Tudo sobre chips: dicas para turbinar seu celular no exterior

Smartphone conectado a qualquer hora e em qualquer lugar já é um item indispensável do viajante moderno!

por Betina Neves Atualizado em 17 set 2018, 13h55 - Publicado em
14 set 2018
18h53

Não é só questão de tagarelar no WhatsApp ou postar no Instagram: ter dados móveis no seu celular pode deixar a viagem internacional significativamente mais fácil – para se localizar, descobrir onde comer, traduzir uma conversa. Depender só do wi-fi do hotel e de restaurantes pode ser frustrante – você provavelmente já se viu na rua louco por um sinal.

E, apesar das operadoras nacionais terem passado a oferecer pacotes mais acessíveis para usar a internet fora do país, o serviço ainda é caro e a velocidade, instável. Por isso, há empresas que vendem chips que funcionam em diversos países (e você pode comprar aqui no Brasil e já sair de casa com eles). No exterior, existem chips pré-pagos de operadoras locais – muitos são vendidos já no desembarque do aeroporto.

Veja abaixo as diferenças entre os chips, os preços, e as dicas que vão deixar sua viagem mais conectada e conveniente!

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Tire suas dúvidas

Por que eu preciso de dados móveis no exterior?

Ter internet à mão evita que você tenha que planejar tudo o que vai fazer no dia meticulosamente antes de sair do hotel, porque, a qualquer problema, o Google estará lá.

A função mais óbvia é a possibilidade de se localizar e de calcular deslocamentos a pé ou de transporte público: adeus mapa de papel; chega de queimar valiosos minutos das férias sem conseguir chegar aonde se quer. Você também economiza não tendo que alugar um GPS com a locadora de automóveis.

Depois, o 4G é útil para checar o horário de funcionamento de museus e lojas, para não dar com eles fechados; procurar restaurantes nos seus arredores para não cair em pega-turistas, usar o Uber e aplicativos similares para se locomover.

Está comprando algo que um amigo pediu mas não tem certeza do modelo? Ligue para ele na hora ou mande uma foto! Ter internet no celular significa estar sempre comunicável. Além disso, os dados móveis salvam em situações em que o wi-fi falha ou fica lento, coisa ainda comum mesmo em hotéis de luxo.

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Roaming com a minha operadora do Brasil vale a pena?

Só numa situação emergencial, mas não para uso contínuo. As operadoras costumam cobrar por dia: na Vivo, custa R$ 39,99 a diária para uso de dados na América e Europa e R$ 59,99 para o resto do mundo – nos planos Vivo V e Família, já estão inclusas sete diárias de dados.

Na TIM é R$ 29,90 para Américas, R$ 39,90 para Europa e África e R$ 69,90 para Ásia e Oceania. Na Claro, o valor é de R$ 29,90 para Américas e Europa e R$ 79,90 para o resto do mundo – também há um pacote para clientes “pós ilimitado” em que se paga R$ 19,99 por mês para se ter internet liberada na Europa e R$ 9,99 para as Américas.

Lembre-se: quando os dados atingem uma quantidade de megabytes diária determinada pela operadora a velocidade pode cair muito

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Em que destinos vale a pena eu comprar um chip?

Principalmente em destinos urbanos, pelos motivos apresentados acima. Também é mão na roda em viagens de carro, pela possibilidade de usar apps que calculam os trajetos. 

Em alguns países onde o sinal do wi-fi é muito ruim (Índia, Myanmar, Bolívia), o chip salva e ainda pode ser usado como roteador para seu computador, se for o caso.

Em viagens onde a ideia é ficar majoritariamente curtindo um hotel (digamos, por exemplo, numa semana no Caribe) ou aquelas focadas em natureza, onde você deve passar a maior parte do tempo em tours (num safári na África do Sul, num rolê pelo Deserto do Atacama, no Chile), o chip pode não ter grande uso.

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Mulher usando smartphone

Quando eu instalo outro chip, perco o meu número brasileiro?

Sim. Isso pode ser inconveniente se você precisa receber ligações e verificar e-mails e transações bancárias que usam do envio de SMS. Mas instalar um novo chip não atrapalha a funcionalidade do WhatsApp: o aplicativo te dá a opção de manter seu número antigo.

Algumas empresas de chips internacionais têm a função “siga-me”, que direciona as ligações ao seu número do Brasil para o novo número (opção disponível normalmente só nos Estados Unidos).

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Chip local

O que é 

São chips pré-pagos de operadoras do país visitado. Eles têm diferentes opções de preço, de acordo com a quantidade de dados, e também podem incluir ligações locais e internacionais.

Como faz 

Você chega no país, procura uma loja de telefonia local (o Google Maps costuma rapidamente indicar) e pede um “prepaid sim card”. Em muitos destinos já há lojas na área de desembarque do aeroporto – pesquise antes para já ir direto depois de pegar a mala.

