Café com flores: nova tendência anima Porto Alegre
Estabelecimentos que misturam cafeteria e floricultura prosperam na cidade
Sempre que pode, a psicóloga Cristina Scalabrin encontra uma brecha na rotina para retomar o contato com a natureza. Adepta da cultura slow movement, que preconiza uma vida menos agitada, ela gosta de frequentar o Café e Prosa (Rua Dr. Mário Totta, 963, Tristeza), que funciona nas dependências da Floricultura Winge, a maior e mais antiga de Porto Alegre, inaugurada em 1886.
“Para mim, importa a experiência, e estar num lugar como esse é muito mais gratificante do que ficar num café dentro do shopping ou se restringir ao espaço cibernético”, diz Cristina. O Café e Prosa abriu as portas – ou o jardim – em 2011 por iniciativa de Christiane Pudler. “Moramos numa das capitais mais arborizadas do Brasil, mas não temos tantos lugares assim, para sentar e comer com tranquilidade ao ar livre”, conta Christiane, que frequentava a floricultura desde a infância. “Amo muito isso aqui, sempre fez parte da minha vida, então resolvi propor montar o café”, relembra.
O projeto #hellocidades, idealizado por Motorola, nasceu para sugerir novas vivências possíveis em algumas das principais cidades do Brasil. Uma pequena mudança numa ação que faz parte do dia a dia de tanta gente, como é o ato de tomar café, já possibilita uma transformação na relação entre as pessoas e os lugares onde moram.
Ao lado da praça
Alguns anos antes da abertura do Café e Prosa, num outro ponto da cidade, no bairro de Petrópolis, o Amor e Flor (Avenida Taquara, 563, Petrópolis) já misturava gastronomia com jardinagem. Os sócios José Milanez e André Moro começaram em 2006 com uma floricultura que servia lanches e que com o tempo também se tornou um café e bistrô. Ocupa uma casa grudada à enorme praça Tamandaré, e parece ornar com a natureza da praça.
No restaurante, num ambiente decorado com móveis de demolição, antiguidades à venda e, claro, arranjos florais, pode-se escolher entre cinco variedades de risoto ou tomar um café coado acompanhado do bolo do dia. “E nós procuramos sempre usar produtos orgânicos”, garante José, que vê com bons olhos a abertura de lugares ao estilo do Amor e Flor.
Em frente ao parque
Quem passa pela avenida Osvaldo Aranha, uma das mais emblemáticas e movimentadas de Porto Alegre, depara-se, já na calçada com o que parece ser um jardim de plantas exóticas. Aberto em maio deste ano, o Ginkgo 788 (Avenida Osvaldo Aranha, 788, Bom Fim) é o mais recente empreendimento em Porto Alegre a apostar na fórmula café e floricultura no mesmo espaço. Fica na calçada oposta ao Parque da Redenção, e nasceu de uma ideia do paisagista Tiago Valente.
Ele queria um lugar para receber os clientes e que fosse autossustentável. Daí pensou num café. Mas tinha que passar a ideia de jardim, até para servir como uma amostra do trabalho do paisagista. “Eu queria que as pessoas tivessem a ideia de que estavam tomando um café num espaço externo, mesmo que estivessem num ambiente sem janela”, explica Tiago.
Na opinião da pesquisadora e analista cultural Débora Bregolin, o objetivo foi alcançado. Ela conta que foi ao Ginkgo 788 com uma prima e ambas se sentiram tomando café num ambiente cheio de boas energias emanadas pela natureza. “É um respiro no meio da agitação do cotidiano. Sentar entre as plantas faz o dia ficar mais leve”, diz Débora, num comentário que pode ser estendido ao Café e Prosa e ao Amor e Flor.
Agora que você já sabe o caminho e já ouviu os depoimentos de quem conhece e aprova, está na hora de ir tomar um café na companhia das flores. Aproveite essa oportunidade para se reconectar com a natureza e com Porto Alegre! Divulgue suas fotos nas redes sociais usando a hashtag #hellocidades e acesse o hub hellomoto.com.br para saber mais.