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Aruba dá vontade de sorrir. Talvez seja o clima cálido refrescado por uma constante e intermitente brisa que provoque cócegas nos visitantes. Ou a sensação de estar num lugar bastante próximo da ideia que a gente tem de paraíso.Provavelmente é isso, e também algo mais: céu escandalosamente azul, mar cristalino frequentado por cardumes multicoloridos, pontos de mergulho, passeios de barco, esportes náuticos, agradáveis bares e restaurantes, resorts com tudo incluído, mordomias mil à beira-mar. Sol e brisa o tempo todo. É, reconheço que a alegria envolve essa pequena ilha caribenha colada na costa da Venezuela.Ninguém disfarça a felicidade. Há dois anos encontrei uma brasileira que resolvera trocar, segundo ela mesma me contou, “a empolgante vida na metrópole pelo pacato ritmo da ilha”. Amigos e conhecidos suspeitavam que ela, dona de currículo com MBA nos Estados Unidos, não suportaria a tediosa rotina longe de São Paulo. Eles achavam que ela não conseguiria sobreviver sem um plano de carreira, sem a perspectiva de aumentos de salário, sem a participação nos lucros a cada meta alcançada, sem o carro do ano, sem o novo iPhone…“Me sinto insuportavelmente feliz aqui”, me disse, na época, a arquiteta brasileira Lúcia Ferrão Martins. Assim como muitos outros estrangeiros, ela foi passar uns dias em Aruba e resolveu ficar. Nas águas caribenhas realizou o primeiro de muitos mergulhos. Em pouco tempo virou instrutora e hoje seu uniforme de trabalho é composto por roupa de neoprene, pés de pato, máscara e cilindro.Trabalha seis dias por semana, mas diz que não saberia mais lidar com o tempo que perdia dentro do carro no trânsito de São Paulo. “Me desculpe, mas aquilo não existe. Lá é minha terra, sei disso. Adoro São Paulo, mas gosto mais de viver.” Gosto mais de viver. Taí uma frase pra gente não esquecer.Mais tarde, a história se repetiu em um restaurante. Escolhi um à beira-mar, sobre um deck de madeira, perto do centro de Oranjestad. Tudo muito agradável: pra mim, que estava desfrutando de puro ócio, e curiosamente também para os funcionários da casa. Nunca havia visto um pessoal tão sorridente dentro de um restaurante praticamente vazio.Perguntei à primeira funcionária com quem estabeleci contato o motivo de tanta alegria. “Sei lá, acho que o clima daqui é assim mesmo, um dia após o outro”, me respondeu a holandesa Marianne Held, que trocara a carreira de nutricionista em Den Haag (Haia) pelo ofício de garçonete em Aruba. “O mundo inteiro está aqui. Adoro esse astral”, ela voltou ao assunto, enquanto anotava meu pedido. Prédios coloridos e influência holandesa na arquitetura de Oranjestad, capital de ArubaEm Oranjestad, capital da ilha, prédios coloridos e influência holandesa também na arquitetura – Foto: JupiterimagesPois é. Essa ilha caribenha de colonização holandesa acolhe gente de toda parte do planeta. Comerciantes indianos e chineses, refugiados haitianos, aposentados norte-americanos, veranistas brasileiros, espanhóis, holandeses, colombianos, austríacos, venezuelanos se encontram e convivem nela. Há uma estranha harmonia no ar.De um jeito ou de outro todo mundo acaba se entendendo. E dá a impressão de que cada novo sotaque que por ali chega acaba sendo de alguma maneira incorporado ao papiamento, a língua original.Todos os nativos falam holandês, inglês e espanhol, idiomas que estudam na escola. Mas eles se orgulham mesmo é de sua língua autêntica, o papiamento, que mistura vocábulos holandeses, franceses e ibéricos – sim, portugueses também!Tanto é que expressões como “bon dia”, “bon tardi”, “bon nochi” e “bon bini” (bem-vindo) são formas de cumprimento em Aruba. Essa babel caribenha confere à ilha uma cara multicultural. Parece, de fato, que o mundo todo está ali.Além dessas particularidades, constatei também que Aruba é de sol, de mar e de vento. Faz calor o tempo todo e a temperatura parece estar sempre acima dos 30 graus. Ainda bem que a brisa sopra sem dar trégua. E o melhor é saber que essa ilha esvoaçante fica fora da rota dos furacões que costumam