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Tensão pré-viagem

Por Ana Claudia Crispim
Atualizado em 27 fev 2017, 15h33 - Publicado em 24 set 2014, 13h56
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Não interessa o quão experiente é o viajante, a irracional tensão pré-viagem existe e teima em tirar a alegria daqueles dias que precedem a nossa tão sonhada viagem de férias. A minha me consome cada vez mais, e infelizmente aumenta a cada viagem. Curioso é que a danada passa, assim como veio, na mesma hora que me acomodo na sala de embarque para pegar meu vôo.

Se é teu caso, você não está sozinho. Vai aí uma listinha das coisas que me afligem e te convido a compartilhar as tuas pirações. Afinal, você j�� sabe, de perto ninguém é normal.

  • Não esquecer nada importante fios, carregadores, computador, adaptador, máquina fotográfica e seus acessórios, remédios (todos os imagináveis), secador potente e escova de cabelos. Cremes? Roupas? Não, isso não me preocupa tanto. Se a viagem for a trabalho piora: a pauta (que, lógico que também está guardada na nuvem), o caderninho, guias, mapas (e eu nem sei usar um mapa de papel). E por aí vai.
  • Animais de estimação Já tive 6, hoje tenho 3. Todos idosos. Com quem ficarão? Será que algum vai ficar doente? E se ficar? E se algum morrer? Melhor saber ou só descobrir na volta? E se a pessoa que vai dar comida adoecer, sumir, morrer? Parece besteira mas já aconteceu.
  • Trabalho Deixei tudo pronto? E-mails respondidos? Mensagem de ausência? E se deixar algo importante pendente? É um ataque agudo de egocentrismo. E nunca, jamais, checo meu e-mail profissional nas férias.
  • Minha morte Sim, eu penso nisso. E se eu morrer na viagem? E se o avião cair? Quero deixar tudo facilitado. E pra isso eu tenho um e-mail-testamento. E passo a senha do e-mail e Facebook pra uma das minhas irmãs tirar minha página do ar depois de um tempo. Mas pedi pra ela deixar uns dias pras pessoas postarem aquelas mensagens pro além, vai que dá pra gente ler lá do outro lado… Deve ser bem curioso.
  • Conexões Se eu estiver sozinha tenho certeza, todas as vezes, que vou perder por não achar o caminho certo. Nunca perdi.
  • A bagagem Toda vez que encaro o checkin entro na fila como se estivesse carregando drogas. Tudo por causa do peso da mala. Pior que nem sou doida por compras, minha mala não cresce tanto assim na volta! A piração melhorou depois do advento da balancinha de pesca. Mas e a mochila? Ela sempre está pesando mais que 8 quilos. Pânico. Não quero despachar nada precioso. Nada. Logo, suo como se fosse uma traficante, uma mula. Este fantasma me persegue até a esteira do raio X. Na minha cabeça alguém vai perceber que minha mochila está demais e vai pesar ali mesmo e me fazer jogar tudo fora, naquela caixinha de líquidos e coisas pontudas.
    Ah! Acho meio desnecessário falar aqui sobre o medo – medo não, terror – da mala não chegar.

Se você acha que esta redação de viajantes da VIAGEM E TURISMO não sofre disso, vai se enganando. Não vou citar nomes, não seria elegante, mas tem coisas que tiram o sono desta gente viajada: alfândega, o fantasma da mala extraviada, não dar tempo de fazer tudo, perder o caderninho. E minha preferida: Gente que dá tchau pra casa e diz: “Fica bem”.

É muita piração.

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