Cidades Olímpicas
Saiba quais foram as cidades que fizeram a história do maior evento esportivo do mundo

Como diria o Barão de Coubertin, “o importante não é vencer, mas sim competir. E com dignidade”. A frase imortalizada na história do esporte também marca o início das Olimpíadas. Após contar com um incentivo de um milionário local, Atenas sediou a primeira edição dos jogos esportivos da era moderna, que ocorreram em 1896. Depois de dar início ao maior evento esportivo da história, a capital grega esperou mais de cem anos para receber novamente os Jogos Olímpicos, que retornaram à cidade em 2004. Palco de duas edições do evento, o estádio Panathinaiko é um dos símbolos do ideal grego e hoje recebe os atletas que conquistaram feitos importantes para o país. Outras atrações importantes são o Parthenon e o Museu da Acrópole (Thinkstock)

Mesmo dividindo atenções com a Exposição Universal Internacional, que acontecia simultaneamente com os jogos na capital parisiense, a primeira edição das Olímpiadas em Paris ficou marcada por dois fatos importantes: a entrada das mulheres em jogos coletivos e a primeira medalha de ouro dada a um latino-americano. Com apenas 16 anos, o esgrimista cubano Ramón Fonst subiu no lugar mais alto do pódio na categoria Espada. Já em sua segunda edição, muitas "modas" do esporte foram criadas. Os uruguaios inventaram a volta olímpica no futebol, os britânicos tiveram o seu primeiro ouro no atletismo com Harold Abrahams e o jovem estudante Johnny Weissmuller conquistou duas medalhas na natação. Anos depois ele brilharia no cinema como Tarzan, o Rei das Selvas.
A Paris do século 21 dispensa apresentações: continua sendo o destino turístico número 1 da Europa (Thinkstock)

Modelo de organização e bom desenvolvimento para as edições seguintes, os Jogos Olímpicos de Estocolmo também serviram de ponto de partida para o uso da tecnologia no esporte. Pela primeira vez os cinco continentes estavam presentes e os esportes decatlo e pentatlo foram inseridos nos jogos. Aberto pelo Rei Gustavo V, a Olimpíada sueca foi o palco do primeiro grande atleta supercampeão da história, o norte-americano Jim Thorpe, chamado pelo soberano sueco de “o maior atleta do mundo”, após ter vencido as duas novas modalidades da edição.
Quem visita Estocolmo hoje, além de uma metrópole moderna e sustentável, e agradavelmente romântica (Thinkstock)

Além de ser o primeiro evento lucrativo da história das Olimpíadas, a primeira edição em Los Angeles também foi a que inaugurou um novo conceito: o das vilas olímpicas. O destaque esportivo desta vez ficou com o italiano Romeo Neri, medalha de ouro nas três modalidades de atletismo que disputou.
No auge da Guerra fria, os Jogos de 1984 marcaram o revide do boicote capitalista em Moscou, quatro anos antes. Desta vez, a União Soviética e os seus aliados é que não apareceram em solo americano. Além do “homem-foguete” da abertura do evento, quem voou em Los Angeles foi o americano Carl Lewis, conquistando quatro medalhas douradas no atletismo.
Los Angeles é um destino agradável, uma das capitais mundiais do entretenimento e conta com atrações clássicas, como a Disneylândia, na vizinha Anaheim (Photodisc)


A capital italiana foi o palco da primeira Olimpíada transmitida mundialmente pela televisão. Depois de abdicar dos jogos de 1908 por conta da erupção do Vesúvio, a edição italiana do evento ficou marcada pelo surgimento de duas lendas do esporte e o crepúsculo de outra. No boxe, o até então desconhecido Cassius Clay, que futuramente se tornaria Muhammad Ali, conquistou o ouro. Na maratona, Abebe Bikila venceu a prova, percorrendo as ruínas romanas descalço e marcando o início da era de ouro dos africanos nas provas de média e longa distância. Em uma prova emocionante, o etíope venceu após cruzar o famoso Arco de Constantino. Já Adhermar Ferreira da Silva, um dos grandes atletas brasileiros da época, encerrou sua participação nas Olimpíadas sem conquistar nenhuma medalha, após os ouros em Helsinque e Melbourne (thinkstock)

Por uma imagem de paz e prosperidade após a tragédia da Segunda Guerra Mundial, o governo japonês investiu mais de US$ 3 bilhões para fazer os primeiros Jogos Olímpicos realizados no continente asiático. Aberta pelo Imperador Hirohito, a Olimpíada de Tóquio serviu de palco para a confirmação do fenômeno Abebe Bikila que, agora devidamente calçado, venceu novamente a maratona, quebrando outro recorde. A capital japonesa também presenciou a despedida da ginasta soviética Larissa Latynina, a maior vencedora olímpica de todos os tempos, com 18 medalhas conquistadas.
Muitas das instalações criadas para as Olimpíadas de 1964 ainda estão presentes no cotidiano dos japoneses. A linha de trem-bala shinkansen virou um sistema que une boa parte do país. Já o estádio olímpico – o mesmo que abrigou as conquistas de Grêmio, Flamengo e São Paulo no Mundial Interclubes –, o templo das artes marciais Budokan e o elegante ginásio olímpico (projetado pelo renomado Tange Kenzo) ainda abrigam importantes eventos esportivos (Thinkstock)


