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Pesquisa mostra desvantagens em fazer intercâmbio para países de baixa renda

Por Julia Latorre
Atualizado em 27 fev 2017, 15h29 - Publicado em 9 fev 2015, 12h00
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Uma tese de doutorado da Escola de Administração de Rotterdam, da Universidade Erasmus, defendida por Erik van‘t Klooster, chegou à conclusão que estudantes que viajam para estudar ou estagiar em países de baixa renda ou socialistas ganham menos competência profissional do que estudantes que viajam para outras partes do mundo.

Erik van ‘t Klooster entrevistou mais de mil estudantes e estagiários intercambistas do mundo todo a fim de definir os benefícios de estudar ou trabalhar no exterior. A princípio, qualquer intercâmbio traz benefícios aos viajantes. O que o estudo mostrou foi que os alunos que estiveram em países de baixa renda se beneficiaram muito menos do que os que foram para outros destinos.

Bolha da globalização

De acordo com a tese, é muito mais difícil apreciar a cultura de acolhimento e interagir com habitantes locais nesses países.  Um dos argumentos usados é que a aprendizagem no exterior pode ser prejudicada pela má qualidade do emprego, tempo de estadia muito curto ou por uma espécie de bolha que o intercambista cria ao ficar longe de casa. Ou seja, em alguns casos é muito mais vantajoso fazer um bom estágio perto de casa do que conseguir um trabalho que não tenha conexão com o objetivo profissional da pessoa.

Já em relação a “bolha”, o doutor também leva em conta o fator globalização. O que adianta estar do outro lado do mundo mas o tempo todo conectado, tentando viver a vida aqui no Brasil? É importante se desligar um pouco. Um intercâmbio há pelo menos vinte anos era muito mais impactante em relação ao isolamento e meios de comunicação. As coisas hoje são muito mais simples na hora de estudar fora, o que pode acabar trazendo o efeito contrário.

Uma prévia em vídeo da pesquisa:

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[youtube https://www.youtube.com/watch?v=Do3HIfOy8GM?feature=oembed%5D

MAS é importante notar que a pesquisa levou em conta os benefícios profissionais para aqueles que almejam cargos administrativos ou na área de negócios. Por exemplo, participar de projetos de pesquisa no exterior é um ponto positivo para a carreira específica do aluno. Por outro lado, não incentiva o desenvolvimento corporativo. Nesse caso, é mais indicado ser um estagiário no exterior.

No fim das contas, a pesquisa que tem o nome de Travel to Learn: The Influence of Cultural Distance on Competence Development in Educational Travel” (algo como Viajar para Aprender: A Influência da Distância Cultural no Desenvolvimento de Competências do Turismo Educacional), também afirma que diferentes tipos de viagens educacionais têm diferentes efeitos. Por isso, antes de sair para um intercâmbio é preciso pensar com carinho sobre os objetivos da viagem: beneficiar seu currículo, aprender uma nova língua ou melhorar suas habilidades sociais?

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Refletir sobre a experiência é uma boa maneira de tirar o máximo de proveito da viagem. Independente do destino, é preciso compreender plenamente a experiência e as competências que ela oferece. Trata-se não só do crescimento profissional, mas também do desenvolvimento pessoal. Aí, meu amigo, não importa o lugar, se você mergulhar de cabeça, não tem como não voltar mudado.

A pesquisa na íntegra você confere aqui.

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