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Bancos de imagens: como vender suas fotos online

Por Anna Laura Wolff
23 out 2014, 16h17

Você já viajou meio mundo, tem fotos fantásticas dos lugares que visitou e recebeu mil e um likes nas postagens do Facebook. Pare de compartilhar seus arquivos gratuitamente no Flickr, já que a probabilidade de conseguir um espaço na Getty Images (maior acervo de imagens do mundo) por lá é minúscula, e cadastre-se, hoje mesmo, em um banco de imagens profissional. Fora a certeza de ter seu trabalho circulando por aí, talvez em um outdoor do Japão ou em uma revista americana, tem a parte do extra money.

De início, a grana não é muita, mas com o passar do tempo e o aumento nos uploads, pronto, o negócio está de pé. Vou contar sobre a minha experiência. Me cadastrei na iStockphoto em agosto de 2012. O banco de imagens, filho da Getty Images, paga aos iniciantes 15% por foto comprada. Não é uma maravilha, mas hoje digo, com orgulho, que lucrei US$ 445,89 com os 211 arquivos do meu portfólio (pois é, dólares). Arquivos que estariam parados dentro do meu computador e que não, eu não conseguiria vender sozinha.

Não faço mais uploads por pura preguiça. Explico: leva um tempo para tratar uma imagem, adicionar keywords e categorias, preencher model releases… Mas vale a pena. E, dependendo da sua dedicação, vale super a pena. Os viajantes brasileiros, por exemplo, são uns sortudos. Os cliques daqui são ainda pouco explorados nos bancos gringos, sem variedade entre imagens. Interior e litoral são mais raros ainda. Na Copa, minha conta bombou.

Fora a iStock, sites como o Shutterstock, o Alamy, o Fotolia e o Dreamstime também funcionam muito bem, mas prefiro a iStock pela quantidade de arquivos, a qualidade dos cliques e as parcerias com outros bancos. Contribuintes exclusivos, que já atingiram uma cota de downloads, passam a ganhar mais dinheiro gradativamente, conforme aumenta a porcentagem de lucros. De cara, os outros sites podem até pagar mais, só que a iStock ultrapassa essa cota com o tempo. Além disso, a comunicação da empresa com os fotógrafos é ótima, sempre presente e apontando novidades e tendências – no Twitter, o perfil @istockneed é usado para postar demandas de imagens de acordo com as buscas que rolam no site.

PASSO A PASSO:

1 – Cadastro básico

2 – Quiz chatinho sobre fotografia (quem não passar de primeira pode reiniciar o teste logo em seguida)

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3 – Upload do passaporte

4 – Envio de três imagens para avaliação

Em poucos dias, o site entra em contato com você e te dá a resposta. A partir daí, comece os UPLOADS:

KEYWORDS/PALAVRAS-CHAVE: Ao enviar uma imagem, preencha somente cinco keywords de cada vez. Se a foto for rejeitada, você não perdeu tempo adicionando as hashtags. O máximo de palavras-chave são 50 e, para encher linguiça, vale usar “cenas urbanas”, “ninguém”, “três pessoas”, “fotos na horizontal”, “cultura brasileira”, “estilo barroco”, “somente mulheres”… Vale tudo. Depende só da imagem.

Universo das keywords!

Universo das keywords!

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CATEGORIAS: Já são selecionadas, você deve escolher as mais adequadas ao clique, de uma a três. Quanto mais, melhor, afinal o objetivo disso tudo é tornar a busca da imagem mais fácil para o cliente.

As categorias disponíveis

As categorias disponíveis para a classificação das imagens

MODEL RELEASE: Cliques com pessoas, até mesmo de costas, requerem um model release. Você irá precisar de uma cópia digitalizada do ID da pessoa fotografada, assinatura de fulano e assinatura de uma testemunha (qualquer pessoa).

SOMENTE PARA USO EDITORAL: A outra opção para as fotos com seres humanos é esta, principalmente se você não conhece quem está na foto. Uso basicamente só o uso editorial para os cliques de viagens com pessoas. Como diz o box, todo arquivo contendo marcas, locais (privados) e pessoas identificáveis deve ser enviado com esta caixinha assinalada. Mesmo um símbolo minúsculo da Nike no cantinho da fotografia já requer o envio especial para uso editorial. Sobre locais, não existe uma regra fácil, mas vale sempre tentar primeiro o envio normal e, se não rolar, então o editorial. Esta opção paga um pouquinho menos, mas a diferença é baixa.

Ao preencher a LEGENDA, use a seguinte estrutura: CIDADE, PAÍS – MÊS DIA, ANO: o quê + quem + quando + onde. Pode copiar na descrição. Obs: ESCREVA AS INFORMAÇÕES SEMPRE EM INGLÊS!

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Exemplo de um upload para uso editorial

Exemplo de um upload para uso editorial

OBS: Para este tipo de envio, a imagem precisa ter os dados EXIF originais, com a data do clique preservada. Portanto não crie arquivos totalmente novos ao editar suas fotos, salve em cima.

VENDAS: Além das vendas normais, outras quatro opções também possibilitam lucros: as assinaturas de crédito, as assinaturas de imagens, as licenças estendidas e os programas de parceria (vende que nem água). Na última opção, sites associados como a própria Getty também podem comprar as imagens. Tudo é automático, você não precisa fazer nada – além de usar muitas keywords.

Quando achar que o dinheiro caiu do céu, não, ele veio de um desses lugares, no canto esquerdo da página dentro da aba “Meus Carregamentos”. A iStock não te avisa quando compram suas imagens, por isso aprenda a fuçar no site para descobrir de onde o dinheiro vem.

Meu perfil na iStock, total de ganhos e aba "Meus Carregamentos"

Meu perfil na iStock, total de ganhos e aba “Meus Carregamentos”

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Já para ver quanto você ganhou com o download e para onde a imagem foi vendida, o caminho é o seguinte:

iStockphoto

Abra o arquivo apertando na miniatura (os números em azul não servem, levam para a edição da imagem)

Depois desça a página e aperte em “Administration” e, em seguida, com a aba de “Manage file” que vai abrir no topo do website, aperte em “Exibir histórico de download de arquivo”.

Você chegará nesta página. Selecione então "Programa de parceria" e pronto! Fim!

Você chegará nesta página. Selecione então “Programa de parceria” e pronto! Fim!

RECEBENDO O MONEY: Você pode solicitar o pagamento dos ganhos a cada US$ 100 acumulados. Existem três formas de receber o dinheiro: cheque (horrível, demora semanas e você perde dinheiro ao descontar o cheque), PayPal (até hoje não consegui usar) e o cartão iStock MasterCard (a opção que eu uso, um cartão de débito que chega por correio).

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PROGRAMA EXCLUSIVO: Um contribuinte pode se tornar exclusivo da iStock após 250 downloads e um mínimo de 50% de taxa de aprovação. Também não pode ter imagens a venda em outros bancos de fotografia. Nesta opção, os ganhos saem dos 15% e vão de 22% a 45%.

Parece complicado, MAS NÃO É! Tentei simplificar ao máximo a iStock neste post, mas se sobrou alguma dúvida, não hesite em deixar um comentário aí embaixo que eu logo respondo. Boa sorte ao ficar rico(a) vendendo seus cliques online!

Siga no Instagram: @anna.laura e @viagemeturismo

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