo hidráulico, cama de casal e televisão apenas para assistir a filmes no DVD. Nos bangalôs Lua, Estrela e Sereia, mais perto do mar, você dorme com o som das ondas e do vento.
Algo mais: O café da manhã vai até as 12h, mas é seguido por uma espécie de “almojanta” a se encerrar às 21h – antes de fechar, um caldo ou uma salada estão incluídos na diária.
22. Praiagogi Boutique Pousada – Maragogi (AL)
O endereço é Praia do Camacho, uma das menos conhecidas de Maragogi. Superfofos, os quartos têm decoração em tons claros. Ao chegar, mensagens escritas no espelho e pétalas de rosa sobre a cama indicam que a mineira Fernanda e o holandês Sandrijn cuidam bem dos detalhes. Os dilemas serão: explorar a região, nadar na piscina azulzinha ou lagartear nos megagazebos pé na areia? Apenas adultos são aceitos.
Algo mais: O restaurante Tuyn serve pratos com influência nordestina, asiática e europeia.
23. Pousada dos Quatro Cantos – Olinda (PE)
O cruzamento das ruas Prudente de Morais e São Bento é o centro nervoso do carnaval. Ali funciona a pousada, num casarão do século 19 que durante as folias momescas assume ares de camarote vip. As unidades voltadas para a rua sofrem com o barulho. As suítes mais confortáveis ocupam o andar superior e têm banheira de hidromassagem e vista da cidade. Na chegada, o hóspede é agraciado com drinques de boas-vindas. Obras de arte estão espalhadas por todos os cantos, mesclando o colorido e contemporâneo artesanato olindense com a arquitetura neoclássica.
Algo mais: A pousada mantém um café e uma galeria de arte num casarão em frente com obras de artistas locais.
24. Pousada Rancho das Framboesas – Visconde de Mauá (RJ)
Ocupando uma encosta de mata verde, a construção principal e os sete chalés ficam debruçados, proporcionando uma ótima vista da Serra da Mantiqueira. Um providencial funicular ajuda no deslocamento entre os chalés e o estacionamento. Com 115 m², o Chalé Athena ocupa o lugar mais alto do terreno. Mesmo quem chega de funicular precisa encarar uma escadaria. A recompensa vem na forma de uma piscina privativa e na panorâmica mais abrangente. Não são aceitos hóspedes menores de 18 anos, mas pets, sim.
Algo mais: Lili, a proprietária, confeccionou muitas das peças de artesanato que decoram os chalés, como as mandalas. Cozinheira de mão cheia, ela também prepara os pães, bolos e geleias.
25. Pousada Recanto das Girafas – Cunha (SP)
A tranquilidade da região, cercada de Mata Atlântica, aliada a uma legião de renomados ceramistas, fez de Cunha um destino para viagens a dois – muitas pousadas até aceitam crianças, mas as acomodações no geral são pequenas. A Recanto das Girafas foge à regra e abriga em seus chalés de 4 a 6 pessoas. Apesar do terreno íngreme, há muito espaço para caminhar. A localização, entre os principais ceramistas e o centrinho, conta pontos a favor. Os proprietários Renato e Marisa Martins cuidam de tudo. Ela, artista plástica apaixonada por girafas, se encarregou do décor. Ele, músico, conhece tudo da região. O café da manhã é servido em uma mesa comunitária numa sala aberta cheia de penduricalhos à beira da piscina.
Algo mais: Renato, sempre que possível, vai ao piano para tocar jazz e mpb.
26. Recanto de Sophie – Pipa (RN)
Espaço é o que não falta por aqui. Imersas numa área de vegetação nativa, passarelas de madeira fazem a ligação entre as seis casas, cada uma com 150 m² de área, com sala, cozinha, dois dormitórios e piscina privativa (um pouco funda para crianças). Os proprietários, arquitetos, capricharam. Com a construção de um restaurante do outro lado da rua, passaram a servir as refeições, cobradas à parte. Ao lado do restaurante, o Sophie Loft tem duas unidades com 70 m² que só recebe casais, mas a vibe é a mesma, inclusive com a piscina privativa. A praia fica a uns 10 minutos de caminhada.
Algo mais: Sophie é o nome da gata da proprietária; logo, o seu pet é muito bem-vindo.
