Parece uma tarefa simples mas precisa de uma pós-graduação pra saber como pedir um café na Itália, principalmente em Roma. É uma bagunça danada, um bolo de gente pedindo: caffè normale, latte macchiato caldo, latte macchiato freddo con cioccolata, corto, nero, espresso. Ahhhhhhhhhhhhhh! Demorei 3 dias pra descobrir que o café que eu invejei na mesa ao lado (um simples café com leite clarinho, dois dedos de espuma, chocolate em pó por cima sujando o pires que vinha sob o copo alto de alça e pézinho, uma espécie de xícara-taça) era “latte macchiato caldo (não freddo!) con cioccolata, tudo falado num trava língua de 3 segundos. Sim, eu quase necessito de três gotas de rivotril pra administrar tamanha ansiedade.
Pedidos que parecem tão enigmáticos ditos em italiano (con schiuma, senza schiuma, freddo, calda, ristretto, lungo…) são corriqueiros e cantados no balcão onde os atendentes fazem a mágica de dispersar o bolo de gente rapidinho, sem ajuda de bloquinho de anotações, até outra horda viciada em cafeína sem culpa invadir o recinto e começar tudo de novo.
Por alguns dias tomei meu desjejum no mesmo lugar, observando os mesmos operários, engravatados, jovens barulhentos, a mulher chique de bicicleta, o homem acompanhado de seu cachorro vira-latas que era a cara do meu ginecologista – o homem, não o cachorro – se acotovelando para o ritual do café antes do dia começar. E para todos que iam embora, a saudação: una buona giornata. Ai, os italianos…
Não achei uma lista completíssima dos cafés italianos, acho que não existe! Espero que esta ajude um pouco a começar o papo.
Boa sorte (e boa diversão) na hora de aprender como pedir o seu preferido.
Para entender outros cafés, em outros países.
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