Vou Estudar Fora

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Raquel Marçal ama viajar e aprender línguas e acha melhor ainda quando pode combinar os dois. Acredita que intercâmbio não tem idade e pretende continuar fazendo até os 80 anos
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Fazer graduação no exterior pode custar o mesmo (ou menos!) do que no Brasil

Há uns três ou quatro anos, quando o nosso Real vivia dias de glória, ouvi da diretora de uma agência de intercâmbio que fazer graduação na Inglaterra estava mais barato do que estudar numa boa universidade particular aqui no Brasil. Duas temporadas morando fora me ensinaram que o custo de vida no nosso país é altíssimo […]

Por Raquel Marçal
Atualizado em 27 fev 2017, 14h36 - Publicado em 27 nov 2016, 15h34

Há uns três ou quatro anos, quando o nosso Real vivia dias de glória, ouvi da diretora de uma agência de intercâmbio que fazer graduação na Inglaterra estava mais barato do que estudar numa boa universidade particular aqui no Brasil.

Duas temporadas morando fora me ensinaram que o custo de vida no nosso país é altíssimo (choco muita gente ao dizer que morar em São Paulo é mais caro que em Tóquio.). Por isso, nem estranhei que fosse possível estudar numa universidade do primeiro mundo gastando menos do que aqui.

E parece que um bocado de estudantes brasileiros já se deram conta disso, principalmente aqueles que iam mesmo sair de sua cidade para estudar em outra. Segundo o último Open Doors, relatório anual do Instituto de Educação Internacional (IIE), dos Estados Unidos, houve um aumento de 78% (!) no número de estudantes brasileiros matriculados em universidades americanas entre 2013 e 2014.

Mas e hoje, com o câmbio menos favorável frente ao dólar e ao Euro e com a libra se recuperando do susto do Brexit? Será que o sonho do canudo no exterior ainda está ao nosso alcance? Para responder, procurei o diretor da CI Universidades, Humberto Costa, que respondeu algumas perguntas por e-mail.

O número de brasileiros fazendo graduação no exterior vem crescendo. Por que a faculdade fora está mais acessível?

A educação vem passando por uma transformação onde a necessidade de se “globalizar” vai além de um curso ou uma viagem para o exterior. Por esse motivo, universidades em todas as partes do mundo estão investindo em vagas para estudantes internacionais, justamente para enriquecer o conhecimento dos alunos locais, tornando-os mais eficazes no mercado de trabalho. Até o ano de 2020, este segmento lucrará US$ 70,6 bilhões e as ofertas de bolsas ficarão mais interessantes para alunos internacionais. A América do Norte ainda continua com o maior número de oportunidades, porém países como Portugal, Espanha, Holanda e o Leste Europeu vêm atraindo muitos alunos internacionais.

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Ainda pode ser mais barato fazer faculdade num país como a Inglaterra do que numa boa particular do Brasil (levando em conta preço de mensalidades e custo de vida)?

Sim, é possível estudar em diferentes países do mundo onde o custo de vida do aluno fica mais barato que estudar no Brasil. A Inglaterra hoje oferece apenas universidades particulares e o custo de vida pode chegar até R$ 9 mil por mês, o que não foge do custo de vida de um aluno numa boa universidade particular do Brasil. A Universidade de Birmingham, por exemplo, se encaixa nesses valores (nota: os dois ganhadores do Nobel de Física em 2016 saíram de lá). Outros países, como Portugal e Espanha, oferecem universidades de ponta onde os custos (totais, incluindo moradia) não passam de € 3 mil por ano, como a Politécnica de Porto e Universidade de Jaen (Espanha).

Que cursos de graduação, ou que áreas, têm mais possibilidades de estudo no exterior para os brasileiros?

Para aqueles que querem retornar ao Brasil, Direito, Educação Física e Psicologia, por exemplo, não são uma opção. As demais áreas são possíveis, inclusive para alunos buscando Medicina. Direito é o caso mais crítico por não haver convalidação. Nas outras áreas é possível, sim, validar o seu diploma, mesmo que seja necessário fazer uma adaptação de currículo no Brasil. A área da saúde hoje é muito buscada pelos alunos brasileiros, principalmente em países como Argentina e Bolívia.

Ficou animado? No próximo post vou falar de alguns programas de um mês que permitem estudantes estrangeiros sentirem o gostinho de estudar numa universidade gringa antes de decidir se matricular de vez.

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