Em menos de meia hora é possível comprar o chip (algumas lojas pedem apresentação do passaporte), e tê-lo instalado pelo funcionário da loja – ele já sai com a internet funcionando.

Não é necessário fazer uma pesquisa de preço entre as operadoras locais: assim como acontece aqui no Brasil, eles não variam muito. Vá na loja que aparecer primeiro (afinal, estamos de férias e não queremos perder muito tempo com isso). Esse site elenca as operadoras por país.

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Celular nas férias

Quanto custa

 Depende do destino. No Chile, com cerca de US$ 17 você compra um chip da Claro com 1 GB de internet e redes sociais liberadas. Nos Estados Unidos, a T-Mobile vende chip com dados ilimitados válidos por três semanas por US$ 30.

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Na Europa, a Vodaphone varia o valor cobrado por país – na Espanha, por exemplo, 2 GB de internet custam € 15, válidos por um mês; já na Itália, o mesmo pacote sai por € 30.

Na África do Sul, a Vodacom tem 2 GB de internet por US$ 30 válidos por 30 dias. Na Tailândia, o chip com dados ilimitados por um mês custa US$ 18 na operadora True.

Em todos os casos, se o pacote acabar, você costuma poder recarregá-lo. Calcule gastar no mínimo 1 GB por semana de viagem.

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É bom quando

Você vai para um país só ou para quaisquer países da União Europeia por pelo menos 5 dias – menos do que isso, o chip pode não se pagar.

Pegadinha

Quando não há loja no aeroporto pode ser chatinho (e demorado) procurar uma. Lembre-se também de que se você vai fazer roteiros por vários países teria que comprar um chip novo a cada país visitado (a não ser que esteja na União Europeia).

Europa sem roaming!

Desde junho de 2017 não é mais cobrado roaming internacional entre os 28 países membros da União Europeia (mais Noruega e Islândia, que também aderiram; Turquia e Suíça estão fora). A resolução é muito vantajosa para viajantes: agora você pode comprar um único chip pré-pago e usar em todos esses países. Procure lojas de operadoras locais como Vodafone (em 14 países, entre eles Portugal, Alemanha, Grécia e Holanda), Orange (na França), O2 (na Inglaterra) e Movistar (Espanha).

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Chip internacional

O que é

São chips multipaíses, normalmente oferecidos por operadoras virtuais que não possuem sinal próprio e sublocam o serviço de outras no país onde estão.

Como faz

A maior comodidade desse chip é que ele pode ser providenciado antes da viagem. Você entra no site das empresas – existem várias especializadas no mercado brasileiro, com atendimento em português – escolhe o chip que te convier mais (de acordo com a quantidade de dados, ligações e validade oferecidos) e recebe pelo correio (em casa, no seu hotel no destino ou onde preferir) com instruções para a ativação. O frete muitas vezes é grátis. Também há empresas vendendo no terminal de embarque dos aeroportos brasileiros e gringos.

Quanto custa

Consideravelmente mais caro do que os chips locais. Para os Estados Unidos os preços são melhores (pense cerca de US$ 40 para uma viagem de 10 dias), mas no resto do mundo o chip sai entre US$ 60 e US$ 90, às vezes com quantidade ínfima de dados.

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(grinvalds/iStock)
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É bom quando

Ele é útil em viagens longas e picadinhas, como uma trip de 20 dias de duração ou mais em que você vai passar por muitos países diferentes. Também é conveniente para quem não quer perder tempo procurando lojas e quer resolver tudo do Brasil, com atendimento em português.

Vale lembrar que, com a isenção de roaming na União Europeia, só vale levar esse chip para lá se realmente fizer questão de já sair com ele de casa.

Pegadinha

O preço é salgado. Além disso, com algumas operadoras é possível manter o chip para próximas viagens por até um ano; em outras isso só é possível se você fizer recargas mensais no chip (o que só faria sentido para quem viaja a trabalho todo mês, por exemplo).

Se for um viajante frequente, pergunte. Aliás, use e abuse do atendimento em português para tirar todas as dúvidas antes de comprar.

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Onde comprar

EasySim4U

É representante da operadora americana T-Mobile e também vende chip da francesa Orange para ser usado na Europa. Na América do Norte é possível escolher se quer chip com ou sem ligações para o Brasil e se quer adquirir a função roteador.

Você compra pelo site e recebe o chip no endereço desejado, e há atendimento em português. Cuidado: o chip oferecido para o resto do mundo vai funcionar em roaming, ou seja, com velocidade mais lenta.

PreçosPara ter dados ilimitados por 10 dias no Estados Unidos, custa US$ 42. No resto do mundo, US$ 57 (mas em modo roaming).

Skill Sim

À venda nos aeroportos de São Paulo e Recife e também por encomenda pelo site (para não pagar frete é possível retirar nos terminais ou no escritório em São Paulo), tem chips de dados ilimitados que variam de preço de acordo com a região do mundo. Conta com atendimento em português.

