Barra Grande
A tranquilidade impera no centrinho de Barra Grande, vila mais conhecida da fabulosa Península de Maraú. Mas não se restrinja a ele: apesar de abrigar o píer e ter a melhor estrutura, a praia principal é apenas o ponto de partida para enseadas como Taipu de Fora, que abriga uma cênica piscina natural, e a emergente Algodões, com potencial para ser o hype das próximas temporadas.
O isolamento provocado pelo difícil acesso, feito por estrada de terra (que fica intransitável no último trecho quando chove muito), transforma o destino em uma espécie de ilha – chegar de barco é mais fácil que de carro. A costa repleta de recifes de corais é um paraíso para os mergulhadores e também para banhistas, já que na maré baixa as piscinas naturais de Taipu de Fora são alcançadas facilmente a partir da orla, sem precisar de barco ou jangada.
QUANDO IR
O mês de abril é o mais chuvoso – se optar por ele, a chance de não conseguir atravessar a estrada de areia aumenta bastante. No verão, alta temporada, também chove um pouco e no Réveillon a península assiste ao ápice do turismo. Entre julho e o fim de setembro, baleias-jubarte na época da reprodução passam por Barra Grande (é possível vê-las em passeios de barco). Se quiser sossego e bom tempo, viaje entre setembro e outubro.
ONDE FICAR
O burburinho em Barra Grande se concentra na vila principal, com comércio, agências de passeios e restaurantes, e em Taipu de Fora, também com estrutura. Fora desses núcleos, as opções para jantar costumam se restringir à pousada e a vida noturna é pouca fora do Réveillon. Para quem gosta de sossego, mas não abre mão de conhecer mais áreas, uma alternativa é dividir as diárias entre Barra Grande e outra praia (principalmente se estiver sem carro).
Barra Grande (Centrinho)
O projeto contemporâneo de linhas retas, pontuada por ripas de madeira e cimento queimado, fazem do KA BRU Beach Boutique Hotel um dos mais intagramáveis de Barra Grande (há duas unidades da rede, o KA BRU Beach e o KA BRU 1100). O ar moderno se repete nos quartos – fora deles, as atrações são a piscina, o café da manhã com produtos orgânicos e o spa, com tratamentos feitos com óleos essenciais e vegetais.
No Villa Balidendê, a inspiração e as peças de decoração vêm da Indonésia. Os aposentos foram projetados para que nenhum fique de frente para outro – alguns têm vista para a piscina, com a costa de Barra Grande ao fundo.
A 50 metros da praça principal, a Pousada Fruta Pão tem um charme rústico, com vigas de madeira e paredes de tijolo aparentes. Os quartos, todos dotados de varanda com rede, e áreas sociais estão distribuídos por um gostoso jardim (os chalés têm dois dormitórios e cozinha).
Perto do píer, a pé na areia Pousada Denada pertence a um casal de italianos e tem apenas oito chalés. A sala do café da manhã e a piscina aproveitam a vista para o mar. A Ponta do Mutá também tem saída para a praia, com um bar na areia – nos quartos (exceto dois), basta abrir a janela para apreciar o mar azul.
A Pousada Terra Mar Way tem piscina ampla e quartos funcionais (com piso frio, cama box e ar-condicionado) e costuma oferecer preços convidativos. A dez minutos de caminhada do centrinho, a Pousada Barrabella exibe uma gostosa área da piscina, com cascata, bar, espreguiçadeiras e espaços de leitura.
Ponta do Mutá e Bombaça
No extremo da Ponta do Mutá, o simpático Nirvana Beach Hotel tem detalhes sinuosos de alvenaria nos banheiros e quartos, todos com ventilador de teto e rede.
Em Bombaça, num trecho tranquilo da orla, o Caiçara Bangalôs exibe uma bela piscina de raia e decoração singela nos quartos, que têm mosquiteiros nas camas e cozinha equipada.
Taipu de Fora
Pertinho da piscina natural, a Pousada Taipu de Fora está na ativa há quase duas décadas – as construções são separadas da areia por um gostoso gramado com coqueiros onde são montadas mesas e espreguiçadeiras. Também com ótima localização para visitar as piscinas, a Pousada Encanto da Lua tem quartos amplos e arejados, com rede na varanda (os melhores têm jacuzzi ou ofurô).
Os gazebos em frente à Pousada Rumah, são na verdade camas com dossel adaptadas, e ficam na areia à disposição dos hóspedes. Os quartos são funcionais, com ar-condicionado, frigobar e cama queen-size, e têm vista para o mar (com exceção dos da categoria família, para quatro pessoas). Inaugurado em 2019, o Villa Kandui Boutique Hotel e Beach Lounge tem “villas” pé na areia, para até seis pessoas. Com decoração minimalista e marcada pelo uso de madeira e de fibras naturais, todas têm cama king-size, cozinha equipada e vista para o mar.
