Viagem no Tempo

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Giovanna Fontenelle é jornalista e, às vezes, não sabe se vive no presente, no passado ou nos planos de viagens futuras.
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Antes de visitar essas três ilhas gregas, conheça as histórias mitológicas milenares que elas guardam

Monstros, ninfas, deuses e heróis. Guerras, amores, traições e jornadas. A mitologia grega pode não ser história real, mas faz parte de uma cultura riquíssima, a qual ajudou a desenhar as linhas e os contornos e formar a base da nossa cultura ocidental. E, quando se fala em Grécia, se fala dos mitos e de […]

Por Giovanna Fontenelle
Atualizado em 27 fev 2017, 15h10 - Publicado em 17 fev 2016, 17h41

Monstros, ninfas, deuses e heróis. Guerras, amores, traições e jornadas. A mitologia grega pode não ser história real, mas faz parte de uma cultura riquíssima, a qual ajudou a desenhar as linhas e os contornos e formar a base da nossa cultura ocidental.

E, quando se fala em Grécia, se fala dos mitos e de história, mas também das maravilhosas ilhas, sonhos de consumo para qualquer viajante, e que são repletas de praias de areia branca, mar azul índigo e uma culinária sublime.

Então, por que não juntar os dois mundos, o melhor da Grécia, em um só lugar? Aqui estão reunidas 3 ilhas gregas e as suas devidas histórias mitológicas:

Delos

Uma das mais importantes Ilhas Cyclades na Antiguidade, Delos é cercada não só por um mar azul digno das mais belas praias gregas, mas também de uma mitologia muito forte. Foi ali que, de acordo com a lenda, nasceram Apolo e Artêmis (deus do Sol e deusa da caça), filhos de Zeus com Leto, a deusa do anoitecer.

Mas, calma lá! Os mitos gregos são sempre cercados de muito drama. Acontece que Hera, a esposa do deus, não gostou da traição do marido e, quando descobriu que Leto estava grávida, fez de tudo para impedir o nascimento dos bebês e pediu a titã Gaia (a Mãe Terra) para que não houvesse lugar na Terra onde a jovem pudesse dar à luz.

Poseidon se comoveu com a infelicidade da deusa da noite e, com seus poderes de deus dos mares, fez emergir do fundo do mar a Ilha de Delos. Como o lugar não pertencia a Gaia, a sina de Hera não se cumpriu.

Antigamente, a ilhota abrigava templos em adoração a Apolo e a outros deuses gregos. Hoje, apesar de inabitada, a ilha tem um sítio arqueológico a céu aberto que guarda inúmeras ruínas do Teatro de Delos e do Templo de Apolo. O local fica pertinho de Mykonos e é visitável – mas não esqueça de chapéu e protetor solar, pois não há tetos e muito menos árvores por ali.

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Ruínas do Teatro de Delos (foto: Howard Chalkley)

Ruínas do Teatro de Delos (foto: Howard Chalkley)

Creta

No entorno do litoral da Grécia, há quase um labirinto de ilhas. Mas é em Creta que o embaraço aconteceu de verdade. A mitologia grega conta que ali era o local de moradia do Minotauro, um ser com cabeça de touro e corpo de homem.

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O monstro foi fruto de uma vingança. Poseidon tinha raiva de Minos, o rei de Creta, e resolveu fazer com que a mulher do monarca se apaixonasse por um touro. Da relação não-natural nasceu a criatura que, quando cresceu, tinha comportamentos agressivos, característicos do animal, e foi preso em um labirinto para que não pudesse sair.

Durante anos, homens foram enviados ao labirinto para serem devorados. Um deles foi Teseu que prometeu a seu pai que mataria o Minotauro. Chegando ao lugar, uma donzela chamada Ariadne se apaixona pelo jovem e presenteia-o com um novelo de lã e uma espada.

Como é de se esperar, o herói utiliza do tecido para marcar o caminho da entrada do labirinto até o local que o monstro se encontra. Ali, mata a fera e liberta o povo grego.

Atualmente, Creta guarda vários sítios arqueológicos, como o Cnossos, proveniente da Civilização Minoica e datado da Idade do Bronze. Já o de Festos conta com ruínas de 2 mil a.C.

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Pinturas no Palácio de Cnossos (foto: Thinkstock)

Pinturas no Palácio de Cnossos (foto: Thinkstock)

Santorini

Mar azul, casinhas brancas, um pôr do sol digno de grandes obras de arte e um horizonte que parece se perder na vista. Assim é Santorini, uma das mais deslumbrantes e conhecidas ilhas da Grécia. E sua beleza, é claro, não poderia ficar de fora de mitos e histórias sobre o lugar ao longo dos séculos.

O primeiro nome da ilha foi Caliste, a mais bela. Ela foi criada por Eufemo, um dos argonautas, após ele jogar no mar um pedaço de terra que ganhou de Tritão, filho de Poseidon, o deus dos mares.

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Pôr do sol em Santorini (foto: karol m)

Pôr do sol em Santorini (foto: karol m)

Mas não é em sua origem que a história mais interessante de Santorini se esconde. Muitos estudiosos acreditam que aqui seja o local de Atlântida, devido ao formato territorial em meia lua da ilha e por causa de seu posicionamento geográfico, semelhante a relatos históricos que descreviam a região da civilização perdida.

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Mas a grande aposta dos estudiosos reside nos desastres naturais que ali acontecerem. Sabe-se que Atlântida foi uma cidade de grande prosperidade que foi engolida pelas águas e afundada no Oceano Atlântico. Santorini costumava ser uma ilha vulcânica única, mas em 1550 a.C. sofreu com uma grande erupção, a qual acarretou em um tsunami com ondas de mais de 100 metros de altura que inundaram a região, dividiram a ilha em quatro partes e devastaram  a população de origem minoica que morava no local.

Atualmente, Santorini é muito famosa por suas praias, baladas e clubes, mas também conta com excursões, museus e sítios arqueológicos riquíssimos, como o Acrotíri com resquícios da Civilização Minoica. Há ainda resquícios pré-históricos e do período Neolítico.

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