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Abu Dhabi: você ainda vai ouvir falar muito dela

Por Laura Capanema
2 fev 2015, 04h20
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Era uma vez uma pequena cidadezinha de 50 mil pessoas no Golfo Pérsico. Dessas, muitas viviam em casas de bambu. Até que um dia, em 1958, os britânicos descobriram um negócio mágico que prometia acabar para sempre com a sua condição de vilarejo excluído no meio do deserto. Pã! Ali, naqueles arredores, se encontrava a sexta maior reserva de petróleo do mundo (um décimo de toda a quantidade existente na Terra). E 90% dessa tal reserva estava bem debaixo daquela cidade.

Ela era Abu Dhabi e parecia feita na vida: rica para sempre. Ou pelo menos até enquanto esse estoque durasse.

A mesquitona Sheikh Zayed, a atração mais concorrida (e esplendorosa) da cidade

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Apesar de ser a capital do país — os Emirados Árabes Unidos são uma nação representada por um conjunto de sete Emirados, que seriam como “cidades-estados” –, de concentrar mais riquezas, mais centros de estudos e de ocupar um território muito maior que a soma de todos os outros Emirados juntos (cerca de 87% da área total); Abu Dhabi é bem menos famosa que sua irmã megalomaníaca, Dubai.

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Mas seu papel de coadjuvante parece estar com os dias contados. Abu Dhabi cresce em ritmo chinês, com alianças importantes com grandes potências, investimentos de calibre e projetos tão ousados que muitas vezes nos fazem perguntar de onde brotou tanta ambição, tanta vontade de ser alguém no planeta. O boom imobiliário é mais do que visível e a cidade virou um enorme canteiro de obras — estima-se que mais de US$ 200 bilhões estejam sendo investidos em seu crescimento urbano.

Em menos de três anos, a Etihad, a companhia aérea local que nasceu da ambição de um Sheikh multi-milionário “que queria porque queria ter uma empresa de aviação”, já voava para 30 destinos no mundo. Nos últimos anos a cidade ganhou uma filial da Sorbonne de Paris, um Parque da Ferrari (que ostenta a montanha-russa mais rápida do planeta), um complexo aquático high tech para adulto nenhum botar defeito, uma mesquita nababesca, centenas de hotéis imponentes (muitos com praias “particulares”) e diversos centros comerciais. E muito em breve ela será A Capital Cultural do Oriente: em dezembro deste ano será inaugurada por lá a primeira filial do Louvre fora de Paris (isso mesmo, do Lou-vre), e, em 2016, um Guggenheim arquitetado por ninguém menos que Frank Gehry, o mesmo que desenhou o museu homônimo de Bilbao. Também será construído um importante museu nacional, obra que está nas mãos da famosa arquiteta iraniana Zara Hadid.

Isso porque eles já têm o Grand Prix de Fórmula 1 e um Festival de Cinema concorrido. Mas querem ser mais, muito mais.

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No Museu Saadiyat, turistas observam a maquete que representa o futuro da ilha de Saadiyat, onde estarão os novos complexos culturais

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Bilheteria democrática do Parque da Ferrari

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O colossal Hotel Ritz-Carlton Grand Canal, que tem uma localização estratégica: de cara para a mesquita Sheikh Zayed

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