Ali perto, móveis de palhinha e decoração que remete ao surfe dão um ar descontraído à Sup House Barra Grande. A piscina é rodeada por um deque e os quartos da categoria superior têm vista para o mar. Já a pé na areia Dreamland Bungalows está a dez minutos de caminhada das piscinas naturais e tem um bar aberto ao público. As unidades têm camas king-size, cafeteiras Nespresso e Smart TV.
Cassange
A Butterfly House Bahia fica isolada, em meio à mata, no canto direito da Praia do Cassange. Os chalés têm acabamento rústico de inspiração franco-marroquina. Uma boa pedida é relaxar nas espreguiçadeiras da piscina ou nos sofás do gazebo.
Aberta em 1996, a Pousada Lagoa do Cassange é pioneira na região e adota medidas sustentáveis, como compostagem de lixo, uso de placas solares e produção própria de itens como pães, mel e sabonetes usados nos quartos. As unidades têm ar-condicionado, além de varanda ou sacada.
Algodões
A praia do extremo sul da península vem assistindo ao crescimento de hospedagens e opções gastronômicas nos últimos anos. A Casa dos Arandis foi aberta em 2011 com bangalôs supercharmosos construídos com telhas e madeira de demolição – no interior deles, banheiras de rocha vulcânica com design italiano e camas king-size confortáveis.
Na Casa del Mar alguns quartos têm vista para as piscinas naturais. A pousada também dispõe de café da manhã em estilo buffet, e um restaurante que serve comida brasileira, indiana e com especialidade em frutos do mar. Mais simples, o Na Villa dos Algodões oferece chalés padronizados para até quatro pessoas e há um deque com piscina e uma pequena cascata. Há até um glamping no povoado: o Dê Algodões #1 , de barracas charmosas com ar-condicionado, frigobar e varandinha, além de opções de pratos veganos no café da manhã.
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ONDE COMER
Por causa do deslocamento não tão simples, praticamente todas as hospedagens da península servem refeições. Fora delas, a maioria das opções, entre restaurantes e bares de praia, fica na vila de Barra Grande e em Taipu de Fora.
Na ativa desde 1990, o Tapera está entre os mais tradicionais da península. No cardápio, moquecas e arroz de polvo com queijo coalho, servidos em um bonito jardim com orquídeas e plantas tropicais. Pescados e receitas baianas também são o destaque no Donanna, aberto sem intervalo entre almoço e jantar. Em uma simpática construção aberta, o Restaurante da Zene é conhecido pelos preparos cremosos com camarão (bobó, no coco e no abacaxi).
No rol da cozinha europeia, O Papagaio serve pratos de inspiração francesa, como os filés ao poivre e ao roquefort. Se você está em busca de bares, o Santo Forte é a baladinha local para o ano todo, com direito a noites de forró e festa de Halloween.
Em Taipu de Fora, o tradicional Bar das Meninas é um misto de barraca de praia e restaurante, com pedidas que vão de dadinho de tapioca e polvo à vinagrete a moquecas elaboradas (a de camarão com banana é uma). Para assistir ao pôr do sol na Ponta do Mutá, aposte no Macunaíma Lounge Bar e no Obar. Entre o Rio Carapitangui e o mar, o Bar da Rô é outro ponto privilegiadíssimo para o fim de tarde.
Em Algodões, muitos lugares são abastecidos pelas feirinhas orgânicas do Massala, que também funciona como empório e restaurante, e do Sítio do Outeiro, que cultiva açaí e outros vegetais.
No Obaê, DJs e música ao vivo animam a tarde, regada a porções de pastel e pititinga (um tipo de peixe pequeno) frita. O bar-restaurante da pousada Casa del Mar é aberto ao público e, além da moqueca e de pratos veganos, serve uma paella, típica da terra natal dos donos, espanhóis.
O QUE FAZER
Com praias de águas cristalinas, piscinas naturais entre os recifes e passeios pela Baía de Camamu, Barra Grande revela sua beleza de modos diversos. Dá para explorar a península de jardineira, barco ou bicicleta elétrica, mergulhar em corais coloridos, remar de SUP e admirar o pôr do sol. A vila ainda guarda lagoas, cachoeiras e, na temporada certa, a presença das baleias – sempre em meio à natureza exuberante e ao ritmo tranquilo.
Praias e piscinas naturais
Cartões-postais da região e entre as mais belas do país, as piscinas naturais de Barra Grande estão distribuídas ao longo da costa. Mas vê-las em todo seu esplendor só costuma ser possível na maré baixa, durante as luas cheia e nova (ou seja, dois períodos por mês), em horários específicos. Por isso, consulte os moradores e a tábua de marés para programar os passeios.
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No centro da vila, a Praia de Barra Grande não chama muito a atenção – quando a maré sobe, a faixa de areia quase desaparece. Nesse trecho ficam o píer, pousadas e o comércio.
Subindo, no extremo norte da península, a Ponta do Mutá tem vista para um farol e divide o mar aberto das águas calmas da Baía de Camamu – caminhar até aqui a partir de Barra Grande e assistir ao pôr do sol é um programa clássico.