Após o trauma em Munique, os jogos de Montreal foram o palco de uma das maiores apresentações da história do esporte. Com apenas 14 anos, a romena Nadia Comaneci chocou o mundo, recebendo oito notas 10 na ginástica olímpica, eternizando-se como a “pequena notável”. João do Pulo também foi vitorioso no Canadá, conquistando um bronze no salto triplo. Além disso, esta edição das Olimpíadas ficou famosa por um boicote realizado por países africanos contra a participação da Nova Zelândia, cuja seleção de rúgbi havia excursionado na África do Sul em pleno Apartheid.
O moderno estádio olímpico, assim como o antigo velódromo, hoje o Biodôme, ambos Parc Olympique, são alguns dos legados de uma das edições dos Jogos que deram maior prejuízo financeiro para seus organizadores (Thinstock)

Quem não se emocionou com as lágrimas do ursinho Misha, o mais icônico dos mascotes dos Jogos, no término das Olimpíadas de Moscou? O urso roubou a cena em um evento que foi marcado pela supremacia da União Soviética e o boicote dos aliados dos Estados Unidos. O soviético Aleksandr Dityatin tornou-se o nome dos Jogos ao arrebatar oito medalhas nos oito eventos masculinos da ginástica olímpica – três delas de ouro -, sendo o único ginasta a conseguir tal feito numa olimpíada. A lenda do boxe olímpico, o cubano Teófilo Stevenson, conquistou sua terceira medalha de ouro seguida e guardou seu lugar na história da modalidade.
Além do Kremlin e da Catedral de São Basílio, principais atrações da cidade, o turista também pode conhecer o Estádio Olímpico, às margens do rio Moskva. Reformado e com um teto que cobre as arquibancadas, ele está irreconhecível. Nem o antigo nome sobreviveu: de Lênin, passou a ser conhecido como Luzhniki (Thinkstock)

Considerada a melhor Olimpíada de todos os tempos – juntamente com Pequim 2008, os Jogos de Barcelona encantaram o mundo com o surgimento de uma nova safra de ídolos nos esportes. No basquete, o Dream Team, liderado por Magic Johnson, Charles Barkley, Carl Malone e Michael Jordan arrasaram adversários e se sagraram como a melhor equipe da história do esporte. Já no vôlei, o Brasil se emocionou com a geração de ouro, marcando uma nova era de conquistas. Com uma equipe formada por Marcelo Negrão, Amauri, Giovani e Tande, o time brasileiro conquistou a primeira medalha dourada em Olimpíadas.
O Parque Olímpico de Montjuic, com seu belo estádio em estilo mudéjar, e o Palácio de Esportes, projetado por Arata Isozaki, são alguns dos edifícios legados pelos Jogos (Thinkstock)

Com apenas 17 anos, o australiano Ian Thorpe, conhecido como “ o torpedo” sagrou-se o grande nome dos jogos na terra dos cangurus, conseguindo três medalhas de ouro na natação e surpreendendo o mundo. A Olimpíada dos inéditos também presenciou o primeiro ouro de Camarões no futebol.
Sydney e Melbourne, sede dos Jogos em 1956, marcam bem o amor dos australianos pelo esporte. Seja no rúgbi, no amalucado Aussie Rules ou no tênis, eles são a grande potência do Hemisfério Sul (Thinkstock)

Após se fechar para o mundo por décadas, as Olimpíadas de Pequim serviram para mostrar ao mundo uma China moderna, que se abria a uma nova realidade. A natação foi novamente um dos destaques, com o desempenho excepcional do americano Michael Phelps, que bateu o recorde de medalhas na modalidade, e o primeiro ouro do Brasil nos 50 metros, com Cesar Cielo. Outro fenômeno olímpico deu as caras na capital chinesa: o jamaicano Usain Bolt quebrou todos os recordes possíveis e estabeleceu a supremacia do país nas provas dos 100 metros, 200 metros e revezamento 4 por 100.
Para quem visita o país hoje, tudo ainda remete aos Jogos. O eficiente aeroporto – anos-luz à frente daquilo que os turistas provavelmente encontrarão no Rio de Janeiro em 2016 –, novas linhas de metrô (que também não teremos nem na Copa, nem em nossos Jogos) e as modernosas arenas Ninho de Pássaro e Cubo dÁgua (que talvez teremos, mas com os orçamentos estourados) são alguns dos edifícios legados para esta nova Pequim (Thinkstock/Thinkstock)
A menos de um mês da 30ª edição dos Jogos Olímpicos, o mundo se prepara para conhecer os novos heróis de uma história que começou no tempo dos deuses. Londres, a sede desta edição do evento, já está com tudo pronto para receber os heróis de uma nova era de conquistas e surpresas para os fãs do esporte.
Desde o tempo do Barão de Coubertin, o fundador das Olimpíadas modernas, cidades nos quatro cantos do mundo já receberam o maior evento do gênero e alternam-se em festas que ficaram marcadas na história. Guerras, protestos, boicotes e verdadeiras provas de superação estão presentes em mais de cem anos de Jogos Olímpicos.
E no embalo do sonho olímpico na capital britânica, o viajeaqui listou algumas das cidades que sediaram as edições mais emblemáticas dos Jogos e são, de quebra, excelentes destinos turísticos. Confira.
Veja mais sobre Londres e os Jogos Olímpicos no Especial viajequi em Londres.