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Passageiros indisciplinados deveriam ser banidos de voar?

Levantamento do setor mostra que casos de indisciplina em viagens aéreas quase dobraram no último ano. Incidentes mais graves subiram 55%

Por Maurício Brum
Atualizado em 5 nov 2025, 07h20 - Publicado em 4 nov 2025, 10h00
passageiros-indisciplinados
Registros de indisciplina podem ocorrer a bordo ou ainda no aeroporto (DC Studio/Freepik/Reprodução)
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Um novo levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), divulgado em setembro, chamou atenção para um problema crescente dentro dos aviões e aeroportos do país: o número de passageiros indisciplinados, que acabam se envolvendo em incidentes graves.

Só nos primeiros sete meses do ano, segundo a entidade, houve um aumento de 55% em casos de “categoria 3”, considerados os mais problemáticos, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 210 casos nesse recorte de 2025, contra 135 em 2024.

Incidentes de categoria 3 são aqueles que mais podem comprometer a segurança do transporte aéreo, afetando tanto a tripulação quanto os passageiros, com risco de agressão. A lista inclui ameaças, intimidações e agressões físicas propriamente ditas, além de tentativas de entrar na cabine de comando, fumar a bordo ou levantar falsas ameaças de bomba, por exemplo.

Média de quase cinco ocorrências por dia

O levantamento da Abear mostrou ainda que, seguindo a tendência dos casos mais graves, outros incidentes envolvendo passageiros indisciplinados também tiveram aumento acentuado nos primeiros sete meses de 2025.

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Considerando todos os tipos de incidentes, os registros quase duplicaram em um ano, com um aumento de 87% em relação ao mesmo período de 2024. Foram registradas 979 ocorrências relacionadas a voos pelo Brasil no período de janeiro a julho, o equivalente a 4,6 casos por dia. O número em sete meses ficou perto de igualar o total de casos registrado no ano passado inteiro (1.059).

Além dos incidentes de categoria 3, a lista contabiliza também os de categoria 1 (que podem afetar o check-in e embarque gerando transtornos que podem ser rapidamente controlados por funcionários) e categoria 2 (que pode afetar o check-in e embarque, exigindo intervenção de supervisor ou segurança, além de envolver casos de indisciplina a bordo, quando a pessoa não acata as ordens da tripulação).

Criação de “no-fly list” entra no radar

O aumento de casos de passageiros agressivos tem esquentado o debate no setor aéreo sobre a possibilidade de criar uma versão nacional das “no fly lists”, cadastros que já existem em países como os Estados Unidos. A punição a pessoas com histórico de indisciplina poderia consolidar instrumentos para que seu embarque fosse negado em casos de reincidência, por exemplo. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda analisa a questão.

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Hoje, mesmo sem esse instrumento, passageiros já podem ser impedidos de embarcar no próprio voo em que causaram distúrbios – se isso ocorreu no aeroporto – além de responder judicialmente por eventuais danos materiais ou morais provocados. Transtornos associados à indisciplina, além de expor as demais pessoas a bordo a riscos, também podem levar ao atraso, cancelamento e até mesmo desvio de rota dos voos envolvidos.

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