Imagem Blog Vem pra Nova York Rogéria Vianna é publicitária e vive em Manhattan há mais de 10 anos, onde faz produção executiva para programas de TV como o "Entre Mundos com Pedro Andrade", na CNN. Aqui ela não vai poupar sola de sapato nem MetroCard para provar que Nova York é muito mais do que a Times Square
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Inverno em Nova York: onde comprar roupas de frio e como se vestir

Saiba tudo sobre casacos, segunda pele, botas e até um "aquecedor portátil" para usar dentro da luva e do sapato

Por Rogéria Vianna
Atualizado em 24 jan 2024, 13h23 - Publicado em 1 jan 2024, 18h30

Eu me mudei para Nova York no início de novembro de 2013. Lembro-me de estar um frio ameno, até gostoso. Apesar de já ter rodado bastante pelo mundo, sempre viajava durante o verão ou primavera do destino escolhido. Por isso, vibrei como criança quando, poucos dias após minha chegada, vi os primeiros flocos de neve caírem sobre a cidade. Mal sabia eu o que estava por vir. 

O inverno chegou com tudo em algumas semanas e foi um dos mais severos em algumas décadas. E eu, garota de praia, sofri como uma condenada por meses que pareciam não ter fim com temperaturas sempre abaixo (ou bem abaixo) de zero. O recorde foi uma noite em que a sensação térmica registrada foi de -32ºC. Eu me perguntava se conseguiria sobreviver àquilo. Socorro!

Pior ainda eram os dias de nevasca. Me surpreendi ao descobrir que a cidade toda parava quando a neve caía forte. Transporte público paralisado, aulas suspensas, lojas e restaurantes fechados e home office instituído nas empresas muito antes da gente sonhar que um dia isso viraria quase uma regra. Era a vida literalmente congelada. 

Na minha mudança, havia trazido os casacos mais pesados que me salvavam no inverno de São Paulo, achando que eles segurariam a onda. Pura ilusão. Sem saber me vestir adequadamente para a minha nova realidade, tive um dos piores invernos da minha vida, do qual lembro com bastante trauma até hoje. 

Aos poucos, fui me informando e aprendendo com a sofrida experiência. No inverno seguinte, já sabia como me preparar para passar por isso novamente, dessa vez melhor aquecida. Uma das coisas que mais me surpreendeu foi descobrir que a gente não precisa se vestir como uma cebola, cheio de camadas. Aprendi que três delas bastam: segunda pele, uma malha de lã e um casaco pesado.

Primeiro de tudo, a segunda pele

Recomendo as blusas e as ceroulas que ficam justas ao corpo (a modelagem não pode ficar folgada ou adeus efeito térmico). A marca é uma só, a Uniqlo, que possui várias lojas espalhadas pela cidade. A sua linha HEATTECH inclui peças para homens, mulheres e crianças, além de acessórios.

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Agora, uma segunda camada

Eu costumo usar por cima da segunda pele uma malha de lã. Mas pode ser também um moletom ou outra blusa de manga longa que você preferir. Lembre-se que é essa peça que ficará à mostra sempre que você entrar em um lugar fechado, já que todos contam com aquecimento e a primeira coisa que você vai fazer é tirar o casacão.

Casacão

Uma das peças mais importantes no inverno, o casacão será sua verdadeira armadura contra o frio, o vento e a neve. Por isso, vale investir um pouco de atenção – e verba – nele. Os acolchoados são os meus preferidos, pois criam uma barreira mais espessa entre o corpo e o meio externo. Alguns têm função térmica e até etiquetas que indicam o nível de proteção de frio que proporcionam. Prefira os mais longos, que vão deixar parte de suas pernas cobertas. Outra coisa fundamental é ter capuz – isso faz muita diferença na hora de proteger suas orelhas do vento gélido, acredite. Bolsos também importam: mesmo de luvas, suas mãos ficarão mais felizes dentro deles. 

