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Guia de destino

Canoa Quebrada

Por Mirela Mazzola Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO | set 2025

Um dos icônicos refúgios do litoral do Ceará, Canoa Quebrada guarda um pouco do charme de quando era um esconderijo hippie, nos anos 1970, mas já tem perfil de destino turístico de massa. Sua paisagem singular – com falésias avermelhadas, dunas e praias – enfrenta os desafios da erosão costeira, um processo natural intensificado pela urbanização, com recuo de até 22,5 metros na faixa de praia desde 2016. Apesar das transformações, o cenário mantém seu esplendor, reforçando a importância de um turismo consciente para preservar o destino.

Canoa é um passeio clássico de bate e volta a partir de Fortaleza, mas a distância da capital (180 quilômetros, percorridos em cerca de 2h30) esbarra naquele limite em que não compensa ir e voltar no mesmo dia. Outra desvantagem de uma visita rápida é perder o agito noturno da Broadway, centrinho com vielas que bombam na alta temporada, principalmente depois do pôr do sol.

QUANDO IR

As chuvas se concentram no litoral cearense entre março e abril e também podem dar as caras em fevereiro e maio – ainda assim, é difícil perder um dia inteiro. De agosto em diante, a chance de chover é bem menor, o calor fica mais intenso e os ventos fortes tomam conta. As temperaturas são altas o ano todo, sempre em torno dos 30°C.

Para quem curte cultura e cinema, vale ficar de olho no Curta Canoa, festival que celebra o audiovisual latino-americano. O evento acontece em datas variadas, e reúne mostras competitivas de curtas, shows musicais, oficinas e seminários, reforçando o espírito criativo e coletivo da vila.

 

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ONDE FICAR

Única pousada pé na areia em Canoa Quebrada, a Vila Canoa tem todos os quartos com vista para o mar e uma barraca aberta ao público, a Tiki Beach, tudo sem grandes luxos. Também voltada para a praia, mas sem o acesso direto, a Tatajuba tem piscina grande e quartos bem-cuidados, alguns com varanda e vista.

Com projeto moderno, o Ravenala Hotel Boutique tem um solário amplo, com deque e piscina, além de seus quartos decorados com móveis de linhas retas e detalhes coloridos; todos com ar-condicionado e varanda. A Pousada Refúgio Jardim de Canoa tem um paisagismo caprichado e uma equipe muito afinada.

Para quem quer ficar perto da agitação, o Il Nuraghe fica a 400 metros da praia e pertinho da Broadway, com piscina e quartos espaçosos. Também próximo ao centrinho, o Hotel e Pousada La Dolce Vita oferece quartos charmosos, com vigas de madeira no teto e varanda privativa. Já a Pousada Lua Estrela, inaugurada em 1990, está a apenas dois minutos do centro – alguns quartos até têm varanda com vista para o mar.

A Tranquilândia Village (pioneira desde 1993) oferece chalés com vista para o jardim ou piscina, além de apartamentos com hidro ou vista para o mar. Seu diferencial é a piscina, uma das maiores da região, em meio a um terreno ajardinado. Para quem prefere opções mais afastadas da praia e do burburinho da Broadway, a Long Beach tem uma área de piscina bastante agradável, com espreguiçadeiras sob pergolados. Os quartos e bangalôs contam com terraço privativo e varandas com vista dos jardins.

No Pontal de Maceió, a 35 quilômetros de Canoa sentido Fortaleza, o Vila Selvagem Hotel Contemporâneo é para quem quer sossego. Os ambientes são decorados com elegância rústica, pontuados por vigas de madeira, quiosques com teto de palha e móveis de fibras naturais. O charme continua nos quartos, com cama king-size, e no restaurante, em uma varanda debruçada sobre a areia da praia quase exclusiva.

Busque mais hospedagens em Canoa Quebrada. Outra opção é alugar uma hospedagem pelo Airbnb, como essas casas ou chalés.

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ONDE COMER

Como é comum em outros destinos do Nordeste, os turistas costumam almoçar durante os passeios e nas barracas de praia (por isso, muitos restaurantes da Broadway fecham nesse horário).

Um dos mais charmosos do pedaço, o Mezza Luna serve massas artesanais, risotos, brusquetas e frutos do mar, a exemplo do polvo grelhado com batatas, em ambiente com chão de areia, velas nas mesas e gazebos. Além de massas, há pizzas no Paprika, com mesas ao livre voltadas para a calçada e em um espaço agradável nos fundos.

O Café Habana fica em uma construção com varanda para a Broadway. A casa se dedica à cozinha variada, com massas e filés, mas, se a ideia for petiscar ao som da música ao vivo, tem porções como o camarão à milanesa. O El Argentino, também na Broadway, revela a especialidade no nome e serve cortes bovinos acompanhados de batatas e chimichurri em uma chapa levada à mesa.   

Para peixes e frutos do mar, vá ao Cabana ou ao O Nain. Esse último se destaca pela vista para o mar: as mesas ficam espalhadas em um deque de madeira ao ar livre.

O QUE FAZER

Durante o dia, os visitantes se dividem entre as praias emolduradas por falésias (algumas delas com estrutura de barracas) e os clássicos passeios de jangada e de bugue. Há ainda quem se aventure na prática de kitesurfe e windsurfe: a temporada de ventos é entre julho e janeiro.