varrer o Caribe.Aliás, essas correntes constantes (e amenas) de vento fizeram das árvores retorcidas, chamadas de divi-divi, um dos símbolos locais. E consagram Aruba como destino de kite surfe, parasail e esportes náuticos em geral. Isso sem falar no mergulho, claro, em águas de sei lá quantas tonalidades de azul e de verde. Águas translúcidas e mornas. Límpidas que só. Praia Eagle, ArubaEagle Beach, uma das praias mais concorridas de Aruba – Foto: Aruba Tourism AuthorityOranjestad, capital e maior aglomerado urbano do pedaço, é onde você começa a sorrir. Mais de vinte hotéis espalham-se pela orla, parte deles all-inclusive, enfileirando-se e oferecendo facilidades à beira-mar nas areias de Eagle Beach, Palm Beach e Arashi Beach, entre outras.De lá você contrata os passeios de mergulho, come em restaurantes como The Old Fisherman e parte para aventurar-se pelo restante da ilha até chegar ao Charlie’s Bar, um cult local, ponto de encontro de turistas do mundo todo em San Nicolas.Ou não. E fica de boa, no resort de frente para o mar com serviço de praia à disposição. Tudo incluído. Tudinho.Você não vai demorar nada a entrar no clima. Pode apostar. Sorrir, afinal de contas, é o esporte nacional de Aruba.8 Atrações de Aruba: ArubaAruba é um destino conhecido pelos mergulhos em naufrágios – Foto: DivulgaçãoDebaixo d’água – Mergulhar em Aruba é uma experiência e tanto. Um dos melhores pontos é o naufrágio alemão Antilhas, nave que, conta-se por ali, veio a pique durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45). Os escombros dessa imensa embarcação abrigam centenas de milhares de peixes. O passeio de barco faz três paradas para mergulho, das 9 às 14 horas. Custa cerca de US$ 80 por pessoa e contempla café da manhã, almoço e bebidas à vontade – inclusive alcoólicas.Ilha de Palm Beach – Espécie de parque de diversões a dez minutos de barco de Oranjestad. Tem toboáguas, quadra de basquete e de vôlei, espreguiçadeiras, bares, restaurantes. É um desses lugares que, de tantas atrações que oferece, além de meio artificiais, cansam só de olhar. Mas tudo bem, não é isso que fará você fechar o sorriso. Ali há o Seatrek, uma caminhada subaquática feita a sete metros de profundidade. Com um tipo de escafandro na cabeça, os turistas vão percorrendo um trajeto insólito com direito a ônibus e avião naufragados, mesa de bar e outras cenas inesperadas que acabam rendendo fotos divertidas. Formações de pontes naturais podem ser vista em diversos pontos de Aruba, como essa em Seroe ColoradoAs pontes naturais de Aruba são formadas pelos golpes do mar contra os paredões de corais – Foto: Aruba Tourism AuthorityPontes naturais – Cartão-postal natural na parte norte da ilha. Os golpes incessantes das ondas abrem buracos nos paredões coralinos esculpindo pontes naturais no local. Prepare a câmera, pois aqui você fará ótimas fotos.Farol Califórnia – Ponto de encontro de fim de tarde, para apreciar o pôr-do-sol com um sorriso no rosto.Malmok Beach – Uma das praias mais indicadas para a prática de esportes náuticos por conta das constantes correntes de ventos alísios. Num só tempo bonita, plácida e selvagem.Baby Beach (B.B.) – Essa praia é a alegria das crianças – e de seus pais, obviamente. Fica numa baía protegida, águas rasas e cristalinas, mar calmo e liso. Segurança para os pequenos, tranquilidade para os adultos. Aruba possui um clima semi-árido em seu interior, resultado dos baixos índices de pluviosidade da região. Cactos são uma constante em sua paisagem.No interior da ilha, cactos dominam a paisagem sob o clima semi-árido – Foto: Aruba Tourism AuthorityParque Nacional Arikok – O lado mais selvagem da ilha. Aqui, sim, você verá o quão árida Aruba é. As trilhas são pontuadas por árvores divi-divi, cactos e aloe vera (babosa). O local também guarda inscrições rupestres.Casi Bari – No interior da ilha surgem formações rochosas intrigantes que dão pistas da origem geológica do local. Siga pelas escadarias e alcance o topo das rochas para ter uma bela vista panorâmica do entorno.
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