48 Horas em Viena, Áustria
Grandes palácios e o clima cultural efervescente da capital da Áustria
Habsburgo. Se você se lembrar das aulas de História, esse nome era sinônimo de poder total na Europa Central. Soberanos do Sacro Império Romano-Germânico e do Império Austro-Húngaro, seus laços familiares estenderam-se por quase todas as casas reais do continente, incluindo a brasileira, por conta da imperatriz Leopoldina. No centro desse universo, adornaram sua capital com um conjunto de monumentos com poucos paralelos pelo mundo. Nossas 48 Horas em Viena celebram um pouco dessa história, com toques de música, cafés deliciosos e com tanta valsa que até os cavalos dançam.
Dia 1
Hoje é dia de andar.
A grande maioria dos monumentos de Viena fica dentro ou no entorno do Ringstrasse, um amplo bulevar onde antes ficavam as muralhas da cidade medieval. Nosso passeio começa em um dos muitos e agradáveis parques da cidade, o Karlplatz, para visitar a igreja Karlskirche. Com duas colunas inspiradas no monumento de Trajano em Roma, sua fachada tem dimensões um tanto desproporcionais, mas o conjunto é surpreendentemente harmônico.
Caminhando em direção à região central pela elegante rua Karntner, passamos pelo massivo edifício da Ópera até chegar em um dos símbolos da cidade, a catedral de Viena, o Stephansdom, uma joia gótica do século 13, com seu característico telhado colorido e dramáticos campanários. Seu rico interior (a entrada é grátis) é adornado com elaboradas capelas repletas de imagens sacras. Do alto de suas torres (acesso pago) é possível ter ótimas vistas do entorno.
Perca-se agora um pouco pelas ruelas da Cidade Velha até chegar em antigas ruínas romanas e ao Museu Albertina. Este antigo palácio real hoje abriga uma rica coleção de arte, incluindo obras de mestres como Bruegel, Bosch e Rembrandt. De tirar o fôlego (e este nem é o melhor museu do bairro). Hora para o almoço e de experimentar o schnitzel. Ele nada mais é que uma milanesa de porco, fininha, bem batida, crocante por fora e macia por dentro. Como acompanhamento, batatas assadas. Vários restaurantes da região o apresentam no cardápio, a preços bem convidativos.
Siga agora para o Hofburg, o Palácio de Inverno. Era desse imenso complexo que os Habsburgo comandavam seus vastos territórios, um elaborado conjunto que conta com salas administrativas, capelas, igrejas, ala residencial e os famosos salões de festa onde valsas de Strauss e concertos de câmara divertiam a corte e seus convidados. Uma de suas mais famosas habitantes, a bela imperatriz Sissi, escandalizou a aristocracia do fim do século 19 com seus hábitos extravagantes. Tal como tomar banho todo dia. Sua memória está eternizada na disputada visita a seus aposentos.
A torta Sacher, um clássico vienense
Dentro do Hofburg ficam dois outros passeios bem populares entre os turistas. Aqui fica a sede do coro dos Meninos Cantores de Viena e o show de cavalos da Escola Espanhola de Cavalaria. Os ingressos para ambos são disputadíssimos, então recomendamos reservar com antecedência.
O dia chegou ao fim e tanto bate perna abriu o apetite. Prove então um bom goulash, típico prato da Hungria. No atribulado patchwork do mapa europeu, os germânicos austríacos e seus vizinhos magiares (que falam um idioma totalmente distinto) já formaram uma única nação (ou mais ou menos isso). Foi assim que o goulash entrou no pacote e ninguém reclamou até agora. De sobremesa, se aguentar, a torta de maçã que é a cara da Áustria, o apfelstrudel.
Dia 2
Acorde cedinho e pegue o metrô U-bahn até o Palácio Schonbrunn. Se não bastassem os elegantes e intermináveis salões e aposentos dos Habsburgo, incluindo a da toda poderosa imperatriz Maria Teresa e o popular casal Francisco José e Sissi (ela de novo!), aqui você também encontra vastos e belos jardins, um dos mais antigos zoológicos do mundo, o Tiergarten, e um simpático café no Gloriette, de onde se tem uma bela vista do palácio e onde você pode almoçar. Reserve no mínimo meio dia para conhecer a propriedade, mas chegue realmente cedo, senão terá que encarar uma horda interminável de turistas.
Depois de tanta ostentação e de volta ao Centro, façamos um pitstop básico no café do Hotel Sacher para provar sua torta de chocolate, acompanhada de creme fresco. Um clássico. O ambiente é elegante e dá até para levar uma torta inteira para comer no hotel.
Devidamente abastecido, dê um pulo no fantástico Kunsthistorischesmuseum. O nome do museu de arte é todo complicado, mas incrível mesmo é seu acervo com obras de Vermeer, Rubens e Bruegel, o Velho. No mesmo edifício há uma interessante coleção de objetos egípcios e gregos. Duas horas aqui é o mínimo, inclusive para outra paradinha de descanso em seu belo café.
O Kunsthistorischesmuseum é uma parada obrigatória em seu passeio
Antes de voltar para o hotel (com sua torta de chocolate), conheça lá pertinho a Lomo Shop. Esta loja dedicada à fotografia analógica traz câmeras retrô, filmes (eles ainda existem?) com efeitos imprevisíveis e divertidas fotos expostas.
E, para fechar com chave de ouro, nada como um concerto na Staatsoper. Se preferir algo mais agitado, caia na balada no Flex.
Para outros dias:
Invista em visitas a outras galerias no Musems Quartier, como o Leopold (e sua coleção de Klimts);
Curta outros cafés, uma instituição vienense. Apesar de não manterem a antiga aura de outrem, vale a pena passar em casas como o Sperl e o Central (onde Freud era frequentador).