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Cadeirantes agora podem visitar Machu Picchu

Empresa organiza viagens com cadeiras de rodas adaptadas para destinos com pouca acessibilidade

Por Giovana Christ
Atualizado em 27 jun 2019, 16h37 - Publicado em 15 fev 2019, 13h59
Cadeirante em Machu Picchu, Peru
A invenção, de dois amigos chilenos, permite que cadeirantes consigam acessar lugares de difícil acesso (Wheel the World/Reprodução)
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O sítio histórico de Machu Picchu, no Peru, passa a ter acesso à cadeirantes. O tour pelas ruínas, oferecido pela agência Wheel the World, permite que deficientes físicos façam o percurso por meio de uma cadeira de rodas leve e adaptada. A companhia oferece assistência para os viajantes – de transporte a hospedagem – com pacotes a partir de US$ 990.

Ruínas de Machu Picchu, Cusco, Peru
O pacote de cinco dias da empresa oferece transporte, acomodação, alimentação, guias e acompanhante para empurrar a cadeira (Wheel the World/Reprodução)

A Wheel the World surgiu do esforço de dois amigos – Alvaro Silberstein (cadeirante) e Camilo Navarro – para possibilitar a viagem dos dois para o Parque Nacional Torres del Paine, na Patagônia. Com um crowdfunding bem sucedido, conseguiram recursos para comprar uma cadeira de rodas adaptada para Silberstein e decidiram começar o negócio na área de turismo. Hoje, já é possível viajar pela empresa para Ilha de Páscoa, no Chile, para ruínas do povo Zapoteca, no México, e agora para o Peru.

A cadeira utilizada pela empresa é a Black Diamond Trail Rider que, além de ser feita com um material mais leve do que as comuns, possui alças que tornam o transporte do cadeirante mais fácil. O ideal é que ela seja transportada com no mínimo dois e no máximo seis ajudantes. O artefato tem apenas uma roda e requer destreza dos condutores para evitar que ela penda para os lados.

Machu Picchu, por ser considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO, não permite que rampas de acessibilidade sejam instaladas no local. Em 2016, a entidade a alertou o sítio histórico sobre a degradação causada pelo grande fluxo diário de turistas. Por conta do desgaste das ruínas, novas regras de visitação foram instituídas no parque.

Para se ter uma ideia, arqueologistas estimam que a cidade tenha sido construída para 750 habitantes e hoje, recebe cerca de 5 mil visitantes por dia – o dobro recomendado pela UNESCO.

Cadeirante com lhamas em Machu Picchu, Cusco, Peru
As cadeiras utilizadas nos passeios são mais leves e podem ser adaptadas para o tipo de necessidade (Wheel the World/Reprodução)

No site da companhia, é destacado que as cadeiras de roda que fazem o passeio podem ser adaptadas conforme a necessidade do turista. Por terem um custo alto, a empresa tem parceiros doadores e as cadeiras são mantidas próximas às atrações, diminuindo o custo de transporte e importação.

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São dois os pacotes oferecidos pela Wheel the World: de um ou cinco dias. No multi-day, são inclusos no roteiro visitas à cidade de Cusco, passeio de caiaque pelo lago Piuray e o tour pelo sítio histórico de Machu Picchu. No pacote estão inclusos transporte (a partir do aeroporto), alimentação, acomodação e guias (incluindo o acompanhante para empurrar a cadeira), com custos a partir de US$ 1490.

Cadeirante entrando em caiaque adaptado no Lago Piuray, Peru
O caiaque é adaptado para cadeirantes poderem fazer o passeio e ver os andes chilenos (Wheel the World/Reprodução)

No pacote de um dia, o passeio é exclusivamente para as ruínas de Machu Picchu, com transporte e guias inclusos, a partir de US$ 990. O serviços está disponível para pessoas a partir de 8 anos.

A ideia da Wheel the World é expandir seus tours para pessoas cegas, surdas e com outras restrições que a podem privar de locais turísticos de difícil acesso.

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