27. Refúgio da Ilha – Miranda (MS)
A imagem que se pode ter de uma fazenda pantaneira é de um lugar isolado, longínquo, acessível apenas por 4×4. A refúgio da ilha quebra essa regra. Ela é, sim, isolada, mas está a apenas 25 quilômetros do centro de Miranda, em uma ilha no delta do cristalino Rio Salobra. O aeroporto mais próximo, em Bonito, está a 180 quilômetros. Na chegada, os funcionários perguntam sobre as aspirações e desenvolvem um roteiro na medida. Com o intuito de preservar o ecossistema, cada atividade sai com até seis pessoas. Passeios de barco e jipe para avistar a fauna agradam a todos. Quem tem mais preparo pode caminhar, cavalgar, descer o rio de caiaque ou explorar suas águas cristalinas com snorkel. As refeições pantaneiras são fartas e altamente calóricas.
Algo mais: Os guias são todos da região e muito qualificados – entre eles está o índio Ari Terena.
28. Refúgio Mantiqueira – São Bento do Sapucaí (SP)
Da estrada pra dentro do terreno, o silêncio impera na área de 85 000 m² repleta de araucárias. Quer dizer, tem o som dos pássaros e o de um riacho, mas esses funcionam como aqueles cds de relaxamento. Por aqui, nada de piscinas com cloro ou ozônio, apenas naturais que se formam graças a cinco pequenas cachoeiras do terreno, interligadas por uma trilha. Os chalés, com cama king-size, lareira de pedra e roupa de cama de 300 fios, são bem privativos; se gosta de dormir com barulho da água, peça o mais próximo ao riozinho.
Algo mais: Sopas e foundues são servidos à noite mediante reserva, e você nem precisa se deslocar até São Bento, que, aliás, tem oferta gastronômica limitada.
29. Rosa dos Ventos – Praia do Forte (BA)
À primeira vista, a pousada não comove. A rua é bem sem graça, embora esteja a poucos passos da Alameda do Sol, o lugar onde tudo acontece. A possível má impressão começa a se dissipar com o atendimento sempre simpático dos funcionários e vai embora de vez no generoso café da manhã, com uns quatro bolos caseiros quentinhos, tapiocas e ovos mexidos. Elementos da Bahia dão um toque bacana na decoração. Os quartos são pequenos, mas no anexo em frente as unidades são amplas e acomodam até quatro pessoas. Os proprietários foram buscar peças de decoração na renomada Oficina de Agosto, na mineira Bichinho, ao lado de Tiradentes. Os quartos dos fundos são mais protegidos do barulho.
Algo mais: Após um dia de praia e passeios, um chá servido às 17h ajuda a relaxar até a hora do jantar.
30. Solar dos Deuses – Salvador (BA)
Se é verdade que os deuses estão nos lugares mais elevados, prepare-se para enfrentar uma longa escadaria até chegar à recepção. Mas, ao abrir a janela do quarto e observar as construções, o badalo dos sinos das igrejas e o vaivém do Pelourinho, pode surgir um sentimento quase epifânico. A pousada ocupa um casarão histórico no Largo do Cruzeiro de São Francisco, a área mais nobre e segura do Pelourinho. Das seis acomodações, quatro têm vista para uma das principais joias do barroco, a superlativa Igreja e Convento de São Francisco – as outras duas unidades dão para o casario colonial. Cada quarto homenageia uma divindade do candomblé, pintado da cor que representa o respectivo orixá. No décor, peças de antiquário, mobília de madeira maciça, ar split, TV de LCD e uma pomposa mesa onde é servido o café da manhã – na véspera, o hóspede preenche uma ficha escolhendo os itens e agendando o horário.
Algo mais: Como transitar pelo Pelourinho – e Salvador como um todo – requer cuidados, na chegada o hóspede recebe um mapa da cidade e dicas de segurança.
31. Pousada Trem do Imperador – Tiradentes (MG)
Eis uma divertida pousada temática sobre o universo ferroviário, localizada a 3 quilômetros do centro de Tiradentes. A inspiração veio de uma viagem do imperador Dom Pedro II à região para inaugurar um trecho da estrada de ferro. Réplicas dos vagões da composição que trouxe o monarca funcionam como chalés – os trilhos e o chassi são originais. Como se trata de um comboio, o espaço interno é estreito, mas reside aí o charme. Cabe bem uma cama de casal, um sofá-cama, uma mesinha, além do ar-condicionado split e da TV de LCD. Dentro da casa-sede há quatro suítes espaçosas com cama king-size. Engenheiro ferroviário, o proprietário Sérgio Valadão garimpou peças em suas andanças pelo país e as expõe na sala de café e nos gazebos externos.
