Hoje (20), exatamente às 20h09, começa o verão no Hemisfério Norte. Milhares de pessoas por toda a Europa celebrarão o solstício de verão e o dia mais longo do ano, para saudar o calor, a música e até divindades esotéricas. Em 2012 o fenômeno acontece um dia antes dos três anos anteriores por ser bissexto.
Pelos próximos dias, ao meio dia, o sol estará quase perpendicular sobre as cabeças de quem estiver ao longo do Trópico de Câncer. Apesar de ser o dia mais longo do ano – em Londres, por exemplo, o sol nasce hoje às 04h44 e se porá às 21h22, totalizando 16 horas e 38 minutos de céu claro –, isto não significa que será o mais quente. Antes de mais nada, tudo depende de correntes marítimas, ventos e outros fatores climáticos. Em um cenário mais amplo, durante as próximas semanas a Terra irá absorver os raios do sol, liberando o calor aos poucos, chegando ao seu pico entre os meses de julho e agosto – o auge do verão. Aqui no Hemisfério Sul ocorre o oposto: os primeiros dias do inverno são os mais curtos – no Rio de Janeiro, o sol nasceu às 6h32 e se porá às 17h16, ou seja, 10 horas e 44 minutos de sol, quase seis horas a menos do que em várias partes de Europa, Ásia e América do Norte, entre outros.
Os antigos sabiam calcular a data do fenômeno e celebrações ocorriam em várias regiões. Ainda hoje, pessoas em vilas e cidades de Noruega, Finlândia e Alemanha, entre tantos outros lugares, acendem grandes fogueiras para comemorar a data. Em muitas culturas isso significava o fim definitivo dos dias de frio e as primeiras colheitas. Nos dias atuais, porém, em nenhum outro lugar a data é mais emblemática do que no Reino Unido. Em Stonehenge, próximo a Salisbury, milhares de neo-druidas se reúnem para saudar espíritos (sejam eles quais forem), para desespero da polícia local. O maior festival de música da Europa, Glastonbury, teve suas origens em pequenos eventos hippies da década de 1970 e hoje ocorre sempre por volta do solstício. A edição deste ano foi suspensa por conta dos Jogos Olímpicos de Londres.
O curioso é lembrar que boa parte dessas celebrações pagãs, com fogos e danças, influenciaram o que hoje conhecemos como festas juninas. Ou seja: druidas, hippies e caipiras, todos só querem uma boa desculpa para fazer festa.
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