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Procissão do Fogaréu encena perseguição a Cristo em Goiás Velho

Saiba como é a celebração de uma das procissões mais tradicionais do Brasil, em uma cidade histórica que é patrimônio da Unesco, em Goiás

Por Fábio Mitsuka Paschoal
Atualizado em 11 abr 2017, 21h42 - Publicado em 20 fev 2012, 17h04

É quarta-feira da Semana Santa, 23h59. Dentro de um minuto, as luzes do centro histórico vão se apagar. Tochas são acesas por 40 homens encapuzados que seguem pelas ruas da cidade de Goiás (GO), entoando músicas sacras em busca de Jesus Cristo. Tem início a Procissão do Fogaréu.

Tradição em Goiás desde 1745, o ritual na antiga capital do estado simboliza a procura e a prisão de Cristo e se tornou o principal evento da Semana Santa na cidade. O evento começa precisamente às 0h da quinta-feira santa. A concentração dos participantes é na noite de quarta-feira, em frente à Igreja Nossa Senhora da Boa Morte.

O caráter medieval da procissão, combinado com o calçamento de pedra e a arquitetura colonial da cidade, considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, sempre atraiu turistas.

Os homens de capuz, personagens principais do Fogaréu, vestem túnicas reluzentes de cores vibrantes e representam os soldados romanos que perseguiram Jesus. São os farricocos, função muito prestigiada na região. Existe uma longa lista de espera para ocupar uma das 40 vagas, pois o cargo é vitalício.

Partindo da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, a procissão segue cadenciada pelo ritmo dos tambores. A primeira parada é na Igreja do Rosário, que representa o local da Última Ceia. O grupo segue para a Igreja de São Francisco de Paula, que faz o papel do Monte das Oliveiras, local onde Cristo foi preso. Ao som do clarim, surge o estandarte com a imagem de Jesus, carregado pelo único farricoco vestido de branco, simbolizando a sua captura. O Bispo de Goiás encerra a cerimônia.

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