PreçosPara uma viagem de 10 dias nos EUA ou na América do Sul (dados ilimitados) custa US$ 80. No resto do mundo, US$ 95.

Travel Mobile

A empresa, com site e atendimento em português, vende chips de diferentes empresas, como a francesa Orange e americana One Sim Card. É possível encomendar e receber pelo correio ou no seu hotel (é cobrado frete). Também é possível recarregar o chip pelo site.

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PreçosNos Estados Unidos, o chip custa US$ 20. Aí você precisa colocar crédito: 4 GB de internet + chamadas internacionais ilimitadas custam US$ 35. Na Europa, também tem que pagar os US$ 20 do chip e mais US$ 55 para ter 10 GB de internet e mais 120 minutos de ligações locais.

Chip Viagem

Com atendimento em várias cidades do Brasil, vende chips de dados e voz de operadoras diferentes; você escolhe de acordo com seu destino. O frete é grátis para entrega em até 7 dias úteis. Alguns chips têm a função “siga-me”, para que se alguém ligue para o seu número do Brasil elas sejam direcionadas para o novo chip.

PreçosPara viagem de 10 dias nos EUA (dados e ligações ilimitadas locais), são US$ 49,90. Para viagem de 14 dias na Europa (chip Orange 10 GB + 120 minutos de ligações para o Brasil), são US$ 79.

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(nicedude/creative commons/Pixabay)
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Go-Sim

Empresa europeia, entrega o chip com frete grátis em qualquer lugar do mundo. Você pode escolher entre chip com ligações e dados ou só dados, e é possível recarregar o chip para usar em outra viagem pelo site. Não tem atendimento no Brasil e o site é em inglês.

Preçoschip internacional (para 65 países) com 2 GB de dados sai US$ 35. Na Europa, 5 GB sai US$ 45 (ambos válidos para 30 dias).

Flexiroam X

Inovador, é um microchip adesivo que você cola sobre o seu chip e tem uso ilimitado (você nem precisa tirar ele de lá quando volta). Para ter acesso à internet, você baixa o aplicativo da empresa e ali pode alternar quando quiser entre ele e a rede do seu chip brasileiro e fazer recargas. Funciona em até 140 países.

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PreçosComprar o chip custa R$ 120 (ele vem com 100 MB de internet). Aí você precisa carrega-lo: 1 GB de dados Xtra Data+ (a mais rápida) sai por US$ 29,99, válido por 90 dias.

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Apps que valem o chip

Uber, Cabify, Grab, Lyft

As corridas dos apps de transporte são mais baratas que as de táxi e simplificam deslocamentos em muitas cidades, inclusive quebrando a barreira da língua, já que você digita ou cola o endereço direto no celular.

Google Maps, Citymapper

Aplicativos que calculam deslocamentos a pé, de bike ou transporte público, dando diferentes possibilidades de combinação dos modais.

Skype, Whatsapp, Viber

Ligue, escreva ou mande fotos, áudios e vídeos de graça. O Skype também permite ligações para celulares e telefones fixos por uma tarifa bem baixa.

Google Translator

Que tal traduzir placas, textos e até voz em tempo real? Especialmente útil em países em que o inglês e o espanhol não são tão falados.

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(Mlenny/iStock)

Spotify, Apple Music

Aplicativos de ouvir música até permitem que você os utilize em modo offline, mas baixar as playlists ocupa um espação na memória do celular. Estando conectado, dá para ouvir o que quiser, na hora que quiser, e providenciar uma trilha sonora para suas viagens de carro.

TripAdvisor, Yelp, Fousquare

Os apps se baseiam na localização do usuário para indicar restaurantes e filtrá-los por preço, tipo de comida e horário de funcionamento. Há situações e localidades, porém, em que as avaliações tanto ajudam quanto confundem na escolha. Por isso, é bom ficar atento aos comentários: se você leu algo sobre um lugar que o incomodou, não vá.

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Booking.com, Hoteis.com

Para road trips, viagens com roteiro aberto ou planos de última hora, os aplicativos permitem que você procure e reserve um hotel em segundos.

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Dicas espertas

1. Se a operadora diz que os dados são ilimitados, pergunte antes de comprar se há redução de velocidade depois de um tempo. Vale tanto para chips locais quando para internacionais.

2. Pergunte também se o chip tem a função roteador, que permite usar o acesso pessoal do seu celular e assim compartilhar a internet com seus companheiros de viagem (só tenha em mente que isso drena a bateria do celular e os dados também, obviamente).

3. Existem chips que são só de dados. Não ter um número significa não poder fazer ligações, que podem ser úteis para reservar um restaurante, por exemplo, ou acionar o seguro de viagem. Avalie se isso é importante para você.

4. A velocidade do 4G varia muito de país para país; ou seja, ela pode não ser culpa do seu chip. Para ter uma ideia melhor, veja o ranking de velocidade por país da empresa britânica de mensuração de conectividade OpenSignal – o Brasil está em 52º lugar.

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