Imagem Blog Vem pra Nova York Rogéria Vianna é publicitária e vive em Manhattan há mais de 10 anos, onde faz produção executiva para programas de TV como o "Entre Mundos com Pedro Andrade", na CNN. Aqui ela não vai poupar sola de sapato nem MetroCard para provar que Nova York é muito mais do que a Times Square
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Caribe: como são as paradas em uma viagem de cruzeiro

Jamaica, Ilhas Cayman, Cozumel e Bahamas foram os pit stops de um cruzeiro de sete dias a bordo do navio MSC Seascape. Spoiler: tem gostinho de quero mais

Por Rogéria Vianna
Atualizado em 18 jul 2024, 14h32 - Publicado em 18 jul 2024, 10h00
Bahamas
Ocean Cay, nas Bahamas: a ilha é uma extensão dos navios da MSC, que atracam ali com exclusividade (APImages/Divulgação)
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Em outra reportagem eu mostrei como é o navio MSC Seascape por dentro. Agora, chegou a vez de mostrar como são as paradas que o navio fez ao longo de 7 dias pelo Caribe. Os destinos foram Jamaica, Ilhas Cayman, Cozumel e a Ocean Cay MSC Marine Reserve, uma ilha privada da armadora que fica nas Bahamas. 

Eu estava muito empolgada com o roteiro porque eu não conhecia nenhum dos destinos, o que acabou se tornando um festival de acontecimentos inéditos para mim. 

A dinâmica das paradas é a seguinte: pela manhã o navio atraca em um porto e os passageiros podem desembarcar para visitar o local. Algumas pessoas preferem ficar no navio, aproveitando a tranquilidade de ter poucos passageiros a bordo. Mas eu, obviamente, não era uma delas. 

Para sair do navio, os passageiros devem portar seu cartão de identificação e registrar a saída no sistema. Em alguns lugares, já descemos direto no porto – em outros, é preciso pegar um barco que nos levou até a terra firme. 

Caribe
Ilhas Cayman: vontade de ficar mais (MSC/Divulgação)

Dentro do próprio navio, há uma central de excursões onde pode-se verificar as opções disponíveis em cada parada e o preço. Dependendo do local, você pode fazer seu passeio freestyle, por conta própria, contanto que esteja de volta a bordo na hora combinada. Sempre é informado o horário limite de retorno e a hora em que o navio vai zarpar. E eles não esperam os atrasadinhos, por isso é bom ficar muito atento ao relógio para não virar meme depois. Ao retornar, as bolsas passam no raio-x e não é permitido entrar com bebidas alcoólicas.

Outro ponto importante a ressaltar: não espere ter tempo de realmente conhecer e explorar os destinos. O tempo é bem curto, cerca de seis horas em cada lugar (com exceção da ilha Ocean Cay, onde ficamos o dia inteiro), então é só mesmo para ter uma amostra e ficar com gostinho de quero mais. 

Jamaica

Eu estava animadíssima para conhecer a Jamaica, país que estava há tempos na minha bucket list. Descemos em Falmouth, a 29 quilômetros de Montego Bay. O navio atracou em um centrinho com lojas e mercado de artesanato e de lá pegamos um ônibus com uma guia local que nos contou sobre a história do país enquanto nos encaminhávamos para o Hilton Rose Hall Resort & Spa, onde aproveitamos o beach club. Tínhamos comida e bebidas à vontade na praia, além de um restaurante self-service com especialidades jamaicanas dentro do hotel. Enquanto estava na praia, que era linda e de mar transparente, me alimentei basicamente de Jamaican patties (um tipo de pastel folhado) e Bob Marley (o drink, não o cantor). Quem preferisse, podia curtir as ótimas piscinas do hotel, uma delas com correnteza para deslizar com boias. Me despedi deste simpático país com a firme promessa de voltar com mais tempo.

Caribe
Jamaica: o dilema no Hilton Rose Hall Resort & Spa é escolher entre a piscina e a praia (Rogéria Vianna/Arquivo pessoal)

Ilhas Cayman

A segunda parada foi em George Town, capital das Ilhas Cayman. Para chegar lá, desembarcamos do navio, pegamos um catamarã até o porto e, de lá, um ônibus até o beach club onde passaríamos algumas horas. O próprio motorista do ônibus foi nos informando um pouco sobre a ilha durante o trajeto. Esse destino foi para mim uma das maiores surpresas da viagem. Talvez por ter depositado todas as minhas expectativas na Jamaica, não estava preparada para tamanha beleza que essa praia nos reservava. O mar é um dos mais azuis e translúcidos que já vi em toda a minha vida, com temperatura perfeita – nem muito quente nem muito frio – e era praticamente impossível não ficar de molho o tempo todo. Que paraíso!