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Caminhar por muito tempo com um casaco pesado me deixa cansada no final do dia. Por isso, em dias que exigem mais agilidade, prefiro os casacos altamente tecnológicos da linha Ultra Light Down, também da Uniqlo (gente, não é publi, é know how de quem nunca mais passou frio depois que descobriu as roupas deles). Eles são tão leves que a impressão é que não vão esquentar nada, mas na verdade são muito eficientes, forrados de uma penugem que garante isolamento térmico. Além disso, depois de dobrados eles podem ser guardados em um saquinho quase do tamanho da mão. Não à toa, eles são uma verdadeira sensação entre viajantes e nativos. Tem também a versão colete, para quem quer uma camada extra na parte do tórax. 

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Calça

Os mais friorentos podem preferir uma ceroula térmica e uma calça por cima. Eu, por exemplo, não sou adepta e uso apenas uma calça comum. Outra possibilidade é substituir a dupla ceroula e calça por uma única calça forrada, como as de esqui. As mulheres não precisam desistir das saias e vestidos nessa época: existem meias-calças forradas e super potentes que mantém o conforto e a elegância. 

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Calçados

Os tênis, especialmente os de nylon, são calçados pouco recomendados no inverno porque deixam o frio passar pela trama do tecido. Dê preferência às botas com solado de borracha que, ao contrário da sola de couro, garante mais estabilidade em caso de neve, gelo ou lama de neve derretida. Se você morre de frio nos pés, como eu, invista ainda em uma bota forrada – minha vida mudou depois que comprei uma. Se achar exagero, existem palmilhas térmicas, com pelinhos, que custam pouco e você pode usar em vários sapatos diferentes. Seja qual for sua escolha, saiba que o primeiro passo é sempre colocar meias grossas e quentinhas.

Ah, um detalhe importante: quando neva, joga-se sal grosso nas calçadas para ajudar a derreter. A técnica funciona, mas esse sal mancha o couro e destrói os calçados. Para não arruinar seus lindos sapatinhos em dias de neve, use calçados de borracha ou outro material bem resistente e, fundamental, com solas antiderrapantes. Levar um tombo no meio da rua definitivamente não deve estar no seu roteiro.

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Acessórios

Agora que você já está com a roupa certa, é hora de escolher os acessórios, que são tão importantes para a sua proteção quanto as próprias roupas. Também é com eles que você pode soltar sua criatividade e dar um charme à produção. São eles: luvas, cachecol, gorro/chapéu/faixa de cabeça e protetores de ouvido (para quem gosta, eu não uso). Você pode encontrar esses itens bem baratinhos, às vezes até no camelô, ou investir mais em peças de boa qualidade. A Uniqlo também salva nesse momento. 

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O arremate: aquecedor de luvas e sapatos 

Quem sente frio nos pés e nas mãos pode contar ainda com os hand warmers e foot warmers, que ajudam muito. Recheados de uma mistura que inclui até carvão, esses saquinhos liberam calor por cerca de 8 a 18 horas. Basta dar um tapa para ativá-los. Você pode colocar no bolso do casaco, dentro das luvas e dos sapatos. Tipo um mini aquecedor portátil. Vende em qualquer farmácia e uma das marcas mais conhecidas é a HotHands.

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Onde comprar

Das minhas sugestões mais certeiras e acessíveis estão a Burlington Coat Factory, imbatível nos preços e na variedade de casacos, a Macy’s, especialmente em dias de promoção, a TJ Maxx e a Marshall’s, que vendem coleções antigas de grandes magazines a preços ótimos e, obviamente, a Uniqlo. Para peças de lã artesanais, recomendo a Just Becozy, que trabalha com fios antialérgicos vindos do Uruguai.

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Confesso que mesmo após quase dez anos vivendo em Nova York, ainda não aprendi a gostar do inverno. Mas saber me vestir adequadamente me ajuda a tolerar melhor esses dias curtos e gelados e a continuar aproveitando a minha vida por aqui. E agora que você também já aprendeu como fazer, não vai mais ficar batendo os dentes por aí nem vai desistir de fazer tantos passeios bacanas que a cidade tem a oferecer por medo do frio. 

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