Os lisboetas costumam fazer propaganda de Lisboa como uma cidade ensolarada, com altas temperaturas, etc etc – mas não se engane. Tudo bem, vamos combinar que não é nenhuma Londres, mas para padrões brasileiros essa história de clima ótimo é pura balela. O verão é quente, mas no inverno faz frio, sim, e as temperaturas enganam por conta da umidade – a sensação térmica quase sempre é inferior à temperatura real.
Se em 2014 o frio chegou mais tarde – em pleno outubro estávamos curtindo a praia de Cascais -, as chuvas não deram trégua até o começo desse ano. Aliás, a época chuvosa em Lisboa vai até março, por isso se você der azar e pegar chuva quando estiver na capital, seguem algumas dicas de programas para aproveitar as atrações da cidade sem se molhar (muito).
1. Museus
O primeiro é bem óbvio, mas não podia passar batido. Lisboa tem ótimos museus, até para quem não é desses de passar cinco ou mais horas batendo perna vendo quadros e mais quadros. O Museu do Azulejo, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu do Fado, o Museu do Oriente e o Museu do Design e da Moda (MUDE) são algumas entre as dezenas de opções. Como não são enooormes como outros museus famosos pela Europa, dá para aproveitar bem e com calma, e ainda ter pique para combinar com outra coisa depois ou antes.
2. Elétrico 28 + Mercado de Campo de Ourique e Casa Fernando Pessoa
O famoso elétrico 28E é um bondinho que passa por vários pontos turísticos da cidade, desde a catedral da Sé até o Castelo São Jorge, e é uma forma de fazer um city tour mais simples, pelo módico preço de 2,85 euros, a tarifa normal dos elétricos. Pegue o 28E em direção a Prazeres na praça Martim Moniz, na Mouraria, e vá até o Campo de Ourique (Prazeres), onde abriu recentemente o renovado Mercado de Campo de Ourique – ao estilo da renovação do Mercado da Ribeira, no Cais do Sodré – com garrafeiras, bares de tapas, sushi, mariscos… Tem para todos os gostos!
A umas quatro quadras, na mesma rua Coelho da Rocha, você vai encontrar a Casa Fernando Pessoa, onde o escritor morou durante seus últimos anos de vida. Hoje o edifício é um centro cultural, com exposições, workshops e uma biblioteca especializada em poesia.
3. Chocolate ou chá?
Se o dia estiver feio mesmo e só der vontade de ficar de boa tomando um chocolate ou chá quentinho, vá para a tradicional Confeitaria Nacional, em pleno centro de Lisboa, na Praça da Figueira. Acompanhe com os docinhos portugueses – você vai se perder com tantas opções, mas recomendo os bolinhos de amêndoa!
Se preferir um lugar mais tranquilo e aconchegante, a Casa de Chá de Santa Isabel, no Rato, é uma boa alternativa. Fundada como um salão de chá do grupo de Vicentinas da Obra de Nossa Senhora do Amparo, um grupo de senhoras que realizavam atividades para apoiar os doentes de tuberculose, a Casa de Chá passou por reformas em 2012 e reabriu mais moderna e leve, mas com a mesma comida caseira e sentimento de solidariedade – os lucros vão para obras sociais da paróquia de Santa Isabel.
4. Teatro Taborda
Uma das agradáveis descobertas na zona do castelo, a fachada simples do Teatro Taborda esconde uma linda sala de espetáculos e uma cafeteria com uma das melhores vistas para a Graça e Martim Moniz. A companhia Teatro da Garagem apresenta suas peças aqui.
5. Colégio dos Meninos Órfãos
Outro tesouro escondido na Mouraria, um dos meus bairros favoritos de Lisboa. Antigo hospital para crianças órfãs, foi fundado no século XIII pela rainha D. Brites, mulher de D. Afonso III. 41 painéis setecentistas com cenas do Antigo e do Novo Testamentos atribuídos ao pintor lisboeta Domingos de Almeida e datadas de 1761 ficam escondidos dentro de um edifício ao lado da delegacia na Rua da Mouraria, entre letreiros em chinês. Já devo ter passado em frente ao edifício com pressa, sem nem reparar na porta manuelina que dá para a rua, então fique atento para não passar reto por ele!