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A Casa de Vidro, em São Paulo, expõe até 31 de julho mobiliário desenhado por Lina Bo Bardi

Por Fabricio Brasiliense
Atualizado em 27 fev 2017, 15h06 - Publicado em 5 jul 2016, 03h31
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Lina Bo Bardi projetou o maior ícone arquitetônico paulistano, o MASP. Menos conhecida é a residência que saiu das pranchetas de Lina em 1951 para ela e o marido, Pietro Maria Bardi, viverem. A Casa de Vidro, um marco do modernismo na cidade no bairro do Morumbi, é um imenso caixote apoiado sobre finíssimos pilotis que causam a mesma sensação de quem vê o MASP pela primeira vez: como é que esse negócio não cai?

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A estrutura apoiada sobre pilotis e os janelões que um dia descortinavam uma paisagem de roça

O curioso na visita à Casa de Vidro é ver como a cidade mudou radicalmente em poucas décadas. Lina escolheu uma área então rural, com muitos altos e baixos, estradinhas sinuosas e encravou no alto de um morro o seu caixote-residência, praticamente um mirante sem nada que obstruísse a vista.

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A sala de estar na década de 1950

A cidade mudou e a imensa sala com três paredes de vidro hoje tem vista para uma mata bastante fechada. Se não houvesse o verde, a vista não iria muito além dos muros das residências vizinhas. Neste momento, a casa abriga a exposição O Impasse do Design: Mobiliário de Lina Bo Bardi: 1959 – 1992, em cartaz até 31 de julho. O foco são as peças que a arquiteta produziu para o MASP, o Museu de Arte Contemporânea da Bahia e o Sesc Pompeia. Cada peça tem uma história por trás que é contada por meio de painéis, protótipos e croquis.

+ Saiba mais sobre o MASP

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A sala de estar hoje, durante a exposição O Impasse do Design. No centro, as cadeiras da choperia do Sesc Pompeia (Foto: Regina Cassimiro)

Se você já assistiu algum espetáculo no teatro do Sesc Pompéia, certamente não ficou indiferente às cadeiras duras e desconfortáveis, que têm uma razão de ser, veja:

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Senta lá, Lina

A visita seguiu pela cozinha, retangular e enorme, mas que curiosamente não tem vista alguma. Um armário ainda guarda as louças de quando Lina e Pietro moravam ali.

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É ou não é louça de vó!?

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Uma porta insuspeita na entrada da cozinha leva para os quartos, que não estão abertos à visitação no momento. Os banheiros, no entanto, podem ser conhecidos e são maiores que muita kitinete por aí. O de Lina esconde atrás da porta um nicho com perfumes e talcos exatamente como ela deixou.

Da cozinha, uma porta leva ao pátio onde há uma churrasqueira e um forno de pizza. Em uma das laterais da casa podemos ver o pátio interno para onde se abrem as janelas dos quartos – ali até hoje moram dois jabutis trazidos pela arquiteta.

O terreno, muito íngreme, tem caminhos demarcados e um deles leva à parte baixa onde fica o ateliê de Lina, já na beira da rua, recanto dos mais agradáveis. Nossa guia, a simpaticíssima portuguesa Carolina Barreiros, nos convidou a sentar em cadeiras Girafa e Frei Egídio e folhear livretos sobre as principais criações da arquiteta.

O ateliê de Lina Bo Bardi na parte baixa do terreno

Só faltou o chá

Vizinho ao ateliê fica a casa do caseiro e ali, se você for, não deixe de dar um afago no Nero, um vira-lata com uma cara de pidão irresistível. Nas últimas semanas ele não tem saído daquele patiozinho porque andou destruindo os canteiros da tia Lina. Ó dó!

Nero está sempre pronto pra receber um afago. Por favor, não resista

Nero está sempre pronto pra receber um afago. Não resista

A exposição O Impasse do Design segue até 31 de julho de quinta a domingo das 10h às 16h. A excelente visita guiada descrita aqui, que inclui a ala íntima da casa e o ateliê, precisa ser agendada pelo educativo@institutobardi.com.br (após o término da exposição, as visitas acontecem apenas com hora marcada).

Rua General Almério de Moura, 200, Morumbi

Tel: (11) 3744.9902

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