Praias

A praia do centro, Canoa Quebrada, ostenta dunas e falésias que mudam de tom – a famosa imagem de uma lua e uma estrela esculpidas na parede de areia está aqui. No céu, o colorido é obra dos praticantes de voo livre, enquanto, na areia, algumas paradas têm estrutura parecida com a das megabarracas de Fortaleza (a exemplo da Antônio Coco e da Chega Mais Beach). Ali também fica a Broadway, que enfileira restaurantes, bares e baladinhas rústicas (na praia, rolam festas e luaus). 

A seis quilômetros da vila, a Praia do Fortim fica na foz do Rio Jaguaribe e ganha ilhas e praias fluviais no verão – dali até Pontal de Maceió, vila tranquila com mar transparente onde há vista panorâmica, são cerca de 30 quilômetros. A leste, Retirinho tem dunas coloridas, bicas de água doce e pedras. Sossegadas e com pouca estrutura, Lagoa do Mato e Quixaba exibem mais falésias multicoloridas e águas calmas. 

A faixa que inclui as seguintes praias: do Ceará (a mais distante, a 70 quilômetros), Manibu, Peixe Gordo, Tremembé, Quitérias, Icapuí, Barreiras, Peroba, Redonda, Ponta Grossa e Retiro Grande pertence ao município de Icapuí, mas faz parte do roteiro de quem vai a Canoa Quebrada. Por causa da distância, o mais comum é visitá-las de bugue – se for de carro, informe-se sobre as condições da via. Nesse trecho, Tremembé e Icapuí são as preferidas dos kitesurfistas, enquanto Redonda e Ponta Grossa têm bela paisagem de falésias avermelhadas.

Enseadas populares como Barreiras, Retiro Grande e Fontainha, já em Aracati, têm sofrido com o avanço do mar. Outro pico popular, a praia de Morro Branco e seu belo Monumento Natural das Falésias, em Beberibe, está no meio do caminho até Fortaleza (e é outro destino dos bate e volta a partir da capital).

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Passeios

Os passeios mais populares são os de jangada e de bugue. As embarcações partem da Praia de Canoa Quebrada e avançam um quilômetro no mar, em cerca de meia hora (você pode contratar com os próprios jangadeiros ou nas barracas).

Já o de bugue dura entre 1h30 e 2h30 e normalmente faz dois roteiros: pelas dunas até o Rio Jaguaribe e para o leste até Ponta Grossa. Esse caminho só pode ser feito pela orla na maré baixa e tem paradas em Majorlândia, para ver e comprar artesanato de garrafas decoradas com areia colorida, e praias como Retiro Grande e Retirinho. Peça indicações na pousada, barraca ou contrate no posto dos bugueiros na entrada na vila. 

Há ainda quem tente aprender kitesurfe e windsurfe (os melhores ventos sopram entre julho e janeiro). Há algumas escolas na região que oferecem aulas para iniciantes e alugam equipamentos. Importante que os instrutores sejam certificados pela International Kiteboarding Organization (IKO).

Como chegar

Saindo de Fortaleza, é preciso acessar a CE-040. Você vai passar por Aquiraz e Beberibe até o fim da rodovia, em Aracati, município ao qual pertence Canoa Quebrada. De lá, siga pela BR-304 (passando pela área urbana). 

Antes, era possível chegar de modo mais rápido em Canoa Quebrada a partir do Aeroporto Regional de Canoa Quebrada Dragão do Mar, em Aracati. O aeroporto, localizado a 17 km do destino, chegou a receber voos regulares de Recife e Campinas. No entanto, houve uma mudança de gestão e atualmente a operação está restrita a voos fretados.

 

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Como circular

Na vila, é possível circular a pé. Para chegar à Ponta Grossa, uma das mais belas praias da região, a maneira mais bonita é de bugue, que vai pela faixa de areia passando por outras praias.

De carro, é preciso seguir pela BR-304 até o trevo de Icapuí, rumo às praias de Peroba, Redonda e Ponta Grossa (há risco de atolar em alguns trechos, informe-se antes). O tradicional artesanato de garrafas decoradas com areia colorida é vendido em Majorlândia, a 8 km de Canoa Quebrada (os bugueiros também param lá).

Sugestão de roteiro

Três dias é uma boa pedida para conhecer as principais atrações e praias com calma, mas dá para ficar um pouco mais se a ideia for descansar. Dedique o primeiro para conhecer a praia do centrinho, Canoa Quebrada – eleja sua barraca, mas não deixe de caminhar pela orla para ver as falésias. Nesse dia, também rola fazer o passeio de jangada. Na manhã seguinte, verifique a tábua de marés e, se estiver baixa no horário do passeio, embarque no bugue para Ponta Grossa. O último dia pode ser dedicado às praias do oeste, no passeio de bugue pelas dunas até o Rio Jaguaribe, ou à uma esticada até Morro Branco, onde fica o Monumento Natural das Falésias (se não estiver de carro, é possível combinar a ida com os bugueiros). Em todas as noites, o destino é um só: os bares e restaurantes da Broadway. 

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