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Cidades do Mar Egeu: atrações em Izmir, Éfeso e Kuşadasi

Praias da Turquia para idolatrar o infinito, na mesma viagem em que se põe o pé na casa da Virgem Maria. Com vocês, Izmir, Éfeso e Kuşadası

Por Bruno Favoretto
Atualizado em 6 fev 2017, 20h32 - Publicado em 8 dez 2014, 19h18

A Turquia do Mar Egeu é um roteiro tão clássico dos europeus quanto desconhecido dos brasileiros. É uma região, porém, com história na veia, que mostra muitas das melhores façanhas gregas e romanas e faz a gente se sentir singular por ver a última morada da Virgem Maria. E que tem noitadas, bares, restaurantes e praias. É um barato, então selecionamos o melhor de três cidades para você sentir tudo isso. Confira, deleite-se:

Izmir: menos Salaam Aleikum

Terra do poeta Homero, Izmir não é uma cidade daquelas acachapantes, mas é abonada em gastronomia, vida noturna e história, além de ser a porta de entrada para quem chega ao Egeu de avião – é a melhor opção se considerarmos as tarifas atrativas.

O desembarque rola em um terminal cheirando a tinta que é o maior do país. Terceira maior cidade turca, é também a mais ocidentalizada. Mulheres com lenço na cabeça são escassas, mesmo com o maciço êxodo dos moradores cristãos em 1922, durante a Guerra da Independência.

Uma caminhada pelo Egeu deve começar a partir do porto. De um lado da via que leva o nome do venerado Atatürk, a orla com ciclovia (e com desenho igual ao de Copacabana em alguns trechos) é ocupada à noite por jovens com bebidas em punho. Do outro lado, há incontáveis restaurantes e bares com mesas também no passeio.

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A ampla oferta obriga os  estabelecimentos a criar diferenciais: alguns emprestam manta para as costas, pois esfria bruscamente ao fim do dia, outros disponibilizam tabuleiros de gamão e narguilé (o fumacê é mais barato do que em Istambul, TL 7). Nektar, Punta Bar e Alin’s são alguns dos mais disputados, ao lado do Polo Lounge, onde o combo breja Efes e peixe custa TL 14,90.

A noite se revela bombada de quinta a domingo. É impossível vagar por entre os restaurantes à beira-mar e não ouvir um sonzão vindo dos becos.

Turistas e locais, em geral com feições mais gregas, tomam as vielas com bares dançantes como o Mozart Eglence. Por ali é comum observar o costume de beber cerveja com pipoca. E provar mexilhões, frescos mexilhões.

Antes de deixar Izmir rumo a Éfeso, visite seus símbolos: a rebuscada Torre do Relógio de Konak, erguida em 1901 pelo império otomano para popularizar a forma europeia de marcar as horas, vizinha a uma mesquita; e o Kizlaragasi Han, complexo comercial com café e abundante artesanato a dois minutos a pé do metrô Çankaya.

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Éfeso: ai, Virgi Maria

A uma hora de Izmir por uma rota bem sinalizada (boa parte em inglês), avista- se o ápice do Egeu, as ruínas de Éfeso, cidade grega construída lá por 1000 a.C. Dá para materializar os tempos áureos de domínio romano que aconteceram mais tarde, quando ali era um dos portos mais importantes do mundo.

A gente vê cerca de 20% do que havia, por isso os arqueólogos não param de trabalhar embaixo da terra no resgate das pedras, que servem para remontar os monumentos como um quebra- cabeça, ou seja, daqui a cinco anos vai ter mais coisa exposta.

Enquanto isso, a gente se “conforma” em admirar o que sobrou da Biblioteca de Celso (do ano 117 d.C.), cujos livros teriam sido dados por Marco Antônio a Cleópatra e, depois, perdidos em um incêndio; do Templo de Adriano, concebido em 123 d.C. para o imperador romano; do Teatro para 25 mil pessoas que já foi palco da carnificina e de show do Elton John; e de Ágora, centro comercial onde as romanas faziam compritchas.

Saindo de Éfeso, é precioso conhecer o bucólico Yavuz’un Yeri, restaurante/loja com belas cerâmicas que prepara um saboroso börek (parece panqueca) de carne e de queijo por TL 6. A iguaria de massa levinha vai bem demais com o deliciosamente fresco suco de maçã (TL 3), com certeza o melhor líquido extraído de uma fruta que ingeri durante minha vã existência.

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A 8 quilômetros das ruínas de Éfeso, nas montanhas de Selçuk, um programa que promete reflexão é a Casa da Virgem Maria. É difícil não pensar: “Caraca, ela viveu aí mesmo? Isso tudo existiu?”

Consta na Bíblia que Jesus, em seus últimos dias, pediu a São João Evangelista que cuidasse de sua mãe, que foi levada para lá em 37 d.C. Logo na entrada do complexo (ingresso a TL 15, mais TL 8 de estacionamento), restaurante, suvenires e, em seguida, uma cratera que seria o poço em que João pegava água.

Mais à frente, a mítica residência de pedra adorada por cristãos e muçulmanos, especialmente no dia 15 de agosto. Depois das preces, vai bem um chazinho por ali.

Kuşadasi: vida de kuş

Kuşadası, por estar a 9 quilômetros de Éfeso, se torna ótima opção para quem quer se banhar no lendário mar Egeu e para quem quer badalar à noite. O esquema é balneariozão, meio Cabo Frio, meio Balneário Camboriú.

Ferve de junho a setembro: a população chega a subir de 8 mil para 40 mil no verão. Muito por causa dos tantos cruzeiros que param ali, com tripulantes que se acumulam em praias como a Ladies Beach, a Long Beach, a Kustur Beach, a Love Beach e, a mais legal, a National Park Beach, a 30 quilômetros do Centro.

Dá para ir com as minivans que circulam pela cidade. Tem um povo que faz piqueniques entre as árvores do entorno antes de se refestelar perto do mar.

Depois da praia, os bronzeados dos viajantes são exibidos na afamada face noturna de Kuşadası. Uma das opções mais legais é o Sean’s Place, cujo karaokê já virou ponto turístico.

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Há bons e acessíveis restaurantes na região do porto, mesmo com o serviço mais largadão. Para cozinha turca tradicional, o Oz Urfa tem um cordeiro e kebabs bem recomendáveis.

Se alguém enjoar da praia e da badalação, pode aproveitar o clima quente se enfando em parques aquáticos como o Adaland e o Aqua Fantasy Land.

Ou sair para dar um rolê, observar o comportamento das pessoas que vivem uma cultura diferente, conferir o forte genovês que data do século 14, mirá-lo no alto com a cabeça bem relaxada, livre como um kuş (pássaro); afinal, estarás em Kuşadası, a “Ilha do Pássaro”.

Matéria publicada na edição 223 da Viagem e Turismo – maio de 2014

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