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Mostra no Rio reúne 60 anos de fotografia experimental no Brasil

A exposição Coleção Itaú de Fotografia Brasileira fica em cartaz até 5 de agosto, no Rio

Por Marcela Puccia Braz
Atualizado em 16 dez 2016, 08h38 - Publicado em 5 jun 2012, 18h55

Fotografias experimentais que datam desde 1940 estão expostas no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, até 5 de agosto. As 115 obras de 56 artistas retratam dois períodos da fotografia brasileira: o modernista e o contemporâneo.

No primeiro, entre o final da década de 1940 e o início da de 1960, os fotógrafos passaram a fazer registros mais oníricos, inaugurando a abstração e questionando o limite entre fotografia e artes visuais. Passou-se a investigar possíveis enquadramentos, a harmonia geométrica entre os objetos em cena e jogos de luz e sombra. Um dos desdobramentos dessa época influenciou a criação da corrente concretista, principalmente pela produção do artista Geraldo de Barros, que faz parte da mostra.

Com o golpe militar de 1964, o experimentalismo perde a força por quase 20 anos, com exceção de trabalhos isolados como o de Carlos Zilio e Boris Kossoy, que respectivamente ironizam o milagre econômico brasileiro e a falta de liberdade de expressão. As imagens da série Para um Jovem de Brilhante Futuro, de Zilio, e outras do livro Viagem pelo Fantástico, de Kossoy, foram feitas nos anos 1970 e remetem à ditadura militar em um momento que pouco se produziu em fotografia de caráter artístico no Brasil.

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Com o fim do período ditatorial, a produção fotográfica passa a abordar questões subjetivas e universais, com contornos ficcionais e novos suportes. Exemplos dessa abordagem estão na chapa inox de Rosângela Rennó como metáfora da amnésia; na escala desmedida e surreal de Lenora de Barros; nas colagens que remetem a fábulas de Cássio Vasconcellos; nos recortes que aludem ao tridimensional de Odires Mlászho, que encontram correspondência poética nos modernistas Thomaz Farkas e German Lorca; ou em Neutrino, de Feco Hamburguer, que retoma ludicamente o embate entre still e movimento, fotografia e cinema.

Apesar de fornecer um panorama da história da fotografia no Brasil, a coleção embaralha as fotos dos dois períodos e estimula o visitante a encontrar pontos de contato entre as épocas, desmembradas pela ditadura.

Coleção Itaú de Fotografia Brasileira

Quando: até 5 de agosto; terça-feira a domingo, das 12h às 18h

Onde: Paço Imperial – Praça XV, 48, Rio de Janeiro

Quanto: grátis

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Mais informações: (21) 2215-1195; www.pacoimperial.com.br

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