5 destinos que adotaram medidas contra o turismo de massa
Aumento de taxa de visitação e redução do horário estão entre as medidas implementadas
Enquanto alguns países do mundo concentram seus esforços em campanhas de incentivo ao turismo e buscam atrair viajantes por meio de todos os artifícios possíveis, outros sofrem com a superlotação de seus espaços e a insatisfação de moradores. Confira abaixo 5 destinos que vem adotando medidas contra o intitulado overtourism, fenômeno do turismo de massa:
1. Machu Picchu, Peru
Busque hospedagens em Machu Picchu
Para quem viaja à cidade perdida dos incas com o intuito de passar o dia por lá, um certo desânimo pode ser causado pela nova atualização no regulamento de visitas do marco histórico. A partir de julho, o horário de visitação da cidadela passou a ser das 6h às 17h30, com permanência de, no máximo, quatro horas no local. Para controlar esse período, guardas foram instruídos a solicitar o bilhete de entrada do visitante a qualquer momento.
Um limite no número de visitantes diários também foi estabelecido: 5940 (antes era de 6534), divididos em dois turnos. Aos atrasados de plantão, outra má notícia: chegar após o horário de entrada estabelecido torna permanentemente inválido o bilhete adquirido.
As medidas buscam preservar o sítio para contemplação das futuras gerações, já que o exacerbado número de visitantes pode modificar e causar danos às características geológicas da região.
2. Ilha de Páscoa, Chile
Busque hospedagens na Ilha de Páscoa
Outro destino famoso na América do Sul, a Ilha de Páscoa limitou a estadia para turistas que pretendem visitá-la. Em vigência desde 1 de agosto, a nova regra estabelece que o prazo para deixar a ilha agora é de, no máximo, trinta dias.
Procedimentos adicionais – como um formulário de ingresso, a apresentação da passagem aérea de retorno e a confirmação de hospedagem em um alojamento autorizado pelo Serviço Nacional de Turismo –, serão solicitados pela Polícia de Investigações do Chile no momento do desembarque.
3. Maiorca, Espanha
Pelo continente europeu, o sentimento de intolerância contra turistas ganha força através de protestos políticos que pedem o fim do turismo de massa. No maior arquipélago das Ilhas Baleares a situação não é diferente. Maiorca recentemente foi palco de diversos atos nos quais manifestantes portavam cartazes, exprimiam palavras de ordem e até mesmo vandalizavam fachadas de hotéis com frases como “O turismo mata a cidade” e “Pare o turismo de massa nos países catalães”.
Em resposta, o governo espanhol tentou solucionar os problemas enfrentados por moradores e ativistas com algum tipo de medida restritiva aos visitantes. Para evitar a crise ambiental e a comercialização da herança histórica catalã, principais pautas levantadas pela agenda da comunidade local, além de uma taxa diária de 4 euros por pessoa, que começou a ser cobrada em 2017, grande parte dos imóveis disponíveis para locação no Airbnb foram proibidos desde abril.
De acordo com o Fundo de Desenvolvimento Regional da União Europeia, Maiorca recebeu cerca de dez milhões de visitantes apenas no último ano. As medidas adotadas pelo governo visam favorecer proprietários de imóveis locais, melhorar as condições de trabalho de empregados do setor de turismo e preservar as paisagens naturais da região.
4. Dubrovnik, Croácia
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Depois de servir como cenário para gravações da série Game of Thrones e virar parada obrigatória de grandes cruzeiros, o receio de se tornar o próximo destino assolado pelo turismo de massa fez com que o governo croata tomasse providências. Para maximizar as receitas geradas por viajantes, um aumento de 25% na taxa de hospedagem foi aprovado para todo território nacional, o que significa a quantia de 10 kunas por dia em comparação às oito kunas (cerca de cinco reais) pagas atualmente.
O governo da cidade, desde agosto do ano passado, ainda estabelece um limite para o número de visitantes diários: 4 mil, metade da quantidade anteriormente em vigor. Mais de 100 câmeras de vigilância ajudam a monitorar o cumprimento da regra.
5. Veneza, Itália
A cidade das gôndolas e canais dá sinais de insatisfação com os turistas que por ali passam desde julho, quando lançou uma campanha pedindo aos visitantes que respeitassem o local e explorassem seus atrativos com responsabilidade. Enquanto isso, os 55 mil moradores venezianos pressionavam arduamente o governo para que ações mais efetivas fossem implementadas, já que em dias movimentados cerca de 60 mil viajantes invadiam as ruas de Veneza e eclipsavam os residentes não só em número, como em ocupação.
Entre 28 de abril e 1 de maio, período que marca um importante feriado local, foram instaladas catracas por toda Veneza com o intuito de colocar em funcionamento o uso do Venezia Unica, espécie de cartão que dá ao viajante acesso aos serviços da cidade, além de descontos em atrações e a possibilidade de enfrentar filas mais curtas. No último mês, o prefeito Luigi Brugnaro tornou a medida permanente e, a partir de então, o produto pode ser adquirido por preços que variam de 21 a 70 euros.
Além da implementação do cartão, o governo proibiu a circulação de embarcações recreativas não-oficiais pela cidade e diminuiu o número de imóveis disponíveis para locação no Airbnb.