Três Coqueiros é boa para banho no trecho central (nas duas laterais há recifes) e tem poucos bares e restaurantes. Na Praia de Bombaça, preservada e com pouca estrutura, as ondas que quebram sobre as bancadas de corais atraem surfistas.
A 20 minutos de jardineira da vila está a estrela de Barra Grande: Taipu de Fora e seu mar azul-claro, areia dourada e uma fileira de coqueiros. Duas vezes por mês, a maré baixa deixa uma rica vida marinha ilhada junto aos recifes, formando um verdadeiro aquário. Taipu é também um dos maiores núcleos urbanos locais, com pousadas e restaurantes.
Com poucas hospedagens e distante do movimento de Taipu, Cassange tem mar de tombo, mas com bons trechos para banho. Do outro lado da restinga, a Lagoa do Cassange é ótima para tirar o sal do corpo e assistir ao pôr do sol. Perto dali, fica o mirante do Morro Bela Vista, também chamado de Morro do Celular. Já as tranquilas Arandis e Saquaíra têm mar calmo.
Ao sul, Algodões tem alçado discretamente o título de próximo hype baiano, com um número crescente de pousadas com iniciativas sustentáveis e restaurantes descolados. Extensa e com recifes que formam uma piscina natural, tem esse nome por ter sido pontilhada por plantações de algodão no passado.
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Passeios
Além do trajeto Camamu-Barra Grande, a Camamu Adventure opera o passeio de lancha pelas ilhas da Baía de Camamu. São elas Pedra Furada, para ver as rochas perfuradas por moluscos, do Campinho, com mangues, Sapinho e do Goió, onde há almoço (pago à parte).
Outro roteiro leva às Cachoeiras do Tremembé, com uma queda de 5 metros que deságua no Rio Maraú, e passa por ilhas e pela cidade de Maraú.
Há ainda o passeio até os mangues da Baía de Camamu, com paradas nas ilhas da Pedra Furada, do Âmbar, um antigo quilombo cuja comunidade de mulheres coleta mariscos e crustáceos, e na Coroa Vermelha, um banco de areia no meio do mar. Todos duram o dia todo.
Para desbravar a costa da Península de Maraú, há táxi (peça indicação da pousada), jardineira (Marau Tour ou no ponto das jardineiras, no centrinho da vila) e bicicleta elétrica (Marau Tour). Dá para percorrer as piscinas naturais de Taipu de Fora e da Lagoa Azul e visitar dois mirantes, o Farol de Taipu e o Morro Bela Vista.
Para quem curte ir além do snorkel, as águas quentes de Barra Grande têm recifes de corais cheios de vida marinha para mergulhar com cilindro (possível com empresas como a Carpe Diem). No Rio Carapitangui, águas calmas são boas para a prática de SUP (a Marrua Esportes Natureza tem guias e instrutores locais).
De julho até o fim de setembro, época reprodutiva, é possível fazer o passeio de barco para observação de baleias-jubarte. A duração tem média de três horas (Princesinha Turismo).
Como chegar
Barra Grande é um distrito do município de Maraú. São 130 quilômetros do Aeroporto de Ilhéus, melhor opção para quem chega de avião. Antes de escolher o trajeto, leve em conta que a última lancha parte de Camamu para Barra Grande às 17h.
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De Ilhéus
A Marau Tour faz o traslado entre o aeroporto e Barra Grande via Camamu, onde o tempo de viagem dura em média 2 horas. Em Camamu, partem lanchas da Camamu Adventure até Barra Grande (a travessia leva meia hora).
Quem aluga carro no aeroporto deve seguir pela BA-001, asfaltada, até Camamu, no acesso para a BR-030. Dali, são 40 km de terra e areia até Barra Grande – informe-se nas pousadas sobre as condições da estrada, que costuma ficar intransitável quando chove muito. Nesse caso, ou se preferir, deixe o carro em estacionamentos de Camamu (um deles é o da CM Turismo, que também faz o transfer até Camamu) e siga para Barra Grande de lancha.
Há ainda ônibus de Ilhéus para Camamu (Águia Branca, 2h30 de viagem). Atenção: se embarcar no último horário, às 14h20, não dá tempo de pegar a lancha das 17h.
De Salvador
Se o ponto de partida for a capital baiana, tome o ferry-boat para a Ilha de Itaparica (uma hora, Internacional Travessias) e desembarque em Bom Despacho. De lá, partem ônibus da Águia Branca até Camamu (quatro horas de viagem). Se estiver de carro, siga pela BA-001, passe por Camamu e, 29 km após a cidade, pegue o acesso para a BR-030. Em feriados e na alta temporada, a fila do ferry aumenta – motoristas podem se dar melhor contornando a Baía de Todos os Santos, pelas BR-324 e BR-101, para depois ir a Camamu.
Como circular
As praias da Península de Maraú são ligadas por estradas de areia e terra. Se você não vier de carro, pode contratar táxis, mototáxis ou jardineiras (caminhonetes adaptadas para levar passageiros) no centrinho de Barra Grande ou na pousada. Outra opção é alugar quadriciclos, que não podem circular na praia e, pela legislação, só devem rodar em vias públicas.
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