Uma característica do ser humano que eu acredito ser muito importante é a resiliência. Permanecer forte em momentos ruins. E, assim como nós, o fogo pode ter um papel de superação. Pode renovar, transformar algo ruim em alguma coisa nova e melhor. O que queima pode ser destruído, mas também pode renascer com mais força. Não é à toa que temos lendas e mais lendas sobre as fênix, ao longo da história. A ave é um símbolo de esperança em momentos ruins e pode ser uma metáfora, mais do que precisa, quando o assunto são queimadas.
As cidades aqui expostas são excepcionais exemplos de modernização e desenvolvimento no mundo atual. Em determinados momentos da história, porém, passaram por incêndios tão grandes que reconfiguraram todas as suas formas. Essas metrópoles são autênticas amostras de que a história pode sempre reservar algo melhor. Mesmo que demore…
Londres, 1666
Uma pequena explosão se transformou em um dos incêndios mais destruidores de todos os tempos. Tudo começou em uma padaria londrina, mas se alastrou durante quatro dias, até atingir áreas centrais e importantes da Londres, como Westminster. A razão para o alastre ser tão intenso foram as casas e construções de madeira e as ruas medievais estreitas, que constituíam a cidade e propagavam fogo com facilidade.
Outra razão para tamanha tragédia foi a demora para agir. Nessa época, a forma utilizada para evitar que folgareis se espalhassem era derrubar casas para interromper o caminho do fogo. As autoridades, porém, subjugaram a ameaça das chamas e Londres ardeu. Foram apenas seis mortos anotados, mas acredita-se que o número foi muito mais alto devido a falta de registros da população naquele tempo. No total, mais de 13 mil construções foram abaixo, entre casas, igrejas e prédios, sendo a mais conhecida a Catedral de St. Paul.
Roma, 64 d.C.
Você acha que a sua cidade precisa de uma reforma? Nero, o imperador de Roma, também achava. E qual foi a solução encontrada? Destruir e começar tudo de novo! Mas isso tudo não passa de um boato. Historiadores creem que tudo tenha sido apenas um infeliz acidente.
Acredita-se que tudo começou na área de refeições – ou seja, onde há fogo para cozinhar. Logo, as chamas se espalharam e tomaram conta da cidade graças às construções de madeira (de novo!) e da direção do vento. Foram seis dias de labaredas que não só mataram muitas pessoas, como destruíram dois terços de Roma. Construções, como o Templo de Júpiter Estator, foram destruídas e ficaram para a história, lembradas como grandes estruturas da antiguidade que se perderam.
Tóquio, 1923
O Japão parece ser um dos países mais infelizes do mundo quando o tema é desastres naturais. Não só isso: costuma sofrer ainda mais com as consequências de tais acidentes, como o terremoto de 2011 que provocou um tsunami, o qual atingiu uma usina nuclear na cidade de Fukushima e provocou um acidente radioativo.
Em 1923, a história não foi muito diferente… Perto da hora do almoço, um terremoto atingiu a capital japonesa ao mesmo tempo que um tufão passava pela região. O resultado? O tremor causou vários focos de incêndio e os fortes ventos espalharam as chamas. No total, o número de vítimas chegou a 142 mil pessoas. E, quando achamos que não dá para ficar pior, o destino ainda tem uma carta guardada na manga: o abalo sísmico também gerou um tsunami que varreu milhares de residências litorâneas.
Chicago, 1871
100 mil pessoas desabrigadas, 300 mortos e mais de 17 mil edifícios no chão. Tudo por causa de um simples acidente com fogo, em um celeiro, que demorou para ser apagado pelos bombeiros. Chicago precisou passar por uma tragédia nessa proporção para permitir que a ficha caísse. A cidade pré-incêndio era uma polo da produção de madeira e inteiramente construída a base do material. Ou seja, um alvo fácil para incêndios.
Foi um completo drama, mas, pelo menos, serviu de exemplo. Depois disso, o município resolveu se modernizar para que desastres como esse não acontecessem novamente. Além de virar uma das mais importantes metrópoles americanas dos séculos 19 e 20, também se tornou um dos corpo de bombeiros mais excepcionais dos Estados Unidos.
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