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Conheça o Carnaval de Maragojipe, o mais tradicional da Bahia

A festa foi tombada Patrimônio Imaterial da Bahia em 2009

Por Marcela Puccia Braz
Atualizado em 16 dez 2016, 00h45 - Publicado em 13 fev 2012, 20h19

Com mais de 100 anos de existência, o Carnaval de Maragojipe é o único na Bahia que mantém a festa de rua com as tradicionais fantasias usadas nos carnavais do século 19. Chamados de entrudos, eram celebrações em que a cultura europeia pagã e cristã entrava em contato com as africana e indígena brasileiras — 1/8 Com mais de 100 anos de existência, o Carnaval de Maragojipe é o único na Bahia que mantém a festa de rua com as tradicionais fantasias usadas nos carnavais do século 19. Chamados de entrudos, eram celebrações em que a cultura europeia pagã e cristã entrava em contato com as africana e indígena brasileiras (Divulgação)

Fantasias e máscaras eram inspiradas nos trajes venezianos dos séculos 17 e 18, nos personagens do teatro popular italiano e francês commedia dell’arte, em que figuram arlequins (trajados como bobos-da-corte, com vestes de retalhos em losangos), pierrôs (caracterizados como palhaços tristes) e colombinas (vestidas de servas ou empregadas, desejadas pelos pierrôs e apaixonadas pelos arlequins) — 2/8 Fantasias e máscaras eram inspiradas nos trajes venezianos dos séculos 17 e 18, nos personagens do teatro popular italiano e francês commedia dell’arte, em que figuram arlequins (trajados como bobos-da-corte, com vestes de retalhos em losangos), pierrôs (caracterizados como palhaços tristes) e colombinas (vestidas de servas ou empregadas, desejadas pelos pierrôs e apaixonadas pelos arlequins) (AlineTrettin)

Há também inspiração na Roma Antiga quando, em homenagem a Baco, homens, mulheres e crianças saíam às ruas com seus rostos mascarados e corpos pintados para espantar os demônios da má colheita — 3/8 Há também inspiração na Roma Antiga quando, em homenagem a Baco, homens, mulheres e crianças saíam às ruas com seus rostos mascarados e corpos pintados para espantar os demônios da má colheita (Divulgação)

Nos carnavais atuais, tomam conta das ruas da cidade blocos e charangas, como são chamados grupos de pessoas fantasiadas com instrumentos de sopro e de percussão. Entre as diversas manifestações culturais independentes, famílias inteiras escolhem uma fantasia e todos os membros de vestem da mesma maneira — 4/8 Nos carnavais atuais, tomam conta das ruas da cidade blocos e charangas, como são chamados grupos de pessoas fantasiadas com instrumentos de sopro e de percussão. Entre as diversas manifestações culturais independentes, famílias inteiras escolhem uma fantasia e todos os membros de vestem da mesma maneira (Divulgação)

Além dos blocos e circuitos que circulam pelas ruas de Maragojipe, estão nas programações carnavalescas atrações fixas, marchinhas tradicionais e escolha do Rei Momo, da Rainha e das Princesas. A partir da abertura oficial do Carnaval, festa chamada de Grito de Carnaval, o Rei Momo passa a governar, simbolicamente, a cidade nos dias de folia — 5/8 Além dos blocos e circuitos que circulam pelas ruas de Maragojipe, estão nas programações carnavalescas atrações fixas, marchinhas tradicionais e escolha do Rei Momo, da Rainha e das Princesas. A partir da abertura oficial do Carnaval, festa chamada de Grito de Carnaval, o Rei Momo passa a governar, simbolicamente, a cidade nos dias de folia (Divulgacão)

Maragojipe ainda conserva a tradição dos mascarados e da forma artesanal de se produzir fantasias. Mas está cada vez mais escasso o costume de se fabricar máscaras com papel maché, devido ao fácil acesso às industrializadas de látex ou plástico — 6/8 Maragojipe ainda conserva a tradição dos mascarados e da forma artesanal de se produzir fantasias. Mas está cada vez mais escasso o costume de se fabricar máscaras com papel maché, devido ao fácil acesso às industrializadas de látex ou plástico (AlineTrettin)

Além das releituras dos entrudos e dos mascarados venezianos, a festa atual incorpora personagens caricaturados, como a Hello Kitty na foto acima — 7/8 Além das releituras dos entrudos e dos mascarados venezianos, a festa atual incorpora personagens caricaturados, como a Hello Kitty na foto acima (Divulgacão)

O cerne do Carnaval maragojipano são as manifestações culturais espontâneas de pessoas de cores e classes sociais diferentes pela cidade. O jegue trio, por exemplo, é organizado por um cidadão que leva música às ruas de Maragojipe ao carregar uma pequena banda em uma carroça puxada por um jegue. Alguns costumes foram perdidos, como o dos antigos entrudos em que as pessoas enchiam bexigas com urina ou perfume e as jogavam umas nas outras. Mas cultura histórica, festa familiar e prezo pelas raízes do carnaval baiano ainda permanecem nessa festa à moda antiga. — 8/8 O cerne do Carnaval maragojipano são as manifestações culturais espontâneas de pessoas de cores e classes sociais diferentes pela cidade. O jegue trio, por exemplo, é organizado por um cidadão que leva música às ruas de Maragojipe ao carregar uma pequena banda em uma carroça puxada por um jegue. Alguns costumes foram perdidos, como o dos antigos entrudos em que as pessoas enchiam bexigas com urina ou perfume e as jogavam umas nas outras. Mas cultura histórica, festa familiar e prezo pelas raízes do carnaval baiano ainda permanecem nessa festa à moda antiga. (Divulgação)

Despido de abadás, o Carnaval de Maragojipe não se rendeu às micaretas e não segue um trio elétrico: mantém a tradição e faz da festa Patrimônio Imaterial da Bahia, tombado em 2009. A cidadezinha do Recôncavo Baiano, rodeada de rios e manguezais, é tomada por mascarados e pela celebração com um quê de Veneza em fevereiro. Conheça uma das festas mais tradicionais do país, que até hoje celebra o Carnaval à moda antiga.

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