Momento Tenente Dan: rafting em Juquitiba é para todos!
Lembrar do icônico personagem cadeirante do filme foi inevitável
Na condição de futebolista frustrado, desenvolvi uma fixação por conhecer novos esportes. Fui campeão paulista de futebol de botão, tentei o tênis de mesa, completei a Maratona de Nova York. Mas eu adoro água corrente e sangue correndo nas veias. Chegara a hora de me jogar em um rafting que rola todo o final de semana. Homem ao mar, ou melhor, ao rio Juquiá, em Juquitiba, a uma horinha da capital pela Régis Bittencourt.
Como bom virginiano, cheguei ao sítio Canoar (canoar.com.br; R$ 110 por participante) duas horas antes para reconhecer o terreno. Almocei ali mesmo (R$ 30). Estava aflito. Menos pelas pedras e corredeiras. Mais pelo fato de eu ser paraplégico e saber que seria preciso sentar à borda do bote para remar, algo estoico para quem tem pouco equilíbrio de tronco. Fiquei zen quando conheci o instrutor Sidney e o duplo casal de marujos que debutaria comigo.
Sidão recomendou que eu não pegasse no remo, apenas ajudasse com o peso do corpo. O curioso é que, durante as orientações, vi que cerca de 30% dos 70 aventureiros que ocupariam os 14 botes não sabiam nadar. Tinha gente dos 7 aos 60 anos. Mas, com o colete e os instrutores por perto, não havia o que temer. Fui carregado por uma trilha até o Juquiá para encarar 5,7 quilômetros de corredeiras nível 2 (ideais para iniciantes). Fantástico, o rio corta a Mata Atlântica. Nada de engarrafamento. Só astral.
O ponto mais legal é o “surfe”, onde rema-se sobre uma espécie de rodamoinho. O bote remexe como uma passista, mas não fui arremessado. Em choque por causa da revigorante e revolta água gelada, me senti como o Tenente Dan, deficiente do filme Forrest Gump que desafia o mar em um barco pesqueiro. Depois de tudo, voltei para casa dopado pela endorfina e já comecei a tramar meu próximo rafting.