Caribe
Georgetown, nas Ilhas Cayman: a melhor surpresa e a água mais perfeita (Rogéria Vianna/Arquivo pessoal)

Cozumel

O terceiro destino foi Cozumel. O navio atraca próximo a um centro comercial com diversas lojas no centro da cidade. Ali fica bem fácil explorar a região por conta própria, a quem interessar. Um ônibus nos aguardava para nos levar a um beach club que, na verdade, não ficava em uma praia. Era uma espécie de restaurante com uma área ao ar livre com piscina e espreguiçadeiras de frente para o mar. Ali, o acesso ao mar se dava por uma pequena escada de madeira. Devido a profundidade nesse ponto ser de 20 metros, a recomendação era o uso de coletes e snorkel. Como o mar estava agitado e meu talento para sereia é mínimo, não me arrisquei muito na exploração subaquática. Mas durante o pouco tempo em que mergulhei, vi corais, cardumes de peixinhos coloridos e uma paisagem que até então só tinha visto em fotos. Apesar da beleza desse dia, senti falta de uma praia com areia fofa e um mar onde a gente pudesse tomar um simples banho de mar, sem coletes.

México
Cozumel: faltou uma prainha (Rogéria Vianna/Arquivo pessoal)

Ocean Cay

No último dia da viagem, a cereja do sundae: Ocean Cay MSC Marine Reserve, nas Bahamas, a ilha privativa da companhia. Mas antes de apresentá-la, é preciso apresentar a MSC Foundation. Trata-se de uma organização independente sem fins lucrativos criada para promover os compromissos humanitários e de conservação do Grupo MSC. Eles têm projetos em educação, conservação ambiental, assistência a emergências e apoio às comunidades. Uma de suas ações foi a recuperação de uma ilha que servia como depósito de lixo industrial, de onde se retirava a areia para enviar a Miami Beach. O lugar foi restaurado por uma equipe de ambientalistas e transformado num santuário marinho repleto de plantas nativas e foi implementado um grande programa de recuperação de corais. E essa ilha, senhores, é a Ocean Cay MSC Marine Reserve.

Caribe
Ocean Cay: nada melhor do que não fazer nada (Rogéria Vianna/Arquivo pessoal)

Quando acordei e abri a porta da varanda da minha cabine, não pude evitar o “uauuu”. Foi a primeira vez que saí do navio e não precisei de transfer, bastava caminhar. A vista da ilha com suas palmeiras, casinhas coloridas e um grande farol à esquerda me encantaram de cara. Mal via a hora de ver tudo aquilo de perto. Diferente das outras paradas, naquela teríamos o dia todo para aproveitar. E como o navio ficava literalmente atracado na ilha, permitia que os hóspedes pudessem ir e vir do navio quantas vezes quisessem. Quando desembarquei, fiquei tão boba com o que vi que achei que logo encontraria o Tattoo e o Sr. Roarke da Ilha da Fantasia (se você cresceu nos anos 1980 vai entender a referência). 

O farol e a mordomia aguardando a chegada dos cruzeiristas
O farol e a mordomia aguardando a chegada dos cruzeiristas (APImages/Divulgação)

No centro da ilha estão os edifícios coloridos do Bahamian Village and Marina, um espaço autêntico em estilo bahamense com lojas, restaurantes e bares. O mar absurdamente azul parece ter sido pintado e em contraste com areia clarinha é um desbunde. O navio atracado ao fundo dá um toque de surrealidade à cena. Em uma ponta da ilha há um farol. Os mais animados podem fazer um tour nele, subindo seus três níveis e 165 degraus até o topo para contemplar a vista de 360 ​​graus da ilha e das ilhotas próximas. 

Ocean Cay tem mais de 38 hectares, diversas praias e pode ser percorrida a pé em pouco mais de uma hora. Quem não está disposto a andar tanto no calor, pode pegar carona nos carrinhos que circulam por lá. Também estão disponíveis cabanas, ombrelones, equipamento de mergulho, jet ski, tratamentos de spa, tudo pago à parte. As atividades extras podem ser incluídas na hora da compra do pacote. 

Caribe
O MSC Seascape atracado em Ocean Cay, a ilha privativa da armadora (Rogéria Vianna/Arquivo pessoal)

Como a ilha é praticamente uma extensão do navio, as comidas dos restaurantes e trailers já estão inclusas no pacote e nos bares os passageiros têm direito às bebidas correspondentes ao seu pacote.

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Ao fim do dia, por volta das 18h30, rola uma festa com DJ na praia, com um belo pôr do sol. E para encerrar esse dia com toda a pompa que ele merece, acontece um show no farol, com música e projeção de luzes e imagens de peixes, corais e o mundo marinho, que acompanhei da minha varanda. Nesse momento, o navio deixa a ilha lentamente e, com um leve aperto no coração, me despeço daquele paraíso. E logo eu, que me gabava por não gostar de cruzeiros, falo baixinho: hei de voltar. 

Até novembro de 2026, o MSC Seascape faz roteiros de 2 a 14 noites pelo Caribe e Antilhas com saídas de Miami, na Flórida, e Galveston, no Texas. Saiba mais sobre itinerários e preços.

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