Algo mais: A piscina aquecida e coberta é providencial para os dias friozinhos.
32. Pousada Vila do Bosque – Bombinhas (SC)
Quando se pensa em Bombinhas, é difícil não imaginar um bando de famílias buscando seu lugar ao sol no verão e as estreitas ruas congestionadas de carros. A Vila do Bosque, na contramão, exala tranquilidade em uma área de Mata Atlântica. A praia? Fica a 10 minutos de caminhada. Há suítes para duas pessoas e apartamento com 85 m² que acomoda até seis. Ainda existe uma acomodação de 100 m² inaugurada em 2019 que abriga até cinco hóspedes. Em todos, uma pequena cozinha – o café da manhã é servido dentro da acomodação. As opções de lazer resumem-se a uma trilha em meio à mata e uma deliciosa piscina com fundo infinito.
Algo mais: À noite são deixados sobre a cama chá com bombons e a previsão do tempo para o dia seguinte.
33. Vila Kalango – Jericoacoara (CE)
Se o objetivo da Vila Kalango era destacar a beleza natural de Jeri sem intervir no meio ambiente ou destoar da encantadora aura do vilarejo, conseguiu com louvor. Pé na areia e no caminho para a Duna do Pôr do Sol, a pousada foi toda construída com madeira em uma área cheia de coqueiros e cajueiros. O astral das palafitas suspensas por eucaliptos a 3 metros do chão, com teto de palha e vista bem bacana para o mar e para a duna cartão-postal, é um must have. Nem todas as unidades têm ar-condicionado, mas a brisa refresca a contento. A duna, de novo ela, serviu de inspiração para o formato da piscina.
Algo mais: A pousada conta com instrutores de Windsurfe e Kitesurfe, esportes muito praticados na região.
34. Pousada Arte Urquijo – Paraty (RJ)
A primeira coisa que se faz ao pisar na pousada é tirar o calçado. Aqui só se anda descalço ou com chinelos de palha fornecidos na recepção, preceito criado pela falecida proprietária, a artista plástica Luz Urquijo. São da autoria de Luz as telas que estampam as paredes de pedra da sala de estar, cujo agradável aroma de incenso convida as pessoas a gastarem tempo por ali, lendo livros de arte. O sobrado do século 18 ocupa uma área mais calma do centro histórico próxima do cais e da fotogênica Igreja de Santa Rita. Um certo entrave é o deslocamento dentro da pousada. Uma estreita escada leva aos dois andares da construção onde ficam as seis suítes. Compactas, cada acomodação é diferente, mas a vista é garantida, seja da praia, da serra ou dos telhados. Algumas têm o teto rebaixado – cuidado com a cabeça! Em um cantinho do térreo fica a piscina, com um pequeno deque de madeira, muito charmoso à noite com sua iluminação indireta.
Algo mais: O bar da pousada dispõe de uma boa carta de cachaças, o que se traduz em ótimos drinques e gringos ensandecidos.
35. Pousada Arvoredo – Pirenópolis (GO)
São 14 quartos, divididos em quatro opções, que abrigam até cinco pessoas. Além das muitas árvores que ornam o terreno, a gostosa varanda com rede faz você se sentir ainda mais no meio do mato. Depois de aproveitar um dia nas cachoeiras ou traçando as ruas do Centro Histórico, cai bem um banho na pequena piscina climatizada ou suar bicas na curiosa sauna em formato de iglu. Por ficar em um condomínio na entrada da cidade, todo santo ajuda para descer a ladeira da Rua Direita e alcançar o Centro Histórico. Na volta, melhor apelar para um táxi.
Algo mais: Sustentabilidade é palavra de ordem por aqui: reaproveitamento da água da chuva e compostagem figuram entre as várias ações.
36. Azul Maria – São Sebastião (SP)
A construção em tons terra e com muita madeira harmoniza com a piscina de ladrilhos vermelhos. É pra casais? Não só: crianças e pets também são bem-vindos. A localização, na Baleia, é outro chamariz, por ser tranquila e boa para caminhadas. No térreo, as suítes mais simples têm hidromassagem e uma ducha no jardim de inverno. As unidades do piso superior têm ofurô na varanda ou jacuzzi para até quatro pessoas.
Algo mais: Logo cedo uma estrutura é montada na areia da praia, que fica a um pulo da pousada, com cadeiras confortáveis. É só chegar e pedir algo do cardápio.